Quarta-feira, 19 de Outubro de 2005
Vem isto a propósito da gripe das aves e das frequentes contradições que, em matéria, tão grave, se vêm diariamente produzindo, tudo em busca, ao que deduzo, do primado da notícia e do sensacionalismo! Na verdade, nem o próprio senhor Primeiro-Ministro se coíbe de dizer asneiras ao referir-se ao assunto e ao informar os portugueses da existência da respectiva vacina que, segundo comunicação posterior, desta feita por "uma técnica", nem sequer existe!
Hoje, embora cedendo, por breves momentos, as primeiras páginas ao nacional-caso Sporting, as notícias da epidemia que se avizinha, e da possível pandemia, quase pandemónio, continuam, os jornais, as rádios e as televisões a noticiar, em catadupa, notícias que se contradizem e nos parecem tudo menos esclarecedoras e bem formadoras da opinião pública sobre assunto tão delicado e importante.
Daí a necessidade de que intervenha uma Alta Autoridade para a Confusão Nacional para que, por si ou por alguém com peso nacional e científico, que não político ou jornalístico, venha a fazer um comunicado sério, preciso e conciso sobre o que realmente se passa e o que, com verdade, se poderá vir a passar de modo a consciencializar os portugueses sobre o problema em causa e afastar, de uma vez por todas, o alarmismo e a confusão que já reinam sobre esta matéria?
Na verdade, cada dia que passa mais se deverão reconhecer como sábias e bem proféticas as palavras que, em Roma, Júlio César terá proferido um dia ao referir-se ao povo lá dos confins da Ibéria que nem se governava nem se deixava governar! Bem vistas as coisas, nada mudámos em dois mil anos de aprendizagem e de história