Quinta-feira, 30 de Novembro de 2006

A loucura continua! Quem lhe porá travão?

Do PD da IOL de 30Nov06: “GNR/PSP: reforma no território em 2007 - Postos da GNR com menos de 12 efectivos e as esquadras da PSP com menos de 20 deverão ser extintos. “


Fui oficial da GNR, no terreno e no gabinete.


Sei o que a GNR representa junto das populações cada vez mais assustadas com o avanço incontrolado da criminalidade violenta! Sei o que a polícia representa para o cidadão urbano que se sentia seguro pela mera presença dos agentes na sua rua.


Sei que este governo quer dinheiro a qualquer preço para obedecer a Bruxelas de quem se tornou mero lacaio.


Corta na educação (fecha escolas e oferece computadores onde não há electricidade!); corta na saúde (fecha maternidades e urgências condenando as parturientes e os enfermos ao risco, cada vez mais acrescido, de longas viagens de ambulância por estradas que o não são, em veículos em terceira ou quarta mão ( generosamente oferecidos por emigrantes) e tantas vezes conduzidos por pessoal inexperiente mas a quem dará gozo e "status" conduzir a alta velocidade protegido que se sente por uma sirene e um pirilampo; corta nas reformas e nas fórmulas de cálculo que vigoravam (prometendo agora reforços de 17 milhões às forças armadas e um pouco adiante mais outros 17 milhões, que surgiram por milagre, agora que as coisas se estão tornando pretas e já recebeu o primeiro aviso sério dos militares através dos respectivos Chefes dos Estados Maior das Armas emcabeçados pelo próprio Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas que entendeu dever tornar pública uma sua carta ao ministro da defesa e que este conservava no maior segredo, evitando que dela fosse dado conhecimento aos portugueses, bem ao contrário do que lhe deveria ditar a sua consciência democrática), corta na segurança (do cidadão comum que se vê confrontado e sem protecção perante a pior das piores escumalhas humanas que já alguma vez existiram no nosso país, mas não dispensa os guarda-costas que os seguem para todo o lado), tudo isto sem cortar onde deve que é na infinidade das benesses concedidas aos que nada fazem e são possuidores de um qualquer estatuto político desconhecido (criado à medida dos “assessor- assessorado", o mais utilizado e utilizando nomes que às vezes até dá para disfarçar), não corta nas passeatas ministeriais europeias e nas inaugurações com pompa e circunstância, não corta nos vencimentos e reformas incríveis (muito acima da média europeia) que são pagos a certos funcionários mais queridos ou menos ludibriáveis, não corta na frota constantemente renovada de automóvel de modelos de última gama e no escândalo das ajudas de custo e despesas de representação a quem nada mais representa do que a sua própria e tristíssima figura e insiste na "bestialidade" de brindar um povo quase faminto com o avanço de uma OTA (já com um "pré-aviso" de custos acrescidos!) e com um TGV que poupará aos portugueses 15 minutos no trajecto Porto-Lisboa isto quando as linhas não ficarem intransitáveis por motivo das inundações e deslizamento de terras que experimentados engenheiros não souberam prever!


Hoje é que o Marquês de Pombal teria muitos Távoras a quem procurar e mandar para o cadafalso, desta vez com as razões que à época lhe não assistiam pois não é contra o Rei mas sim contra o Povo que estas atentados estão sendo cometidos e o País lhe ficaria a dever um pouco mais do que a reconstrução de uma Lisboa destruída.

publicado por Júlio Moreno às 18:16
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Quarta-feira, 29 de Novembro de 2006

Notícia!

Do PD da IOL de 29Nov06: -“Jogos perigosos entre estudantes franceses - Um em cada quatro já participou num jogo de asfixia ou de agressão “Os jogos violentos ou perigosos para a saúde desenvolvem-se em França, onde um em cada quatro estudantes já participou num «jogo de asfixia» ou «jogo de agressão», afirmaram os participantes num colóquio… - «Há dois tipos de jogos: os jogos de ataque que se definem por uma violência praticada por um grupo de jovens contra uma criança ou adolescente» e «os jogos de não-oxigenação, como o jogo do saco», explicou Grégory Michel, um universitário que dirigiu vários estudos sobre a matéria. - Os estudos mostram que 12,25 por cento dos estudantes terão participado no primeiro tipo de jogo, e 12,5 por cento terão praticado o segundo. - Os jogos de agressão, como a agressão de surpresa, caracterizam-se pela «utilização de violência gratuita em relação à vítima» designada, sublinhou Grégory Michel. «Há frequentemente nestes jogos de agressão a figura de um líder», acrescentou. - Por outro lado, no segundo tipo, «há uma procura do limite, da fronteira entre a vida e a morte. Eles colocam-se numa situação em que há o risco potencial de morrerem», especificou o investigador. - Ele cita com frequência o «jogo do saco» e as suas variantes, que consistem numa redução da irrigação do cérebro a fim de experimentar sensações intensas mas também o «jogo da auto-estrada», que obriga a que se atravesse uma artéria rodoviária muito movimentada. - «É uma espécie de rito de passagem da infância para a idade adulta», estimou. «Geralmente são os mais velhos que os transmitem às camadas mais jovens… É um flagelo que está a aumentar».””


E aumentará ainda muito mais, acrescentarei eu, se continuarem a dar notícias como esta, atiradas para o ar, como o fogo de artifício, para toda a gente ver e “divertir-se”, sem ser a um público-alvo, criteriosamente seleccionado e a quem ela verdadeiramente possa interessar e aproveitar em benefício de todos nós!


Alguém verdadeiramente responsável acha que "isto" é notícia necessária, oportuna e de interesse geral para se colocar numa Internet frequentada por dezenas de milhares de jóvens e de crianças? Ninguém atentou no chamariz que isto poderá provocar em crianças saturadas de “ter-tudo” - a começar pelas consolas de jogos onde se revê a máxima violência aliada ao mínimo discernimento dos seus autores - menos o tempo e o amor dos pais?


Convenhamos que o exemplo de hoje do PD foi um mau exemplo que, muito sinceramente, espero não se repita... É que eu sou um avô apreensivo com tão amplas liberdades, quer de acção quer de expressão. E, note-se, sempre fui a favor da liberdade e contra a censura; mas nunca excluí, antes sempre a exigi, a censura das nossas próprias consciências, e penso que um jornalista, mais do que ninguém, deverá ser escravo dela!

publicado por Júlio Moreno às 12:49
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Sábado, 25 de Novembro de 2006

Sinto a minha alma azeda…

Nunca fui assim, que o diga quem me conheceu e conhece. A comunicabilidade, a alegria, a esperança no sempre renovado dia de amanhã caracterizaram toda a minha infância e adolescência. Algumas nuvens vieram toldar, por vezes, a minha transição do jovem homem, idealista e cheio de força, para o homem feito, com filhos, ciente das crescentes responsabilidade que a dura vida me ia apresentando mas que conseguia ultrapassar sem guardar vestígios de grandes amarguras, antes as considerando parte da “endurance” que ela mesma, a vida, requeria a todo o ser vivente. Além do mais, o trabalho – que adorava! – absorvia-me e preenchia em pleno aqueles pequenos resquícios de dor e dúvida que, porventura, me tivessem ficado das injustiças por que tanas vezes passei.

Nunca me julguei um santo, mas sempre me vi como um justo! O sentido da justiça dominava e dominou sempre o meu carácter que já não julgo tão isento de outros defeitos mais comuns excluindo o da vaidade, que essa nunca senti nem de quê teria!

Hoje, porém, subitamente, o mundo mostra-me, tal como se fora a lua, a sua face odiosa, aquela que ainda permanecera oculta e que até aí não vira! Vejo a ignomínia, a sordidez dos espíritos e das intenções que os vão alimentando, a ganância e a avidez do lucro fácil e rápido, a malvadez do “vale tudo” e, a cada passo que vou dando, hoje sem distinguir já se avanço se recuo - mais vezes tropeço na mentira e na interesseira torpeza daqueles que se julgam e proclamam os grandes deste mundo e que, de uma forma ou de outra, sempre o vão dominando!

Que vejo eu? – Só hoje, 25 de Novembro de 2006, na Internet:

- “El País: «Rumsfeld autorizou torturas». - CNN: «Xiitas respondem a ataques». PD da IOL: “Namorar e apanhar”, por Cláudia Lima da Costa: - “Violência contra vítimas até aos 24 anos é a que mais cresce, em 2006. O aumento é de 59 por cento. Agressões dentro do namoro ainda não são consideradas violência doméstica. Para muitos adolescentes bater «é normal». PD da IOL: - “Recolha de alimentos contra a fome - Banco Alimentar Contra a Fome promove «Campanha de Outono»”, como se só no Outono os pobres tivessem fome, isto quando tantos e tantos alimentos e bens são propositadamente destruídos a bem de uma sacrossanta macroeconomia concorrencial e do necessário equilíbrio dos mercados… PD da IOL:: -”Assessor aumentado em 25 por cento!” por Bruno Henriques da Silva: -“ Ministério da Agricultura fala em «acréscimo de responsabilidade». –“ Numa altura em que o Governo pede contenção na despesa pública e não vai além dos 1,5 por cento na proposta de aumentos na Função Pública, o ministro Jaime Silva aumentou em cerca de 25 por cento o vencimento bruto de um dos assessores de imprensa do Ministério da Agricultura.”… Etc., etc., num sem fim de repugnâncias intelectuais e morais que nunca julguei pudessem existir!

Penso que já me teria dissolvido no meu próprio ácido não fora a existência de uma mulher excepcional na minha vida que, como feiticeira que é (e que eu lhe chamo tantas vezes!) vem conseguindo que, para mim, tudo se transforme e o mundo ainda possua alguma esperança e alguma luz!
publicado por Júlio Moreno às 16:08
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Quarta-feira, 22 de Novembro de 2006

O descaramento é tal que chega ao ponto de se bloquearem todas e quaisquer informações pelo telefone...

O descaramento é tal que chega ao ponto de se bloquearem todas e quaisquer informações pelo telefone que as pessoas queiram - ou se vejam obrigadas – a pedir alegando o aglomerado de pedidos e o atraso dos serviços!

A questão é simples: - em 1997, por razões de saúde e deliberação de uma competente junta médica, fui julgado em condições de passar à situação de pré-reforma pelo que, e para o efeito, me dirigi aos competentes serviços da Segurança Social aqui no Porto.

Obtido o impresso e iniciado o preenchimento deste deparou-se-me uma dúvida: – como tenho direito a reforma por duas entidades distintas – Caixa Geral de Aposentações (parte militar) e Segurança Social (parte civil) – era-me posta a questão de optar pelo pagamento das respectivas pensões em conjunto ou em separado, no que, por falta de qualquer tipo de esclarecimento no próprio impresso e um tanto perplexo, hesitei e tentei obter parecer ou conselho junto da funcionária de serviço que amável e prontamente me atendia.

Discutia-se já na altura – tal como hoje ainda se discute e com muito maior acuidade – sobre se a Segurança Social seria capaz de, a médio prazo, vir a suportar o “peso” das reformas de uma população envelhecida e cada vem mais “reformada” e não contributiva por força da crise de emprego que então já se adivinhava em razão da ausência de investimento, quer público, quer privado e desse verdadeiro flagelo social em que as modernas e tão almejadas tecnologias se vieram, na realidade, a converter.

Refiro-me, como toda a gente sabe, às máquinas que dispensam a força humana de trabalho até aí usada na laboração, criando o desemprego, e baixando enormemente os custos de produção, permitem a concorrência ao abrigo de uma moderna e anti-social economia, dia a dia cada vez mais sacralizada ao ponto de ser ter convertido numa verdadeira ciência de sobrevivência humana! Era, consequentemente, opinião da referida funcionária, tal como a minha, diga-se, de que a opção “em separado” seria a mais avisada pois se falhasse uma das “fontes” sempre poderia subsistir a outra.

Nestas circunstâncias e sem que houvesse no local, e por qualquer outro meio, oral ou escrito, possibilidade de mais esclarecimentos – repito isto por me parecer de magna importância, optei pela reforma em separado o que assinalei na quadrícula respectiva do impresso que acabara de preencher e entreguei, com toda a demais documentação exigida, incluindo a militar que atestava ter eu doze anos e mais alguns meses de serviço a acrescer aos 24 anos de serviço civil não contando com aqueles em que trabalhei no estrangeiro por força da situação que perdera na Empresa onde me encontrava ao cabo de 8 meses de ilegítima, ilegal e arbitrária detenção “revolucionária”, iniciada a 23 de Abril de 1975 e só terminada em 23 de Dezembro do mesmo ano, sem julgamento ou audição por parte de qualquer entidade idónea, acerca dos meus pretensos crimes e que se limitariam ao facto de ser então Administrador de uma empresa e de ter assessorado o saudoso Marechal António de Spínola, assim passando a ser, no entender dos barbudos e mentecaptos da altura, entre os quais um tal alferes Feijão (vermelho, porque verde não era com certeza!) um perigosíssimo fascista!

Assim, fui “recolhido” em Caxias e posteriormente no EPL, vulgarmente designado por Penitenciária de Lisboa, onde o respectivo comandante, A... de seu nome e que aqui enalteço pelas qualidades humanas que sempre demonstrou possuir, me deu o abraço e o mandado de soltura decorria a tarde do dia 23 de Dezembro de 1975. Contara então 254 dias de detenção ilegítima, ilegal e arbitrária e se tal não bastasse perdera toda a minha carreira profissional esforçadamente granjeada na Empresa portuguesa onde ingressara quando saíra da GNR, (....) voltando a iniciá-la itinerantemente nos seus ramos internacionais, situação que obstou a que continuasse a descontar para a Previdência, como na altura se designava, durante os três a quatro anos que imediatamente se seguiram.

Meses mais tarde, ouvidas mais pessoas, mais esclarecido sobre o assunto e porque nunca me foi pago um centavo só da parte militar da reforma a que teria direito, resolvi alterar a situação e pedir a pensão unificada, para o que, já vivendo no Porto, me desloquei a Lisboa, ao Campo Grande, onde uma diligente funcionaria teve a amabilidade de me esclarecer de que demoraria uns dois ou trás meses mas que tudo me seria liquidado incluindo os retroactivos, o que, na ocasião, ela mesma calculou.

O tempo, porém, foi-se passando e a minha pensão continuava sendo só a que me era paga pela Segurança Social nada recebendo da correspondente militar e da Caixa Geral de Aposentações.

Feita a correspondente indagação por escrito junto dos Serviços, foi-me “malcriadamente” respondido em texto manuscrito que não teria direito a receber a pensão unificada uma vez que a recusara. Claro que compreendo bem que, quem recebia uma pensão inferior ao salário mínimo não tivesse direito a uma carta impressa em computador, mas entendo que os termos utilizados eram bastante impróprios de todo e qualquer esclarecimento prestado por uma entidade de serviço público.

A esta resposta, um novo meu pedido se seguiu e a troca de correspondência, cada vez menos cordata pelo lado que me tocava, foi-se mantendo, chegando a invocar-se um artigo 5º de um qualquer decreto e até – pasme-se! – a própria prescrição do meu direito.

Exposto o assunto à Provedoria de Justiça foi esta de parecer que o que eu julgava ser meu direito afinal não o era, isto numa visão tristemente legalista de uma situação que, como tantas outras carecem de outro tipo de apreciação que não só o da letra da lei mas antes do seu espírito. Interiorizei, e não só da faculdade de direito que em tempos frequentei, mas fundamentalmente por força de situações e de decisões que me vi obrigado a tomar no exercício das minhas funções de oficial da GNR, designadamente na Repartição de Justiça do Comando-Geral, que o tema “justiça” é por demais delicado para ser tratado com a leviandade da sacrossanta máxima “dura lex sed lex” tal como já o prescreve o próprio Estatuto Judiciário ao declarar que os juízes devem aplicar o direito e decidir em sentença de acordo com a Lei e com a sua consciência. Ao tema justiça terá sempre de associar-se a humanidade, o bom senso, a oportunidade e a equidade que, juntamente com os chamados princípios do direito natural sempre deverão informar o espírito do legislador e do interpretador e tantas vezes, como no caso em apreço, não só não informam como até são “toscamente” afastados. Aqui caberá um pequeníssimo aparte: - sou dos que creio que a Lei se fez para servir os homens e não os homens para servirem a Lei pelo que quando uma Lei se revele manifestamente injusta, desadequada no tempo ou desajustada da realidade dos factos e do direito que visa tutelar, deve ser ignorada ou, o que será preferível, para prevenção de casos futuros, alterada ou revogada. Mas, como tudo o indica, há quem não pense assim e de tal se aproveite desaforadamente e neste caso, esse alguém, é o próprio Estado!

Mas retomando a narrativa: - perante o impasse, decidi dirigir-me pessoalmente às sumptuosas instalações da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa, pois que aí me haviam dito que talvez pudesse buscar uma solução para o meu problema, o que não sendo verdade, me fez ser recambiado para a Caixa Geral de Aposentações. Na CGA, uma funcionária me explicou, teimosa e “tonitruantemente”, muito embora lhe tivesse explicado não ser surdo, que só aos setenta anos eu poderia pedir a minha reforma!...

Pois bem, decidi esperar, esperando também que a saúde me permitisse sobreviver até lá!

Feitos os setenta anos – a ... de 2006 – e porque ainda vivo, contrariamente ao que talvez esperassem o senhor Ministro das Finanças e os senhores da Segurança Social e da CGA, imediatamente tratei de requerer uma nova certidão do meu tempo de serviço militar, no que prontamente fui atendido pelos serviços do Arquivo Geral do Exército e, na Loja do Cidadão do Porto, apresentei, formalmente, a 18 de Maio, o meu pedido de reforma tendo sido esclarecido pela funcionária de serviço de que só daí a uns 4 ou cinco meses o pedido seria satisfeito – pelas minhas contas, no máximo em Outubro!

Ora, desde Setembro que venho procurando esclarecer a situação do meu pedido junto da CGA nunca o tendo conseguido fazer, isto em mais de 30 tentativas telefónicas e a despeito das 9 alternativas que a antipática gravação na linha nos apresenta, só por 2 vezes consegui que alguém me atendesse e me explicasse que o meu pedido foi informatizado em 22 de Maio, que o meu número de subscritor é o ... , e que os “processos” estão atrasadíssimos (ainda não acabaram de analisar os do ano passado!!!) pelo que só me restava aguardar…ou então – alvitrou-me a solícita e simpática funcionária que desta última vez me atendeu – fazer uma exposição ao senhor Presidente da Caixa.

Não lho tendo dito, apenas lhe tendo agradecido a sua sugestão e o tempo que me dispensou (e que me penitencio de ter “roubado” a outros milhares de interessados) é exactamente o que vou fazer, e precisamente com esta exposição à qual acrescentarei, além de uma pequena introdução, apenas o seguinte:

- Meu nome é Júlio ..., tenho setenta anos de idade, a caminho dos setenta e um, vivo no Porto após mais de 30 anos passados em Lisboa. Sofro de uma grave obstrução respiratória, tenho um enfisema pulmonar que me inibe de ter uma vida normal e me sujeita a frequentes visitas à urgência hospitalar e à diária companhia de uma garrafa de oxigénio. Sempre dediquei a minha vida ao serviço do país, primeiro servindo na GNR e depois na segurança privada, na .... e nas duas Empresas ... que fundei: a ... e a ... , tendo consciência de ter contribuído para que muitos bens e vidas fossem poupadas impedindo até que o incêndio do Chiado se tivesse verificado já em 1972, se não erro, mercê da oportuna intervenção do pessoal vigilante empenhado e do conjunto de providencias que logo foram tomadas – palavras do então Presidente da Câmara Municipal que assim mo transmitiu pessoalmente.

Recebo de reforma civil ... € mensais. Sei que tenho razão em tudo o que aqui deixo referido e, se mais ninguém ma der neste meu País e entretanto não morrer, tentá-lo-ei, e com desgosto e vergonha o digo, junto das instancias de direito internacionais que se ocupam dos direitos do homem pois a minha consciência impede-me de consentir que um Estado que não cumpre pontualmente as suas obrigações se arrogue no direito de vir a locupletar-se com o que me é devido desde 1997 e tanto se atrase no pagamento do que já hoje, pela simples e singela leitura da lei, me é já devedor, isto com a agravante de conhecer das condições e das razões por que o faz: - uma falsa e sacrossanta economia em obediência a critérios de uma Europa que nos retirou identidade com um total desprezo pela vida e condição humanas.
publicado por Júlio Moreno às 12:42
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Domingo, 19 de Novembro de 2006

De 360 para 365 vão 5 que poderão fazer muita diferença!...

Do PD de 19Nov06: - "Ano bancário tem apenas 360 dias quando se trata de remunerar os depósitos. Para cobrar juros tem 365 dias. Secretário de Estado da Defesa do Consumidor diz que Governo vai travar esta prática."


Os portugueses já se terão, porventura, apercebido bem do quanto têm vindo a ser enxovalhados, ludibriados, burlados, roubados, expoliados, enfim (terei de ir ao dicionário verificar se há mais sinónimos que ilustrem esta minha revolta!) pela Banca, um negócio de séculos, é certo, e surgido para financiar as excentricidades da corte francesa, mas que mais não configura, as mais das vezes, senão o crime de usura previsto e punido no Código Penal e já algumas vezes por mim aqui denunciado nestas tristes linhas!


O governo vai acabar com esta prática, diz-se na notícia! Por certo que irá dizer aos senhores banqueiros "párem lá com isso que o Povo já se está a dar conta de muita coisa e essa será mais uma acha prá fogueira..."; mas logo o presidente da respectiva associação se levantará, em defesa dos "mais que legítimos" interesses seus e dos seus parceiros, para dizer que não, que nada poderá ser mudado quanto a tal prática uma vez que é lei "consuetudinária" e eles, bancos, sempre têm de ganhar alguma "coisinha"!


Amigos, se milhares de outras não bastassem, esta, só por si, seria situação deveras alarmante no que toca à voracidade, deslealdade e ganância dos poderes instituídos perante um Povo pacífico e ordeiro - quase que me apetecia por a letra "c" antes da palavra, e que parece que só não o ser nos campos de futebol e ultimamente nas suas relações com os professores!- e que, mercê da sua gloriosa incultura, da qual até parece fazer gala, se julga manietado pelos papões daqueles que se auto-elegem como seus lídimos representantes!


E tanto assim é que corre por aí a "graça" de todos se queixarem e, pelo que parece, aceitarem, de que em épocas de eleições todos descem à rua e demonstram numa extrovertida e desusada vivacidade a sua vontade de agradar ao Povo a quem cumprimentam, beijam e sabujam, tudo prometendo, para depois, já eleitos e no poder, se marimbarem para as promessas feitas, voltarem as costas, nunca mais o vendo, a esse mesmo Povo que neles confiou e se arvorarem em acérrimos defensores da "coisa pública" que, pelo que vemos nas sessões da Assembleia a que, pela TV temos assistido, mais não têm sido do que chicana públicamente esmerada, cheia de salamaleques e de Vossas Excelências mas que, se ocorrendo em qualquer taberna, acabaria bem e tantas vezes à chapada e requerendo a intervenção da GNR!


Ora os senhores da banca alimentam os senhores da política e mal vão as coisas quando desaguisados deste tipo surgem e vêm a lume! São discussões e mais discussões, polémicas e mais polémicas, razões e mais razões mas, na prática, tudo vai arrefecendo, com o fogo cada vez mais brando até que se extinguem as brasas, todo o lume se apaga e surge, assim, a verdadeira cinza em que o país vai vivendo e, por fim, o esquecimento...


Tanto se fala no consagrado poder independente dos Tribunais. Este é independente e, ao que parece e se ainda é como nos velhos tempos aprendi, tem "ex-ofício" o sagrado dever de investigar todas as fraudes, roubos e acções criminosas que ao seu conhecimento cheguem por via de queixa, denúncia ou rumor público. A noticia é um rumor público, uma vez que - quando a mim mal, está assegurado o princípio jornalístico do segredo das fontes, - mas os magistrados têm meios, e poderes, para chegarem onde não chegarão nunca os expoliados que ao longo de uma vida inteira pagaram 365 dias de juros aos bancos e deles só receberam 360!


O Governo vai intervir e resolver a situação! Vamos a ver como nos próximos capítulos...

publicado por Júlio Moreno às 12:01
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146.gif Foto Lusa do PD da IOL

Quanto não teria valido esta farsa?

Quanto não teria valido esta farsa se o seu custo tivesse sido atribuído aos pobres do mundo e a cerimónia realizada numa igrejinha local de uma recôndita paróquia uma vez que a noiva é católica e o noivo... sabe-se lá o que é!

São isto estrelas? Estrelas de quê? Estrelas só conheço as do firmamento e que posso observar à noite e estrelados só os ovos...

Uma tristeza para um mundo já de si tristíssimo e sem alma!
publicado por Júlio Moreno às 11:22
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Domingo, 12 de Novembro de 2006

Sempre me recordei do verão de São Martinho…

Dos dias de temperatura amena, dos magustos e das castanhas assadas! Eram tão boas! Quentinhas, a estalar e queimar os dedos, escolhendo as que não tinham “bicho”, era um regalo comê-las!

Agora, se há verão de São Marinho esse é permanente vai já para uns tempos! Parece que o santo se decidiu mesmo a assentar arraiais por estas bandas e todos os dias nos brinda com temperaturas da ordem dos 22 a 25º! Isto em Novembro que deveria já ser prenúncio, ainda que suave, do tradicional Inverno que se aproximava. O sol, salvo excepções, continua a brilhar num céu sem nuvens e é quente muito quente, e perigoso, quanto dele não temos protecção. De onde a onde uma brisa resultante de um vento sem rumo certo, daqueles que faz rodar constantemente os cata-ventos das igrejas! As pessoas hesitam no que levar vestido quando saem. Se uma blusa primaveril, um vestido decotado, sem mangas, um “top” dos que mostras as barrigas tatuadas ou não das moças novas, ou um agasalho mais adequado à velha tradição dos tempos! Ou homens uma camisa aberta no colarinho, que de há muito perdeu a gravata que o espartilhava e talvez um “pullover” de malha fina, pendurado sobre os ombros e preso displicentemente pelas mangas em torno do pescoço como a moda exige.

Porém, os dias vão-se passando e poucos se vão dando conta da tremenda evolução que está acontecendo com o clima! E porque de dia para dia mais se acentuam os sinais de progresso nesse mau sentido, que seja previsível, a mais curto ou mais longo prazos, um tipo de catástrofe ambiental em tudo diferente do quanto já se viu até hoje, para além das trombas de água, dos ventos ciclónicos e mini-tornados que por aí já se têm verificado um pouco e das secas que vêm ameaçando a desertificação das zonas mais setentrionais!

E que tipo de catástrofe ambiental poderá ser essa? Interrogo-me e, no meio da mais profunda das incertezas, revejo mentalmente a teoria, exacta do ponto de vista científico e tão bem equacionada naquele filme americano que salvo erro se chamava “O Dia depois de Amanh㔠e no qual as nossas latitudes eram invadidas pelo gelo polar que tudo destruía à medida do seu avanço e tudo porque houve mudanças nas corrente oceânicas do Atlântico Norte! E vejo hoje nos jornais e nos noticiários radiofónicos ou da televisão que os cientistas de todo o mundo, e muito particularmente os nossos, se vêm mostrando preocupados com o aumento progressivo das temperaturas das águas dos mares!

É o efeito de estufa no seu desenvolvimento progressivamente inexorável a menos que tenhamos o bom senso de retornar a alguns hábitos do passado ou, no meio de tanta evolução tecnológica e científica, descubramos o modo de continuarmos vivendo a modernidade e o conforto a que nos habituámos, sem contaminar o ar, sem produzir as emissões incomensuráveis de monóxido e dióxido de carbono para a atmosfera! São guerras, bombas, carros, aviões, fábricas e lixo, sobretudo lixo moderno e que urge destruir, sobretudo por incineração, que estão causando o perigoso caminho que dia a dia vamos percorrendo!

Eu sei, por experiência própria quão difícil será abandonar certos hábitos e certas comodidades da vida moderna mas penso que é absolutamente necessário fazê-lo sob pena de dentro em pouco não haver vida nenhuma!
publicado por Júlio Moreno às 15:13
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O meu contributo para o Orçamento do Estado.

O mundo científico ficará perplexo com o que poderá ainda vir a ser anunciado pelo governo de Sócrates pela voz do senhor Ministro da saúde!

O Orçamento de Estado irá contemplar um projecto de investimento que irá permitir ao governo poupar milhões na área da saúde pública. E o projecto, embora de grande complexidade técnico-científica será de relativamente simples conceptualização: - primeiro em regime de voluntariado mas progressivamente se tornando obrigatório e compulsivo para todo o cidadão, consistirá no seguinte:

Uma fibra óptica garantidamente resistente aos ácidos estomacais será, numa das extremidades, firmemente implantada no maxilar inferior do indivíduo e, posteriormente, transportada numa cápsula especial que, uma vez engolida, progressivamente a irá libertando, distendendo-a ao longo de todo o tracto intestinal até ao ânus onde será fixada firmemente num dos pequenos ossos do coccxis. Essa fibra, assim como outras que serão implantadas noutros órgãos: coração, fígado, pâncreas, baço, pulmões, rins, músculos e sistemas circulatório e linfático além das diversas áreas cerebrais, estarão ligadas a um pequeníssimo receptor-emissor implantado algures numa massa muscular, cuja energia será fornecida pelo movimento orgânico e suportado por pequenas pilhas de reserva, que emitirá em permanência, dia a e noite, para um computador do Centro Nacional de Saúde os sinais vitais recolhidos em cada indivíduo, catalogado e identificado este pelos seus nome, residência e números de bilhetes de identidade e de contribuinte ou de CU..

Detectada alguma anomalia imediatamente o computador activará a enciclopédica farmacológica que procurará na ficha clínica do paciente, em face das informações recebidas e por ordem crescente de custo e de eficiência, dentre os produtos necessários para combate à doença detectada e compatíveis com o estado do paciente (de gravidez, se for mulher, por exemplo ou de medicação habitual se doente crónico), enviando imediata ordem de fornecimento gratuito à farmácia da área da sua residência, ou à mais próxima, se este se encontrar dela deslocado, caso em que o avisará através de um micro-altifalante implantado num dos ouvidos, de que deverá permanecer no local até receber a assistência devida. Nos casos mais melindrosos ou na hipótese – muito remota - de avaria do sistema uma ambulância ou um helicóptero deslocar-se-á ao local onde se encontrar o doente transportando-o ao centro hospitalar da região, dotado apenas de um modular serviço de urgência, onde será tratado da forma tradicional e devolvido à sua residência onde deverá permanecer, acamado ou não, até receber alta.

O sistema denominado “GS” (Gago/Sócrates) que, simultaneamente, prestará as necessárias informações aos serviços da Segurança Social e à entidade empregadora ou funerária, conforme os casos, entrará em funcionamento experimental já no próximo dia 1 de Janeiro de 2007, prevendo-se que esteja a funcionar em pleno em meados do próximo ano, com isso determinando o êxodo maciço de médicos e de enfermeiros, e com estes dos respectivos elementos familiares, contribuindo enormemente para a baixa do desemprego, para os países africanos de menores recursos ou para amazónia, e com isso determinando uma economia global de encargos de cerca de 2 biliões de euros por ano nos dois primeiros anos e de mais de 10 biliões quando a população portuguesa se encontrar totalmente monitorizada pelo sistema.

Afinal sempre haverá investimento público e não so na Ota e no TGV...
publicado por Júlio Moreno às 13:47
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Quinta-feira, 9 de Novembro de 2006

Como a vida de hoje passa por estranhas “modas”…

Quando era rapaz lembro-me de ouvir dizer, lá por casa, que o melhor era enveredar pela carreira do serviço público porque, acontecesse o que acontecesse, essa, ao menos, era garantida e garantidos estariam os seus, já então reconhecidos, injustos e magríssimos proventos.

Recordo-me de que um médico se formava em medicina para a exercer durante toda a vida, procurando cada vez mais especializar-se na sua profissão e manter-se a par dos avanços técnicos que nela iam ocorrendo; que um professor, um investigador, um engenheiro, um arquitecto (com as técnicas e os matérias em crescendo de evolução) um marceneiro, um artífice, enfim, qualquer um, mas todos dando corpo e vida ao que sentiam ser a sua vocação e cada vez mais se procurando actualizar e aperfeiçoar na arte a que se dedicaram.

Hoje, porém, a “moda” é outra! Por via de uma ciência nova e que tem vindo a revelar-se predominante tutora de todas as demais – refiro-me à economia, arte novíssima e omnipresente no novíssimo mundo em que vivemos e que já na velha Coimbra do meu tempo merecia a quadra: “cursou o i superior (alínea de economia) /talento não há quem lho veja / pode ser que ele seja um doutor / mas também pode ser que não seja” – por via dessa novíssima ciência nenhuma profissão se deverá considerar para a vida, isto é, cada um deve estar preparado para de médico passar a tecelão, de engenheiro a motorista de táxi, e talvez de advogado a comentador radiofónico ou televisivo bastando para isso que, reunindo as condições básica dos políticos de bancada, que tantas vezes vemos na tribuna debitando os seus infindáveis jorros de palavras muitas das quais sem nexo nem coordenação ideológica, para já não falar em sintaxe ou mesmo em erros morfológicos, arranje uma forma de obter um “canudo” num dos noveis cursilhos dos vários que por aí vão aparecendo.

Mas – cuidado! – tudo isto sempre sob a batuta da “mestra” economia que tudo domina, regula e se mostra cada vez mais infalível e indispensável!

Ver hoje a discussão do Orçamento ou uma qualquer outra sessão da Assembleia da República é melhor do que ir a um espectáculo de circo! Não faltam os artistas, melhores ou piores no seu desempenho, as atitudes dramáticas ou grotescas e apalhaçadas de alguns intervenientes e as sábias palavras dos que se julgam mais entendidos e vão abrindo pausas nos seus discursos e olhando inquisitoriamente o auditório sempre que se julgam dignos de aplauso.

Ver o primeiro-e-único-ministro falar da sua cátedra é o mesmo que assistir numa feira ambulante ao arrazoado tonitruante do vendedor da banha da cobra que, não precisando de megafone, finda a sessão, não só vendeu todo o seu produto como até a própria bancada onde o expunha. Mas ver a oposição nos seus discursos é interrogarmo-nos, as mais das vezes, em saber o que tem a ver a cara com a careta tão díspares e desencontradas são as matérias sobre que por tantas vezes decore a sua argumentação! Assistir à Assembleia no seu todo é ver muitos deputados bocejando, quando não mesmo dormindo, outros conversando animadamente sobre tudo menos com o que no momento se discute e outros ainda, displicentemente, entrando e saindo, majestosos, para estender as pernas, fumar o cigarrito e ou tomar o seu café quando não mesmo para se “pirarem” dali porque outros valores mais altos se terão, entretanto “alevantado” avisados que foram por essas terríveis máquinas modernas de comunicação que apitam e tocam por todo o lado as mais estranhas e estrábicas melodias! Mas tudo isto depois de assinada a respectiva folha de presença, claro!

Curiosamente, nesta especialíssima “classe profissional” raras são as mudanças preconizadas pelas novas lições da economia: - raros são os casos em que os políticos deixam de o ser e se dedicam a outra profissão. Ou estão no “activo”, viajando alegremente por esse mundo por conta do erário público, ou cumprindo a maçada de se deslocarem à A.R. nos dias de sessão, ou, por baixo da mesa, vistos os conhecimentos especializados que alcançaram, acolitando os sucessores e, para passar o tempo, que a reforma ou a choruda indemnização essa lhe foi assegurada, ocupando novos cargos nunca abaixo de administradores numa qualquer empresa pública e privada não importa de que ramo – veja-se o caso do Sr.Gomes que após a Câmara do Porto, o Ministério da Administração Interna, de tristíssima memória, foi nomeado administrador da Galp dados os seus profundos conhecimentos em economia de petróleos com vencimento de mais de 15 mil euros mensais!

Tudo isto a propósito do Orçamento que agora se discute (com “O” maiúsculo e por respeito pois não me esqueço de que Salazar já obrigava os cidadãos a descobrirem-se quando no interior de uma Repartição de Finanças). Um Orçamento que é para cumprir se, por acaso, for cumprido porque comprido ele não é!

E já agora, que falamos de Parlamento, digam-me se não era avisadas as directivas do “famigerado ditador” que nunca proibiu um deputado de apresentar qualquer nova iniciativa parlamentar da sua competência na Assembleia Nacional, fosse ela proposta de lei ou qualquer outra. O que lhes impunha era apenas uma condição: - nada poderia ser feito desde que envolvesse aumento de despesa ou diminuição de receita e sem que, previamente, alguns deles se congratulassem com algum feito da véspera ou obra pública recém inaugurada! E foi assim que o país terá estagnado um pouco mas seguramente escapado, ao invés de quase toda a Europa, aos indescritíveis horrores da segunda guerra mundial; mas foi assim que terá conseguido a “pesada” herança (em ouro e crédito internacional) que os senhores do post-revolução de Abril se apressaram em desbaratar com as novas iniciativas democráticas a que se vêm dedicando!

Esquecia-me de dizer que, tal como as profissões, também a seriedade hoje já não é para toda a vida…
publicado por Júlio Moreno às 14:07
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Quarta-feira, 8 de Novembro de 2006

A propósito do referendo que vem aí…

Transcrevo aqui o e-mail que me foi enviado por uma Amiga porque o acho extremamente oportuno e importante no momento que passa.. Como ela me recomenda, "vale a pena ler" e eu acrescentaria “e pensar também”…


"Frases do Prof. Lejeune (o pesquisador francês que identificou a origem genética da chamada Síndrome de Down) "Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele." "Penso pessoalmente que diante de um feto que corre um risco, não há outra solução senão deixá-lo correr esse risco. Porque, se se mata, transforma-se o risco de 50% em 100% e não se poderá salvar em caso nenhum. Um feto é um paciente, e a medicina é feita para curar... Toda a discussão técnica, moral ou jurídica é supérflua: é preciso simplesmente escolher entre a medicina que cura e a medicina que mata". "A sociedade não tem que lutar contra a doença, suprimindo o doente." "Um único critério mede a qualidade de uma civilização: o respeito que ela prodiga aos mais fracos de seus membros. Uma sociedade que esquece isso está ameaçada de destruição. A civilização consiste, muito exactamente, em fornecer aos homens o que a natureza não lhes deu. Quando uma sociedade não admite os deserdados, ela vira as costas à civilização" "Logo que os 23 cromossomas paternos trazidos pelos espermatozóide e os 23 cromossomas maternos trazidos pelo óvulo se unem, toda a informação necessária e suficiente para a constituição genética do novo ser humano se encontra reunida". "O facto de que a criança se desenvolve em seguida durante 9 meses no seio de sua mãe, em nada modifica a sua condição humana." "Assim que é concebido, um homem é um homem". "Não quero repetir o óbvio, mas na verdade, a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomas masculinos se encontram com os 23 cromossomas femininos, todos os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão presentes. A fecundação é o marco da vida" "...Se logo no início, justamente depois da concepção, dias antes da implantação, retirássemos uma só célula do pequeno ser individual, ainda com aspecto de amora, poderíamos cultivá-la e examinar os seus cromossomas. E se um estudante, olhando-a ao microscópio não pudesse reconhecer o número, a forma e o padrão das bandas desses cromossomas, e não pudesse dizer, sem vacilações, se procede de um chimpanzé ou de um ser humano, seria reprovado. Aceitar o facto de que, depois da fertilização, um novo ser humano começou a existir não é uma questão de gosto ou de opinião. A natureza humana do ser humano, desde a sua concepção até à sua velhice não é uma disputa metafísica. É uma simples evidência experimental." "No princípio do ser há uma mensagem, essa mensagem contém a vida e essa mensagem é uma vida humana".


I. O PRINCÍPIO DO SER HUMANO* (*) Artigo do Prof. Jerôme Lejeune (o pesquisador francês que identificou a origem genética da chamada Síndrome de Down) publicado sob este título em Laissez-les vivre, Éd. Pierre Lethielleux, Paris, 1975, págs. 17-29. A CÉLULA ORIGINAL E O GRAVADOR A transmissão da vida é um facto paradoxal. Por um lado, sabemos com certeza que o laço que une os pais aos filhos é material, já que o novo ser surgirá do encontro de duas células, o óvulo da mãe e o espermatozóide do pai. Mas, por outro, sabemos com igual certeza que nenhuma das moléculas, nenhum dos átomos que constituem a célula originária tem a menor possibilidade de ser transmitido, tal qual é, à geração seguinte. Torna-se óbvio, portanto, que o que se transmite não é a matéria dos pais, mas uma determinada modificação desta; ou, mais exactamente, uma forma. Mesmo sem evocarmos o complexo mecanismo das macromoléculas codificadas que são os vectores da herança, este paradoxo desaparece se observarmos que é comum a todos os processos de reprodução, naturais ou inventados. Uma estátua, por exemplo, requer um substrato material, de bronze, mármore ou barro. Durante a reprodução, existe em cada instante uma contiguidade de matéria entre a estátua e o molde, ou entre o molde e a réplica. O que se reproduz, porém, não é o material, que pode variar segundo a vontade do fundidor, mas exactamente a forma dada à matéria pelo génio do escultor. A reprodução dos seres vivos é, certamente, muito mais delicada que a de uma forma inanimada, mas segue o mesmo caminho, como no-lo demonstra um exemplo corrente. Na fita cassette é possível gravar, por meio de minúsculas modificações de imantação, uma série de sinais que correspondem, por exemplo, à execução de uma sinfonia. Essa fita, colocada num aparelho, reproduzirá a sinfonia, embora nem o gravador nem a fita contenham os instrumentos ou mesmo a partitura. É de uma maneira semelhante que se reproduz o organismo vivo. A fita de gravação é incrivelmente ténue, pois está representada pela molécula de DNA, cuja pequenez confunde a inteligência. Para fazermos uma ideia, se se reunisse num mesmo ponto o conjunto das moléculas de DNA que especificassem todas e cada uma das qualidades físicas dos seis bilhões de homens que existem neste planeta, essa quantidade de matéria caberia facilmente dentro de um dedal. A célula original do ser humano é semelhante ao gravador com a fita. Mal o mecanismo se põe em funcionamento, a vida humana desenvolve-se de acordo com o seu próprio programa, e se o nosso organismo é efectivamente um aglomerado de matéria animado por uma natureza humana, isso se deve a esta informação primitiva, e somente a ela. O facto de o ser humano dever desenvolver-se no seio do organismo materno durante os seus nove primeiros meses não modifica em nada este facto. Para a mais estrita análise biológica, o princípio do ser remonta à fecundação, e toda a existência, desde as primeiras divisões celulares até à morte, não é senão a ampliação do tema originário. A VERDADEIRA HISTÓRIA DO PEQUENO POLEGAR A primeira célula que se divide activamente, esse primeiro conglomerado celular em incessante organização, a pequena mórula que vai aninhar-se na parede uterina - será já um ser humano diferente da sua mãe? Sim. Não somente a sua individualidade genética já está estabelecida, como acabamos de ver, mas este minúsculo embrião, no sexto ou sétimo dia da sua vida, com um tamanho de um milímetro e meio apenas, é já capaz de presidir ao seu próprio destino. É ele, e somente ele, quem por uma mensagem química estimula o funcionamento do corpo amarelo do ovário e suspende o ciclo menstrual da sua mãe. Obriga assim a mãe a protegê-lo; faz já dela o que quer, e continuará a fazê-lo daí por diante. Quinze dias após a suspensão das regras, quer dizer, na idade real de um mês (já que a fecundação não pode ocorrer senão no 15º dia do ciclo), o ser humano mede quatro milímetros e meio. O seu minúsculo coração palpita já há uma semana, e estão esboçados os seus braços, pés, cabeça e cérebro. Sessenta dias depois, mede, da cabeça às nádegas, uns três centímetros. Caberia, dobrado, numa casca de noz. No interior de um punho fechado seria invisível, e este punho poderia esmagá-lo, num descuido, sem sequer o perceber. Mas abri a mão, e vereis que está quase terminado: mãos, pés, cabeça, órgãos, tudo está no seu lugar e só tem que desenvolver-se. Olhai mais de perto, e podereis ler-lhe as linhas da mão e dizer-lhe a sina. E mais de perto ainda, com um microscópio comum, podereis decifrar as suas impressões digitais. Ali está tudo o que é necessário para estabelecer a sua carteira de identidade. O sexo parece ainda mal definido, mas olhai muito de perto a glândula genital: evolui já como um testículo, se é um menino, ou como um ovário, se é uma menina. O incrível Pequeno Polegar, o homem mais pequeno que o polegar, existe realmente; não o da lenda, mas aquele que foi cada um de nós. Mas após dois meses funciona já o sistema nervoso? Sim. Se lhe roçarmos o lábio superior com um cabelo, o feto mexe os braços, o corpo e a cabeça com um movimento de fuga. Aos três meses, se lhe tocarmos o lábio superior, volta a cabeça, pestaneja, franze as sobrancelhas, aperta os punhos e os lábios; depois sorri, abre a boca e consola-se com um trago de líquido amniótico. Às vezes, nada vigorosamente na sua bolsa amniótica e revira-se num segundo! Aos quatro meses, mexe-se com tanta vivacidade que a mãe sente os seus movimentos. Graças à ausência quase total de gravidade na sua cápsula de cosmonauta, dá numerosas voltas, actos que demorará anos a realizar de novo ao ar livre. Aos cinco meses, agarra fortemente o minúsculo bastonete que se lhe põe na mão e começa a chupar o polegar esperando a libertação. É verdade que a maior parte das crianças nasce aos nove meses. Mas está já perfeitamente desenvolvida aos cinco. A cada dia a ciência nos descobre um pouco mais acerca desta maravilha da existência oculta, deste mundo formigante de vida dos homens minúsculos, mais encantador ainda que o dos contos de fadas. Pois os contos foram inventados com base nesta história verdadeira, e se as aventuras do Pequeno Polegar encantaram sempre a infância, é porque todas as crianças, e todos os adultos em que elas se converteram, foram um dia um Pequeno Polegar no seio de sua mãe. QUANDO ESTÁ TERMINADO O HOMEM? Resta ver a qualidade mais especificamente humana, aquela que distingue o homem de todos os animais, a inteligência. Quando aparece? Aos seis dias, aos seis meses, aos seis anos ou mais tarde? Responder com uma só palavra não teria sentido algum; mas podemos, sim, distinguir as etapas do órgão da inteligência, que é acessível à observação. O cérebro está no seu lugar passados dois meses, mas serão necessários os nove meses completos para que se constituam totalmente os seus dez milhões de células. Na criança que nasce, está então acabado o cérebro? Não. As inúmeras conexões que unem cada célula, por milhares de contactos, a todas as outras, não se estabelecerão totalmente senão aos seis ou sete anos de idade - o que corresponde à idade da razão. E esta complicada teia de circuitos não poderá desenvolver a sua plena potência senão quando o seu mecanismo químico e eléctrico estiver suficientemente rodado, isto é, aos quinze ou dezasseis anos, idade da plenitude da inteligência abstracta. Isto é tão certo que, passada essa idade, os especialistas em psicometria começam a preocupar-se com os estudantes, já que o inevitável envelhecimento começa aos vinte. E que dizer das inexplicáveis modificações que, em cada dia, o próprio exercício do pensamento necessariamente acarreta? Quantas destas minúsculas rectificações químicas ou anatómicas nesta imensa rede pensante são necessárias para definir finalmente o carácter, a experiência, ou o prémio de consolação que nos outorga o tempo passado? Quanto tempo é necessário para fazer um homem? Napoleão dizia que são precisos vinte anos. Um filósofo diria: pelo menos uma vida inteira... e depois a eternidade, acrescenta o cristão, unindo-se desta forma ao tempo do biólogo. Através do longo rodeio de uma paciente observação, o médico volta a descobrir uma verdade evidente que a linguagem comum reconheceu sempre: o homem nunca está terminado. Terminado o Pequeno Polegar que se faz criança de peito? Terminado o escolar que se faz adulto? E o próprio adulto estará terminado, quando persiste ainda no seu próprio devir? Dizer que um homem está "terminado" não é a condenação mais grave? Quando recebe o golpe de graça, não se diz que o "acabaram"? Só se pode julgar aquilo que já se realizou, com base nas provas produzidas; e o julgamento conduz à sanção: recompensa ou castigo, conforme o exija a justiça. Mas quem pode arrogar-se o direito de julgar a própria inocência? Condenar um feto pelo futuro, é deixar de ver que o homem está já aí, e que só lhe falta acordar. No coma profundo ou sob anestesia geral, o acidentado não pensa; está inerte e insensível. Por que motivo, durante esta suspensão de toda a actividade mental, a sua vida é sagrada? Porque esperamos o seu despertar. Pretender que o sono da existência obscura no seio da mãe não é o sono de um homem é um erro de método. Pois se todos os raciocínios não podem comover, se toda a biologia moderna parece insuficiente, se até se rejeitassem átomos e moléculas, e se mesmo tudo isso não pudesse convencer-nos, um só facto o poderia. Basta que esperemos algum tempo. Isso que tomais por uma mórula informe dir-vos-á um dia o que era, convertendo-se, como vós mesmos, num homem. E a experiência é fiel. Nada de parecido aconteceria se tivéssemos predito um acontecimento semelhante a propósito -- Mais Vida Mais Família""


Depois disto, restarão dúvidas?

publicado por Júlio Moreno às 23:41
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