Domingo, 14 de Outubro de 2007

Foi de raspão…

Foi de raspão, mas li e ouvi ontem algures, creio que na televisão, que o filho de um ilustre banqueiro da nossa praça, de cujo banco sou de há muito cliente, mas, para quem eu já morri e estarei, pelos vistos, já bem enterrado isto desde que completei 65 anos de idade, pois foi com essa desculpa ou argumento que me recusaram o pedido de empréstimo que. há 3 ou 4 anos fiz, de 3.000 euros para tentar equilibrar a minha mais do que fragilizada economia, depauperada pela miserável reforma que aufiro e pelo roubo escandaloso que, desde Marco de 1995, o Estado me vem fazendo, ao não me ter pago desde aquela data e até 2006, a pensão correspondente ao meu tempo de serviço militar, (cerca de 31 mil euros! uma fortuna para mim!...) isto não obstante as minhas insistentes exposições e pedidos para que o assunto fosse examinado não à luz do actual “direito” – que o tenho para mim como muito mais do que duvidoso e servido por ópticas plurifocais – mas sim à luz de uma Justiça verdadeira, isenta de trocadilhos, interpretações ou outros interesses que não sejam os que o seu próprio conceito encerra.


Mas isto são outras águas e por elas me verei, certamente na contingência de ter de navagar, já que efectivamente não morri ainda, no mar do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, onde tenho a esperança de ver reposta a equidade e a justiça que sucessivamente por cá me vem sendo denegada ou até, como neste momento, ignorada.


Mas, dizia eu ter sido de raspão que li e ouvi a notícia – pasme-se! – de que um filho daquele mesmo senhor terá ficado a dever ao Banco a miséria de 12 milhões de euros e que nada terá sido feito ainda para os cobrar tendo sido a dívida pura e simplesmente perdoada por haver sido considerada incobrável!


Será que li e ouvi bem?


Ou será que, afinal, e bem ao contrário do que antes pensava, os bancos mais não são do que gestores agiotas e tantas vezes “irresponsáveis” do “nosso” dinheiro, seja ele muito ou pouco, e que já não têm por obrigação tudo fazerem para terem as suas contas bem claras e em dia, "transparentes" como hoje se usa dizer?


No caso concreto e a ser verdade, será que o estarão? Perante isto, não posso, por mais que queira, deixar de pensar e reflectir nas sábias palavras de Sua Excelência Reverendíssima o Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano e enviado especial de Bento XVI que, em nome do Papa, ontem veio inaugurar a Fátima a Igreja da Santíssima Trindade, de que é tempo de que os pequenos, que somos tantos!, ao exemplo do que há séculos atrás fizeram os nossos ancestrais, se rebelarem contra os grandes, que, sendo tão poucos!, nos espezinham e humilham no dia-a-dia da nossa penosa existência!


Profecia? Incentivo? Palavra de ordem perante o caos em que o mundo sábio das sacrossantas “economias” se vem transformando e nos vem escravizando? Não sei. De quem o saiba que venha a resposta; de mim apenas  poderá vir a revolta e a pena de não poder regressar à minha juventude e credo de então pois certamente a minha vida teria sido bem diferente da que foi e continua a ser…

publicado por Júlio Moreno às 19:15
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Sábado, 13 de Outubro de 2007

Porque sou crente e acredito em Deus

Sou crente e acredito em Deus – num Deus - chame-se Ele Jesus, Ala, Buda, Confúcio ou Brahma, e, tal como toda a humanidade ao longo dos milénios, também eu vivo envolto pelo mistério do Cristianismo, do Judaísmo, do Islamismo, do Xintoísmo, do Taoísmo, do Hinduísmo e de tantas outras formas só aparentemente diferentes do mesmo “CRER - ACREDITAR”.


Todavia e ao contrário do que com muitos acontece, não necessito de qualquer formação especial ou teológica, para explicar o que sinto no meu interior mais íntimo e profundo, quando vejo, como ontem vi, a serena imagem de Nossa Senhora de Fátima e acabo agora mesmo de ouvir, na rádio, pela voz do legado especial do Papa às comemorações dos 90 anos das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, além dessa mesma afirmação da existência de Deus e da Virgem, um apelo - com o qual concordo absolutamente - dirigido aos homens para que se rebelem contra o laicismo mas que temo venha a ser um dos mais trágicos episódios da história humana.


Sei das inúmeras teorias, se bem que nunca as tenha conseguido compreender completamente, que procuram explicar à luz da física (do Big-Bang!) ou das milionárias mutações genéticas a origem do Universo e do Homem.


Porém, o que nenhuma dessas elaboradas e complexas teorias nunca logrou explicar foi como do “nada”, do "nada absoluto", que a minha pobre inteligência não só admite como exige que tenha existido, algo se possa ter formado, alguma matéria para dar lugar ao famoso “big-bang” ou alguma célula para dar lugar a um ser vivo.


Perante a grandiosidade do mar, a majestade das montanhas, o impenetrável milagre que faz orientar as abelhas ou os pombos, a biodiversidade das espécies vivas, quaisquer que elas sejam, o meu olhar extasia-se e a minha alma enche-se ao mesmo tempo que o meu intelecto como que se fecha, subitamente bloqueado, a outro tipo de discernimento e compreensão que não seja o da existência de Deus, de um Deus com qualquer designação ou nome mas que tenha sido o verdadeiro e único engenheiro de toda esta “OBRA MEGESTOSA E ÙNICA” que nos envolve, rodeia e integra a todos…


Porém, e porque sinto que vivo no centro de um imenso oceano de injustiças e de verdadeiras atrocidades humanitárias, à sombra de uns “ilustres” que se proclamam “laicos” – porque ateus ou agnósticos pura e simplesmente são utópicos e não existem - “laicos” esses com os quais, porque nada faço que os contrarie, temo que compartilhe uma certa quota de responsabilidade e que, numa outra vida, sobre mim recaia e me venha a ser exigida, aqui me revolto contra os aqueles que – e são tão poucos! – vêm espezinhando e escravizando a enorme, melancólica e adormecida maioria dos que nada tendo aceitam assim a sua sorte de miséria e sofrimento até que a morte os liberte e leve para a eternidade na qual, se calhar, nunca pensaram ou sequer acreditaram…


Sou crente porque os meus olhos contemplam o mar e as montanhas, o sol e a lua e a minha mente nunca conseguirá doutra forma explicar a sua existência e aos sábios, físicos, matemáticos e sobretudos aos economistas – os deuses da actualidade! – apenas peço se detenham alguns momentos nos múltiplos afazeres das suas árduas tarefas de extorquir aos outros o que só a si beneficia, e se reclinem um pouco nas suas cómodas poltronas, fumando ou não fumando o seu saboroso charuto e bebendo ou não bebendo o seu favorito whisky ou Porto, e façam a si mesmos a secular pergunta: - Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

publicado por Júlio Moreno às 16:54
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