Em tempos que já lá vão, e há muito, infelizmente!, comandava eu uma Companhia numa Unidade do Exército, cuja caserna, (superlotada), era uma autêntica vergonha de sujidade e de humidade nas paredes, (por muito que fosse lavada) quando foi anunciada para muito em breve a visita do general Comandante da Região Militar.
Comprometido e preocupado, aproveitei a ocasião do almoço na messe de oficiais para falar com o Comandante sobre o assunto tendo-me ele respondido que tratasse de caiar a caserna com os fundos do saco azul que a Companhia deveria ter
Surpreendido, indaguei ainda: . Saco azul? Mas eu nunca ouvi falar nisso!...
Vá ao Conselho Administrativo que lá lhe explicam..." - respondeu-me o Comandante, de forma evasiva e dando-me uma pancadinha no ombro.
No final do almoço foi a primeira coisa que fiz.
Dirigi-me ao Conselho Administrativo da Unidade e aí perguntei a um velho e saudoso capitão do QSGE o que era isso do Saco azul da minha Companhia, ao que ele, rindo-se, me respondeu em tom de veras enigmático:
- Vá ao Primeiro-sargento da sua Companhia e peça-lhe para lho dar com isso já poderá pintar duas casernas .
Foi, pois, com a maior surpresa, que o velho a amigo Primeiro-sargento da Companhia, abrindo o cofre de que eu e ele tínhamos a chave e o segredo mas que eu nunca abrira, retirou de lá de dentro uma considerável soma de dinheiro que disse ser aquele o famoso saco azul.
- Mas como é isso? - indaguei surpreso e inocentemente. - O dinheiro nasce aí? Donde vem isso?.
Então, com a velha sabedoria dos muitos anos de tarimba, ele, sorrindo, respondeu-me :
- Lembra-se da quantidade de dispensas de fim-de-semana que eu lhe levo para assinar e para o pessoal ir a casa?
Claro que lembro respondi e sempre com os fundamentos que me tem explicado, de necessidades várias, de mérito, etc..!
-Pois é respondeu ele os fundamentos estão todos certos e são verdadeiros, só que as importâncias dos ranchos que seriam consumidos e assim não o são revertem para os sacos azuis das Companhias que dispensam o pessoal e todos os meses o Conselho Administrativo nos faz a entrega dessas importâncias. Compreende agora donde vem o dinheiro?
Mandadas comprar à drogaria da esquina as tintas e os pincéis necessários, abismado e espantado ainda com tamanha e santa ignorância e, sobretudo, com tão indesculpável inocência, devo ter comandado então:
- Companhia! Firme. Mão pincéis! Esquerda volver!... Em frente; - caiar!....
E a Companhia ficou de tal forma um brinquinho que até foi gabada pelo seu asseio durante a visita que o general nos fez daí a dias!...
E fala-se hoje tanto de sacos azuis e de tantas cores! É mesmo de quem não sabe o que mais dizer ou não tem memória ou simplesmente quer enganar o Zé Povinho!
Sou incapaz de entender o alcance da reforma judicial que todos os dias me surpreende pela negativa.
O que está acontecendo apenas se me explicará por duas razões: - libertam-se delinquentes para se beneficiarem as estatísticas europeias e assim se intrujar o Povo e o mundo, mostrando-se um País que não é e para se poupar na alimentação dos reclusos que tem direito a cama mesa e roupa mais ou menos lavada...
O que se pode exigir às polícias?
Que façam de palhaços e de fantoches perante os criminosos com quem se cruzam na rua diariamente?
Pobre País que tais governantes geraste e tens de suportar, restando ver até quando
(Motivou este meu "post" a indignação provocada pela seguinte notícia que acabo de ver publicada no PD de hoje e que transcrevo seguidamente:)
"Morreu amarrado a uma grade: arguidos libertados 2007/12/29 | 21:15
"Quatro jovens estavam em prisão preventiva. Advogado recorreu Uma familiar do homem que morreu amarrado à grade da janela de um café em Borralheira de Orjais, Covilhã, criticou a decisão judicial que libertou os jovens que estavam em prisão preventiva, noticia a Lusa. Os quatro jovens suspeitos do homicídio de João Inácio, 42 anos, encontravam-se em prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional da Covilhã, mas foram libertados sexta-feira por decisão do Tribunal da Relação de Coimbra. «Sempre soube que eles poderiam sair a qualquer momento, mas fiquei totalmente surpreendida, pois pela justiça que temos no país, nunca pensei que saíssem tão depressa», disse hoje à Agência Lusa, Cátia Almeida, sobrinha da vítima. Cátia Almeida acrescentou que a família vai aguardar pelo resultado das investigações e do julgamento, esperando que «seja feita justiça, pois eles devem pagar por aquilo que fizeram». «Algum castigo deverão ter, nem que seja já este tempo que passaram na cadeia», frisou, adiantando que o advogado da família da vítima já tinha alertado para a possibilidade de os jovens serem libertados a qualquer momento. A libertação dos suspeitos ocorreu depois de os advogados terem recorrido da medida de coacção aplicada pelo Tribunal da Covilhã que ouviu os suspeitos na sequência dos acontecimentos registados na madrugada do dia 28 de Outubro na aldeia de Borralheira de Orjais, Teixoso, concelho da Covilhã. Os detidos, que foram postos em liberdade na noite de sexta-feira, terão ficado sujeitos a medidas de coacção que se desconhecem. Contactado pela Agência Lusa, Fernando Afonso, pai de um dos jovens, confirmou a sua libertação mas disse desconhecer as medidas de coacção ditadas pelo Tribunal.""
São pouco mais ou menos 20h10 deste dia 28 de Dezembro de 2007 e ouço na TV (RTP1) o "pivot" entrevistar um comentador político-economista, para mim desconhecido, sobre o que se passa na Caixa Geral de Depósitos a propósito da actual, e escandalosa!, crise do Millennium BCP.
Discutiam as pressões dos partidos políticos para que não fossem ambos do PS - o partido do governo - os cargos de liderança de ambas as Instituições Bancárias, reclamando o PSD, pela voz do seu eleito Presidente, que não fosse o cargo do novo Presidente da Caixa preenchido por uma entidade afecta ao partido "socrático" de tão triste memória!
Parecia pacífica a discussão e, para além de uma tecnicidade bastante duvidosa por parte do, para mim, desconhecido entrevistado, a dado momento - pasme-se! - este ousou proferir uma curiosíssima frase-comentário a propósito da "legítima" pretenção do Presidente do PSD. - Dizia ele: "... costuma dizer-se que vozes de burro não chegam ao céu mas, pelos vistos, esta chegou!..." querendo, sem qualquer margem para dúvidas e com esta arrogante, estúpida, descabida e malcriada afirmação, uma de duas coisas: - ou, descaradamente, chamar "burro" ao Dr. Filipe Meneses, Presidente do PSD; ou a si mesmo, porque o será de facto ao não se dar conta de que foi a si mesmo que se apelidou de "burro", e correctamente de facto, por não perceber que assim o fazia já que, levado pela paixão clubista que evidenciou, se não ter dado conta do tremendo impropério insultuoso que proferiu em relação a uma pessoa que talvez lhe devesse merecer algum respeito, pelo menos público!
Ah!... No tempo do Eça de Queiróz, do Ramalho Ortigão "isto" era o suficiente para que alguém mandasse, amanhã pela manhãzinha, os seus padrinhos procurar o "menino" ofensor e malcriado a dim de lhe exigir as necessárias explicações que, a não serem dadas, humilhantemente e no próprio local onde tinham sido proferidas, teriam então de ser defendidas pela força das armas, a tiro ou à espada, que não só à "língua" porque a honra de quem quer que seja não se mancha assim tão impunemente, mesmo que o Ministério Público lhes não dê, como é sua obrigação, os ouvidos que deveria dar...
Tristes tempos estes em que vivemos e em que meia dúzia de emproados e inúteis bem-falantes são doutorados em tudo até mesmo em futebol! e nos atroam os ouvidos com diatribes e disparates como o que acabo de agora relatar...
Mas, - é caso para se dizer que "o tiro lhe terá saído pela culatra", - pois ter-se-á enganado o comentador que venho referindo.- a voz do reclamante terá efectivamente chegado ao céu e Deus, que a ouviu, mandou-lhe dar-lhe, como resposta: - perdoa-lhe Filipe que não sabe o que diz!
. Mais uma vez mão amiga me...
. Um tristíssimo exemplo de...
. A greve como arma polític...
. A crise, o Congresso do P...
. O jornalismo e a notícia ...
. Passos Coelho: A mentira ...
. Oásis
. Memórias