Sábado, 31 de Outubro de 2009

O programa “IDOLOS” da SIC e o seu emérito Júri

É perfeitamente confrangedor, para quem assista, por engano e como eu, a alguns passos deste programa especializado – tal como muitos outros e como parece ser moda hoje – em denegrir pessoas, espezinhar esperanças, destruir ilusões, enfim, mortificar, dir-se-ia que, com sádico prazer, pessoas indefesas e que a ele se submetem na perseguição de um sonho – impossível para a maioria, concordo, mas que, nem por isso, deixa de ser merecedor de respeito, da valorização possível e talvez, até, pedagogicamente incentivado, bem ao contrário do que a tristíssima realidade da TV nos mostra.

E tem este programa um “júri”. Um júri, credenciado não se sabe muito bem por quem e ao qual terá sido cometida a ingrata tarefa de “descobrir e promover um ídolo”, mais um no já vasto panorama de ídolos pré-fabricados e sem valor algum em que o nosso pequeno País já vai sendo fértil.

Pois bem, já que assim é, siga o concurso e exista o júri.

Porém – e aqui é que me debruçarei (com cuidado bastante para não cair) um pouco mais nesta ingrata tarefa de me sentir bem comigo mesmo e aqui o referindo ao ilustre provedor do espectador (caso a SIC o tenha) – neste júri de 4 elementos, três dos quais estéreis menos um deles, que, como jurado valendo muito menos do que qualquer outro, de tal forma entrou em conflito com a minha sensibilidade que, com ele, perdi, pesquisando, algum tempo nesta Internet de que me sirvo hoje para comunicar com quem tem a paciência e a bondade de ir lendo o que aqui vou escrevinhando .

Neste júri – dizia eu – um elemento, em particular, despertou a minha especial atenção por representar, e no meu entender com nota dez, quero dizer na perfeição, a antítese do que deve ser um membro de um júri, seja ele de exames de um curso superior seja de avaliação de cabeças de gado numa qualquer feira da especialidade, seja, como é o caso, de descoberta de mais um ídolo para a música ruidosa, sem sentido e harmonia, que é apanágio da nossa cultura musical contemporânea.

Com efeito, este senhor, de quem me abstenho de escrever o nome, que, na Internet e na página que consultei, apresenta um extensíssimo “curriculum” de coisa nenhuma e por si mesmo atestado – a fazer fé no que em tal página vi - tem a particularidade de, sempre com a barba por fazer – o que é moda e que, talvez por isso, a ela se vergue – se mostrar aos olhos de quem o vê e ouve com a atitude, diria que alvar e em tudo menos consentânea com o que seria normal esperar-se, mesmo na avançada comunidade social em que hoje vivemos, de quem é embotado de sensibilidade, quiçá do próprio asseio, abrutalhado na expressão, malcriado nos dichotes e comentários, ferindo quem sofre com sádico prazer e nem sempre se mostrando imparcial como seria lícito exigir-se de um jurado!

Pai eu fosse de algum daqueles jovens por si assim tratados e, à fé de quem sou, que tal senhor já saberia hoje como comportar-se no futuro através de uma lição que lhe ficaria na memória para o resto de toda a sua vida não pelo que tivesse dito ou feito, que, como diz o povo, vozes de burro não chegam ao céu, mas sim por ter enxovalhado e desumanamente ferido alguém que para mim fosse querido perante um público de alguns milhões de espectadores, para gáudio de muitos e comiseração, se calhar, de muitos mais.

Mas que haja alguém que o julgue um dia como ele se vem permitindo julgar jovens ambições e tontas loucuras de uma juventude a quem tão mau exemplo vem dando isto não obstante já aparente ter idade bastante para ter juízo e, sobretudo, para demonstrar que, na verdade, o tem.

Aos jovens é-lhes pedido que cantem e muitos não sabem cantar. A ele é-lhe exigido que fale e ele, - coitado!, - não sabe falar…
publicado por Júlio Moreno às 16:11
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A Fé e o medo

Não sei se o que se passa comigo se passará também com os outros. Gostaria bem de o saber, talvez porque isso seria capaz de me tranquilizar um pouco e robustecer um pouco mais este sentimento profundo que, lenta mas progressivamente – talvez em correlação com o tempo de vida que inexoravelmente se me vai esgotando! - mais e mais vai cavando fundo dentro de mim…

Refiro-me à Fé. À Fé em Deus. Aquele Ser inefável, invisível e omnipresente através dos tempos na mente e consciência da esmagadora maioria dos humanos pouco importando o nome que Lhe seja dado, como tantas vezes tenho dito, se Cristo, se Alá, se Buda…

Creio Nele e não admito a existência dos ateus que, pura e simplesmente, dizem não acreditar já que, assim e a meu ver, serão a suprema negação filosófica de si mesmos pois, ao não acreditarem, é nisso mesmo que acreditam!...

Dialéctica, jogo de palavras? Pode ser. Mas o que sei é que desde tempos imemoriais, desde que o homem é homem, que os verbos “crer” e “acreditar” sempre fizeram parte integrante do seu léxico e do seu conhecimento empírico mais profundo e menos público porque, e na esmagadora maioria dos casos, só dialogando, secretamente e em surdina, com o seu próprio eu, são levados a discutir e admitir o problema.

Vejamos, nesta minha pobre e fraca análise, o que se passou e passa nos povos primitivos e apelidados hoje de atrasados – tribos amazónicas, algumas tribos negras de África os velhos índios que ainda há bem poucos anos povoavam a América do Norte, os esquimós – quase todos eles sem conhecimento da existência uns dos outros e que, apenas através de um “estado de necessidade espiritual”, todos buscaram no extra-terreno a razão de ser da sua existência sobre a terra e a tremenda incógnita que a todos eles perturbou ao quererem desvendar o seu fim último, a sua morada bem como a dos seus ancestrais, em síntese: - o como, o porquê e o para quê vieram e estão neste mundo!

Assim nasceu no homem a necessidade de, através do transcendental, explicar o que era, é e continuará a ser, para si, o inexplicável. Daí as crenças, as feitiçarias, os bruxedos e, finalmente, as religiões que, por conduzirem o pensamento e as emoções através de um fio lógico, tal como o fio eléctrico hoje conduz a electricidade, que não vemos, mas cujos efeitos todos nós sentimos, fizesse sentido nos seus espíritos e congregasse, à sua volta, os seus vários seguidores. E recusada que foi a divindade ao homem – só temporariamente mantida, e pela força, nos remotos e brevíssimos tempos dos faraós e dos imperadores romanos e orientais – surgiram as religiões, as mais díspares e, por vezes, quase antagónicas como necessidade imprescindível de alimento para o espírito, como para o corpo são aqueles frutos que a terra tão generosamente produz.

Daí porque, e para mim, uma imprescindível necessidade espiritual, da qual, mesmo que alguns o não reconheçam, ou, teimosamente, o não queiram reconhecer, a religiosidade e a crença e, a partir destas, a Fé, sejam uma constante e uma realidade imperecível em todos os espíritos que existem sobre a terra, os quais, ao renegá-la, outra coisa não fazem do que a afirmarem inconscientemente…

Por tudo isto que acabo de dizer e de escrever e que, ao relê-lo, tanto lamento por não ter outras palavras com as quais melhor o tivesse podido explicitar – nem a minha capacidade daria para tanto! – que me atreva a afirmar a não existência de ateus porque estes mesmos se noutra coisa não acreditarem, acreditarão no seu ateísmo o que, sendo paradoxal e, até certo ponto, mesmo lamentável, serve para provar que ateus o não serão…

Eu acredito. Tenho Fé e sou crente, - católico embora não exibicionista praticante! – e não porque o seja apenas por uma manifestação consciente da minha inclinação por um dos lados do que a humanidade supõe seja a verdade da vida, mas por uma necessidade imperiosa do meu próprio ser que, desde sempre, sentiu e teve de tentar explicar, pela razão, o que por via dela e da sua lógica dedutiva se me afigurava inexplicável nunca me refugiando na situação algo cómoda e algo acrítica de dizer que não acredito apenas porque não acredito e… ponto.

E porque creio, me confesso crente e faço as minhas preces – quando as faço por delas sentir necessidade e algum alívio para as angústias que, de tempos a tempos, me vão assaltando – que surja em mim este novo receio, este novo medo: - será que serei sincero ao proceder assim ou será que estou apenas tentando como que “comprar” a Deus o meu sossego e a tranquilidade de que tanto careço? Em que devo eu, pobre mortal acreditar? Naquilo que repetidamente me vou afirmando, de que será sem mácula que faço as minhas preces ou, pelo contrário, que ao fazê-las estou a ofender a Deus que em mim confia ao conceder-me a benesse da minha própria existência?

Esta a minha dúvida persistente. Este o meu medo!
publicado por Júlio Moreno às 11:30
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Terça-feira, 27 de Outubro de 2009

O debate do Padre Carreira das Neves e de Saramago

Costumo ser uma pessoa moderada, ponderada e não costumo ferver em pouca água muito embora me sinta, e desde que me conheço que o terei sido, bastante combativo no que respeita àquilo a que eu chamarei de “intransigente defensor das minhas convicções”.

Ora, é precisamente o que agora faço, ao pretender analisar, nestas brevíssimas linhas de comentário, o debate – que não chegou sequer a sê-lo – entre o Padre Carreira das Neves, segundo me informam a maior autoridade portuguesa em matéria de estudos bíblicos, e o escritor, que ainda hoje me espanta de ter sido um Nobel, José Saramago.

O que vi e o que ouvi foi apenas o seguinte:

- Vi um moderador cuja opinião muito prezo mas com quem, por vezes, também não poderei concordar – a começar, passe o gracejo, pela submissão com que aceita o rígido horário da TV, obviamente mais interessada na passagem de anúncios publicitários que, a despeito de lhe garantirem o sustento, não o deveriam escravizar ao ponto de negar aos portugueses e seus tele-espectadores mais alguns minutos dedicados ao esclarecimento de “coisa” tão importante como a que supus estar em causa e que, em boa verdade, como toda a gente viu, não estava.

- Vi e ouvi, igualmente, duas pessoas, frente a frente e afastadas, que estavam, uma da outra, nos extremos de uma grande e, já agora, inestética e bastante impessoal e fria, mesa – talvez simbolizando a real distância que intelectualmente separava os presumidos contendores – que, longe de exporem, na linguagem comum dos leigos e que todos pudessem entender, as abissais diferenças de ambos na interpretação e consideração que cada qual tem da Bíblia que, como se sabe, é o livro sagrado de católicos e protestantes tal como para os islamitas será o Alcorão.

- Vi e ouvi que e como insistentemente "martelaram" no conceito do figurativo e nunca do literal com que a Bíblia deverá ser interpretada, e ouvi – espantado! – que aquele senhor mais alto e mais magro, quase cadavérico, que à esquerda do moderador se encontrava, o tal Nobel que não sabe sorrir nem pontuar os seus escritos e a quem, adiante, aconselharei remédio infalível para a dificuldade que, sem qualquer dúvida, deverá sentir em fazê-lo, ouvi, espantado, dizia, que esse mesmo Nobel se havia permitido chamar Deus de “filho da p…” sem que, sempre baseado nos mesmos conceitos de liberdade de acção e expressão que para tanto invocava, tivesse havido um qualquer “filho da p… “ que, perdido o respeito pelos seus oitenta e tal anos, lhe tivesse dado, como “liberdade de autor “ um bom par de estalos por tal escrito, de bem pouco lhe valendo o reconhecimento que, não isento de arrogância, a mesma que assola os espíritos medíocres e que só sabem fazer uma coisa e ver uma coisa, sempre a mesma, publicamente, ali fez de se haver excedido um pouco naquilo que escrevera conforme o reconhecera já - assim o disse - numa entrevista que, alegadamente, dera nessa mesma manhã.

Padre Carreira das Neves, desculpe o desabafo mas sempre o julguei mais incisivo na defesa das convicções que o terão levado ao sacerdócio e do sentir íntimo de milhões e milhões de pessoas, para não falar só dos portugueses, que acreditam em Deus e muito carecidos se encontrarão de quem lhes ensine a ler e a interpretar a Bíblia como o senhor o saberá fazer mas que não fez.

Senhor José Saramago, escreva o que lhe apetecer e o que ditar a sua iluminada mente mas, por amor, talvez da memória que acredito tenha de sua mãe, a quem eu nunca culparia de o ter dado a este mundo, mas deixe em paz quem está em paz, não vá algum “filho da p…” qualquer, esperá-lo em qualquer curva do caminho...

Quanto à pontuação, e como acima prometi, lembro-lhe o que o Joãozinho fez na redacção que, sem pontuação alguma, entregou à sua professora: - no fim do texto, reservou duas ou três linhas nas quais inseriu todos os símbolos da pontuação da língua portuguesa, - a mesma que meu saudoso avô, Augusto Moreno, mestre que dela era, filólogo, dicionarista, prosador e com veia poética, e nunca prémio Nobel de coisíssima nenhuma, apenas professor emérito e distinto que o foi - e por baixo escreveu: - "ordinário marche cada um aos seus lugares", na mais do que legítima expectativa de que vírgulas, pontos e vírgulas, finais, de interrogação e exclamação, todos, enfim, cumprissem prontamente a ordem que lhes dera.

Faça o mesmo, senhor Saramago, e vai ver que toda a gente lhe ficará grata por isso pois poderá colocar a pontuação dos seus textos no lugar que mais lhes aprouver com o que sairão, acredite, muitíssimo beneficiados.

Sabe, o senhor fez-me lembrar o Padre Girão, que fazia versos sem se importar com a métrica, e a quem, um belo dia, Nicolau Tolentino escreveu um soneto que aqui procurarei recordar de memória e dizia algo parecido com isto:

- Padre Girão, se a Vossa Reverência / lhe deu licença o santo Patriarca / de fazer versos mais da marca / bem dada foi, em sua consciência.
- Porém, se lha não deu, mostre Vocência / exemplos em Camões, Lope ou Petrarca / e não me ande por aí roçando alparca / porque me dá com um pau na consciência.
- Se a musa de Vocência é a centopeia, / savandija do charco do Pegaso / versos faça, com Deus, de légua e meia.
- Porém, se algum coimeiro do Parnaso / lhos levar, por compridos, à cadeia / que há-de fazer Vocência neste caso?

A propósito: - eu não comprarei Caim e aconselharei os meus amigos a que o não façam.

Pelo menos, e quanto a mim, terá sido pura perda de tempo a sua tristíssima tentativa de publicidade…

Que Deus o proteja, senhor Saramago, e quando chegar o seu dia, lhe possa, para sua surpresa, mostrar-lhe o caminho, como se mostra a quem nesta vida se mostrou tão insolente, perdão, tão inocente!...
publicado por Júlio Moreno às 19:51
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Segunda-feira, 19 de Outubro de 2009

Para que Sua Excelência o Prémio Nobel da Literatura se digne ler e reflectir... se for capaz disso, o modesto escriba que sou, dedica estas linhas...

…

Sei que o tema é delicado, imensamente controverso e, as mais das vezes, objecto de acérrimas críticas feitas, tanto por leigos como por eruditos, e, por isso mesmo, evito falar dele com quem não partilhe das minhas convicções, o que, na verdade, só nestes últimos quatro anos aconteceu, ou que, no mínimo, tolere ouvir-me.

Por isso me atrevo agora a tentar reproduzir aqui algumas dessas recordações algumas delas, reconheço-o, só completadas pelo que hoje deduzo à luz da lógica por que me vou recordando dos acontecimentos, da sua própria sucessão e das informações que vou buscando e, sobretudo, sentindo a própria história.

Procurarei, no entanto, ser o mais coerente possível com o que conservo no que chamarei essa minha “memória inconsciente”, reservando para aquela que aqui chamarei de “consciente” os outros factos ou acontecimentos que não estarei bem certo de se terem produzido mas que buscarei alinhar no tempo e tornar, no mínimo, coerentes com o apoio de toda a documentação coeva que me for possível consultar…

No entanto e sempre que estes ocorram e se me torne necessário tal recurso, procurarei fazer deles menção expressa para que a história que aqui me proponho contar não se consolide numa aceitação condescendente dos que, não tendo a sorte de sentir esta minha “vivência”, possam tentar a ousadia de, ainda que benevolentemente, aqui os porem em causa. Isso não aceito, como não aceitaria nunca, fosse qual fosse o preço por que ma pagassem.

Reafirmarei ainda, … que creio firmemente na reincarnação e que esta, à força de se repetir as vezes necessárias, não será mais do que o “caminho” aberto por Deus ao Homem – seja Ele Jesus, Alá ou Buda - para a purificação e perfeição do seu espírito, a única e verdadeira razão para que Deus o tenha criado, no dizer das Escrituras, à “sua imagem e semelhança”.

Assim, tomando como base a matéria, que a tanto se resume tudo o que vemos e nos rodeia e é palpável, e, por via desta, comparo o espírito ao átomo que gira indefinidamente em torno do seu núcleo, sendo que esse átomo mais não será do que o nosso próprio “espírito” e o seu “núcleo” Deus ou o Anjo da Guarda por Ele enviado para nos guardar e conduzir no nosso caminho rumo à verdadeira perfeição e à vida eterna mas sempre no mais absoluto respeito pela nossa liberdade individual.

Daí que nos possamos erroneamente afirmar ateus, que é o que verdadeiramente não existe, e livremente odiar, matar, roubar e cometer todo o género de crimes e pecados que, contrariando as Suas leis e as que o próprio homem foi criando, isto é, sob a nossa inteira responsabilidade e determinação, nos conduziriam fatalmente a um de tal modo grande e inconcebível vazio existencial que, por definição meramente lógica de um raciocínio, eu diria mesmo que quase empírico, sejamos necessariamente conduzidos à conclusão da existência de uma nova e necessária reincarnação para mais uma gradual e progressiva reeducação com a consequente melhoria e sublimação das nossas qualidades espirituais.

O corpo que alberga esse nosso espírito, afectado por incómodos, doenças e dores que farão parte dessa mesma reeducação através da dor e do sacrifício, mais não será do que um invólucro material e perecível, destinado apenas a dotar-nos de uma individualidade social que nos permita o distinguirmo-nos uns dos outros na época em que vivamos o que, de outro modo, não poderia ser alcançado, isto além de, simultaneamente, proteger esse mesmo espírito dos indesejáveis olhares maliciosos de terceiros assim lhes despertando a curiosidade na perscrutação das suas próprias e ocultas virtudes que terão de formar-se e viver bem no seu interior, na sombra de si próprios, e nunca por imitação de outros ou outras que consigo se cruzem e possam observar e copiar. Essa a personalidade que caracterizará cada um de nós.

Para a morte, como para a anestesia, não existirá a dimensão “tempo”, tal como a conhecemos e definimos: - em segundos, minutos, horas, dias, anos… séculos!

Inexistindo a temporalidade como dimensão, o espírito, - liberto do corpo que então lhe tiver sido dado o qual, decompondo-se e tendendo a desaparecer como tudo o que é finito – será então insensível aos anos que sobre ele transcorram enquanto que aparentemente “morto”, isto é, enquanto não habitando outro corpo, que o mesmo será dizer outro invólucro de figura humana, ou mesmo animal, admito-o, se essa for a vontade do Criador e com isto me aproximando um pouco da doutrina hindu, sábia de séculos, tal como a chinesa.

E, sendo o espírito insensível ao tempo, que, para ele, nunca existirá, tanto fará que entre uma e outra reincarnação medeiem dois anos, como dois séculos ou mesmo dois milénios. Permanecerá, assim e enquanto for essa a vontade de Deus, no que chamaremos “o ciclo da morte”, regressando ao “ciclo da vida” quando tal lhe for ordenado, reincarnando noutra figura humana, normalmente diversa da que já antes tivera e, muito provavelmente, também noutro local.

A sua vida terrena será sempre efémera e transitória e será por ela, pela sua conduta e pelos actos que nela tiver praticado ou omitido, sobretudo para com o seu semelhante, que aferirá Deus da necessidade ou não do seu posterior regresso por uma ou mais novas vidas até se tornar num ser perfeito, e susceptível de ser considerado como verdadeiramente à sua imagem e semelhança. E, atingido que seja esse estádio, deixará de reincarnar e assumirá então funções celestiais de Anjo da Guarda de outros espíritos reincarnados que, por Ele, lhe forem sendo confiados assumindo, quando intervenham, o papel, que na nossa infinita ignorância, apelidaremos de sorte, fortuna ou de providência!

Estas palavras, as considero como absolutamente necessárias à compreensão do que se ira seguir nesta breve história que aqui dedico a quem a leia, mas, de um modo muito particular a alguém muito especial e que nela é igualmente involuntária participante pois não lhe pedi sequer licença para a ela me referir.

E essa história, que mais não será do que a minha própria, me proponho eu escrevê-la à medida em que as recordações me forem surgindo ou as necessidades lógico-dedutivas, para interligação dos seus espaços mais nebulosos ou mesmo omissos forem sendo feitas, constituirão, em si mesmo, a finalidade única desta narrativa …
publicado por Júlio Moreno às 19:27
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Saramago e a Bíblia, o Alcorão... e que mais?

Notícia do Portugal Diário da IOL de 18/19 de Outubro de 2009:


“«Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade»
“José Saramago afirma que não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão

“José Saramago afirmou este domingo, em Penafiel, que «a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana». «Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!», disse o escritor, numa entrevista concedida à Lusa, a propósito do lançamento mundial do seu novo livro, intitulado «Caim», que ocorre naquela cidade.

“«A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!», afirma o Nobel da Literatura de 1998, para quem não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão.

“«O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!» afirmou.

“«Todo esse horror em nome de um Deus que não existe, nunca ninguém o viu» “Saramago sublinhou que «as guerras de religião estão na História, sabemos a tragédia que foram». Considerou que as Cruzadas são um crime do Cristianismo, morreram milhares e milhares de pessoas, culpados e inocentes, ao abrigo da palavra de ordem 'Deus o quer', tal como acontece hoje com a Jihad (Guerra Santa). “Saramago lamenta que todo esse «horror» tenha feito em nome de «um Deus que não existe, nunca ninguém o viu». «O teólogo Hans Kung disse sobre isto uma frase que considero definitiva, que as religiões nunca serviram para aproximar os seres humanos uns dos outros. Só isto basta para acabar com isso de Deus», afirmou.

“«Deus criou o Universo em seis dias e nunca mais fez nada»

“Salientou ainda que «no Catolicismo os pecados são castigados com o Inferno eterno. Isto é completamente idiota!». «Nós, os humanos somos muito mais misericordiosos. Quando alguém comete um delito vai cinco, dez ou 15 anos para a prisão e depois é reintegrado na sociedade, se quer», disse.

“«Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?», perguntou.

“Para José Saramago, «Deus só existe na nossa cabeça, é o único lugar em que nós podemos confrontar-nos com a ideia de Deus. É isso que tenho feito, na parte que me toca».

“«Um exercício de liberdade»

“José Saramago afirmou que escrever o seu novo livro, «Caim», constituiu, para si, «um exercício de liberdade».

“«Não é que este livro seja mal comportado, mas é, sem dúvida uma insurreição, um apelo a que todos se animem a procurar ver o que está do outro lado das coisas», disse.

“O Prémio Nobel da Literatura de 1998, com 86 anos, falou cerca de uma hora e um quarto, e referia-se ao tema principal do livro, em que regressa à questão religiosa, contando, em tom irónico e jocoso, a história de Caim.

“Segundo o Velho Testamento, Caim terá sido o filho primogénito de Adão e Eva, que matou Abel, seu irmão mais novo, num acesso de ciúmes, após verificar que Deus mostrara preferência por este.

“«Nada disto existiu, está claro, são mitos inventados pelos homens, tal como Deus é uma criação dos homens. Eu limito-me a levantar as pedras e a mostrar esta realidade escondida atrás delas», afirmou o escritor.

“O lançamento do livro foi o último acto da presença de Saramago em Penafiel, onde está desde a manhã de sexta-feira, para participar na segunda edição do ESCRITARIA, que se iniciou na quinta-feira. “”

Os meus comentários publicados no IOL (dos muitos outros que fiz e não escrevi sequer…

Saramago enlouqueceu? Não. É igual a ele mesmo...  Júlio Moreno - 18 Out 2009 | 20: 12

A mais completa afirmação de idiotia mental!

Senhores, não percamos tempo...  Júlio Moreno - 19 Out 2009 | 11: 45

Perder mais tempo a ler quem não sabe pontuar, quem não sabe escrever?!... Para quê? Que Saramago tem ideias?, lá isso tem, isso é verdade! Algumas vezes ideias de louco, sobretudo quando fala daquilo que nada sabe e cuja embotada sensibilidade nada lhe diz! Mas nós, ouvi-lo? Lê-lo? Para quê? Que perda de tempo!...Acaso se lembrou dos pobres quando recebeu o prémio Nobel, hoje de tão dúbia atribuição!

Não percamos tempo, senhores, e tenhamos apenas a singeleza de observar o mar, as montanhas, a lua, as estelas e, ao ver tudo isto, a humildade de perguntar apenas: - Que homem, que "engenheiro" terá feito tudo o que vejo ? Será que tem nome, um só ou vários, como Jesus, Alá, Buda...?, todos se fundindo num único: - DEUS!

Tenho visto e lido algumas coisas sobre a matéria, sobre o Universo e as suas possíveis origens... Os buracos negros, os "big-bangs", etc.. Mas o que me espanta é de nunca ter ouvido a alguém explicar a algum devoto de tais teorias científicas, ou só pseudo, e de forma convincente, qual a origem da primeira molécula de onde terá partido tudo isto e que veio a dar o Universo!... Partimos do nada? Mas o nada não existe! -


Perdão, agora existe, é Saramago, velho marxista, deificado pelos homens da sua cultura e que a si mesmo se deve considerar aquilo que ele mesmo renega: - um Deus!

Que pobreza de espírito, que falta de carácter, sabendo, como certamente sabe, que é através da palavra que se formam os espíritos juvenis e se conduzem os "meninos" suicidas... da palavra que muito que dela têm o dom nunca souberam usar ou, melhor, que raramente usam...

"Não vá o sapateiro além da chinela!..." é a conclusão a tirar. Alguém aqui já disse e eu faço minhas as suas palavras: - Perdoai-lhe. Senhor, que não sabe o que diz!...

...

- Foi isto o que escrevi! Dizer mais? Para quê?... 

publicado por Júlio Moreno às 14:19
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