Sábado, 26 de Fevereiro de 2011

Tal como se previa...

                        Kadafi

 

Tal como se previa, Kadafi mantém-se no poder mas agora a matar gente!...

publicado por Júlio Moreno às 14:44
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Táxis e taxistas

Com a lentidão e dificuldade que uma recentíssima cirurgia às cataratas me provocavam, foi com muito maior lentidão que consegui descrever aqui – antes que se me varresse da memória! - o que a sua leitura me sugeriu da experiência que eu mesmo tenho acerca de taxistas, tema do último post do distinto Embaixador Seixas da Costa a quem daqui peço licença para cumprimentar – por favor, não se entenda lisonjear - uma vez mais.

É que, curiosamente, as minhas experiências sobre taxistas têm sido bastante interessantes e muitas vezes instrutivas até, sobretudo, quando pretendo – ou, melhor dizendo, pretendia -  tirar a "temperatura" económica, social e até política" a qualquer cidade/país onde já há algum tempo me não tivesse deslocado.

Porque normalmente bem informados, tantas e tão variadas serão as conversas que terão ouvido aos passageiros que, nas respectivas “corridas” transportaram, e, querendo, na maior parte das vezes, mostrar um pouco da sua própria cultura, personalidade e opinião crítica – isto consoante o tipo das perguntas bem como o das pessoas que lhas formulem - e que é, a meu ver, muitas vezes válida - é meu costume o socorrer-me dos motoristas dos táxis que apanho quando desembarco nos aeroportos para, interrogando-os nos seus idiomas, sempre que tal me é possível (e que a bem poucos se resumirão, o inglês, o francês, o italiano, o espanhol e, algumas vezes, o próprio português mesmo no estrangeiro!), e assim obter deles um resumo muito pessoal da situação que no momento estiver sendo vivida, mas nem por isso mesmo menos real ou objectiva, e que eu não tenha tido tempo de obter pelos noticiários habituais desde a última vez que tenha visitado o local em causa.

Dentre vários, recordo-me de que foi num destes meus habituais inquéritos que, quando, algum tempo antes do 25 de Abril, aterrei em Bruxelas, sendo surpreendido nesse dia com um jantar com o Encarregado de Negócios de Portugal na Bélgica, familiar de um grande amigo meu, que soube que a hoje falecida transportadora aérea belga, a “Sabena”, exibia um interessante e ilustrativo anúncio de propaganda turística ao nosso País com os dizeres, intencionais ou não, seguintes: “VISITE PORTUGAL ANTES QUE ACABE… É O ÚNICO PAÍS DA EUROPA QUE AINDA VIVE NO SÉCULO XIX.”

Contada a novidade ao nosso representante naquele país, que a desconhecia, soube, alguns meses depois, que o facto quase ocasionara um incidente diplomático não porque não houvesse interpretações condizentes com o que naquele anúncio se dizia mas porque a “ofensa” fora considerada como de nível particularmente elevado  – tal como a mim me pareceu – para o País nele visado.

Curiosamente, sair de um avião e apanhar um táxi, pode, por vezes, revelar-se útil e mesmo interessante do ponto de vista quer sociológico, sentimental, informativo ou, até mesmo, patriótico…

publicado por Júlio Moreno às 12:03
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Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2011

Pirataria somali...

                                     Ilha à entrada de Goa-Mormugão (Google)

 

 

Do IOL:

“Somália: quatro norte-americanos mortos por piratas

“Viajavam num veleiro e estavam sequestrados desde sexta-feira - Por: tvi24 / SM  |  22- 2- 2011  15: 13

“Quatro norte-americanos que seguiam a bordo de um veleiro foram mortos pelos piratas da Somália que os mantinham reféns há cerca de quatro dias, afirmam fontes do Governo norte-americano, citadas pela CNN.
“Os quatro reféns, dois homens e duas mulheres, participavam numa regata, mas, no passado dia 15, após zarparem da Índia, seguiram uma rota diferente do resto do grupo.
“As autoridades norte-americanas estavam a negociar com os piratas quando, esta madrugada, se ouviu um tiroteio e se percebeu que os reféns foram mortos pelos piratas. Os norte-americanos ainda prestaram assistência médica às vítimas, mas as feridas acabaram por ser fatais.
“Durante esta operação, dois piratas foram mortos e 13 capturados. Dois já estavam sob custódia das forças norte-americanas. No total, 19 piratas terão estado envolvidos no sequestro.””

///

Até quando teremos de nos confrontar com notícias como esta em que surge, a nu e em toda a sua barbárie, a pirataria da Somália? No Índico, um pouco acima de Moçambique e antes do Mar Vermelho é e deve hoje considerar-se a “Água de Ninguém”!... Impunemente, bandos bem armados de negros, comandados por interesses já seguramente conhecidos mas que alguém se esforçará por ignorar, capturam, saqueiam, sequestram, extorquem e, finalmente, matam com a impunidade que a humanidade dita civilizada, por comodidade, conformismo ou mesmo inconfessável interesse, lhes consente ainda, conhecedora que é dos seus locais de abrigo, dos seus reais mandantes e das áreas em que se movem e escondem as suas vítimas…

Tive um pequeno “yacht”, veleiro de nove metros, a que dei o pomposo nome de “Sea Shuttle”, que deslocava 5 toneladas, lotação de oito tripulantes que poderiam navegar por dois ou três meses, ou mesmo mais, sem tocar terra com perfeita autonomia e relativo conforto se as condições do mar assim o consentissem. Com carta de patrão de alto mar, que tenho, cheguei a fazer planos para uma viagem “sui-generis” de circum-navegação que tinha por rota o itinerário seguinte: - Lisboa a Cabo Verde, por volta de Novembro e aí tentar apanhar os alísios que nos transportariam à América do Sul, Brasil ou Venezuela. Daí e bordejando sempre a costa para norte até à Caraíbas entraria no Pacífico pelo Canal do Panamá, dirigindo-me, pelo Hawaii, ao Japão, país que eu adoraria ter visitado e, porque hesitei um dia, nunca mais o pude fazer. Ao Japão se seguiria Timor; depois Macau, Hong-Kong e Goa, já na Índia e no traiçoeiro Índico. Por estranho que possa parecer seria a travessia de Goa a Lourenço Marques a que mais respeito me inspirava talvez pelas inúmeras histórias de inexplicáveis naufrágios que aí terão ocorrido sem que para eles, e um pouco como no caso das Bermudas e do seu Triângulo, houvesse explicação. Abandonaria então o sul da África para atravessar o Suez e fazer, a meu bel-prazer, o vasto e caprichoso Mediterrâneo, quase sem marés que se notem mas que, em meia hora, se levanta, tornando-se, então e ao contrário do que muita gente pensa, muitíssimo traiçoeiro já que poucas probabilidades concede de se chegar, em tempo útil, ao pretendido abrigo. Regressaria a Portugal pelo estreito, de muito violentas e conflituosas correntes, aportando a Vilamoura para descanso final de tão prolongada viagem e acolhendo-me, então e por breves dias, em casa de um meu amigo, também ele entusiasta por esta aventura em que deveria participar. Contava que, por junto, sem pressas nem temeridades, a epopeia me levasse cerca de um ano e meio a completar. Entretanto e caso fosse absolutamente necessário sempre poderia interrompê-la e regressar ao trabalho de avião ficando o “Sea Shuttle” em boas mãos, disso estava certo.  Mas tudo isto não passou de um sonho pois, no momento de o concretizar, passei subitamente a ter de passar mais tempo no ar do que em terra, chegando a escalar 5 aeroportos diferentes no mesmo dia!

Veio tudo isto a propósito – e as ideias são como as cerejas, envolvem-se e enovelam-se de tal forma que, em pretendendo tirar apenas uma logo um cacho delas poderá vir a reboque...

E foi isso mesmo o que aconteceu agora quando o que pretendia ter dito era tão-somente isto: - nesse tempo não pensei - nem neles se falava ainda! - nos somalis embora lá pelos mares de China já houvesse alguns rumores de pirataria marítima pois, se tivesse pensado, teria arrostado com as tormentas do cabo de Bartolomeu Dias e, subido a costa africana, mantendo-a sempre a estibordo, tocaria sucessivamente São Tomé, Angola, Cabo Verde, Guiné, Canárias e Madeira e, quem sabe, dando também um saltinho aos Açores…antes de entrar a barra do Tejo com enfiamento tirado pelo farol da Guia e, finalmente, acostar a Belém, para comer, se calhar, um belo bacalhau à Brás num dos restaurantes conhecidos da zona...

Belos tempos esses, em que podia sonhar-se assim!...

publicado por Júlio Moreno às 00:53
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Terça-feira, 22 de Fevereiro de 2011

Qual a evolução? Será previsível?...

O que se temia estará a acontecer na Líbia!… Com a maior apreensão seguimos este assunto.

 

Entretanto convirá analisar o mapa que representa as principais religiões da África actual - O Médio Oriente não está considerado.

 

(Da WIKIPEDIA)

 

Segue a notícia do IOL:

 

“Trípoli: «Há bombardeamentos de 20 em 20 minutos»

“Testemunhas dão conta de cenário de guerra na capital Líbia. Al Arabiya dá conta de 160 mortos só esta segunda-feira na cidade - Por: Redacção  |  21- 2- 2011  17: 48  

“Última actualização às 23:30
“Aviões militares líbios estarão a bombardear vários locais de Trípoli. A informação está a ser avançada pela Al Jazeera, que cita testemunhos de habitantes locais. A cadeia televisiva Al Arabiya dá conta ainda que só na capital terão morrido 160 esta segunda-feira nas manifestações contra o regime liderado por Muammar Khadafi.
“«É inimaginável o que estamos a assistir. Aviões e helicópteros estão a bombardear indiscriminadamente local após local. Há muitos, muitos mortos», disse Adel Mohamed Saleh à Al Jazeera.
“A testemunha, descrita como um «activista político», diz que inicialmente os bombardeamentos visaram pessoas que participavam num funeral, mas que depois se alargaram. «Há bombardeamentos de 20 em 20 minutos», disse. «Quem se mexer, mesmo de carro, será atingido».
“Fathi al-Warfali, um activista líbio responsável pela organização de defesa dos direitos humanos Comité Líbio pela Verdade e Justiça, sediada na Suíça, também fala em bombardeamentos em Trípoli.
«Aviões militares estão a atacar civis manifestantes em Trípoli. Os civis estão assustados», relatou.
“O vice-embaixador da Líbia junto das Nações Unidas, Ibrahim Dabbashi, acusou Muammar Khadafi de genocídio.
“Na Líbia, Saif Khadafi, filho do líder do regime, negou à agência noticiosa estatal que o exército do país tenha disparado contra os manifestantes. Numa altura em que o seu pai continua em silêncio sobre os protestos de que é alvo.
“Contudo, o jornal «Quryna» - até ao início dos protestos próximo do regime - está a avançar que mercenários africanos dispararam contra civis desarmados em Tajouraa, a 40 quilómetros da capital.
“A condenação da violência no país está a receber duras críticas de vários países, entre eles os EUA. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, apelou ao respeito dos direitos de liberdade de expressão e de manifestação da população.
“Pilotos que não quiseram disparar, fugiram para Malta
“Testemunhas, citadas pela agência «Reuters», contaram que dois caças líbios aterraram em Malta.
“Segundo a Al Jazeera, os pilotos são militares que se recusaram a disparar sobre os manifestantes em Benghazi, e, por isso, seguiram para Malta, que fica a apenas uma hora de distância.
“C-130 português chega a Trípoli
“Entretanto, um avião militar C-130 aterrou em Tripoli para recolher cidadãos portugueses que se encontram na cidade.
“A aeronave seguirá depois para Benghazi, onde se encontram mais cidadãos nacionais, disse à Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades.""

publicado por Júlio Moreno às 01:11
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Segunda-feira, 21 de Fevereiro de 2011

O euro - a moeda única europeia

Senhor Embaixador:

Com o desconto que sempre se deve dar aos leigos, ou melhor, àqueles que, como eu, se atrevem a meter a foice em seara alheia, gostaria de tomar alguns minutos do seu precioso tempo pedindo-lhe para me acompanhar nesta simplista e talvez infeliz análise:

- Voltámo-nos para a Europa, esquecendo o mar, fonte perene e inesgotável das nossas maiores conquistas e afirmações no Mundo, isto a fazer fé no que dizem e me ensinaram, quando à nossa frente tínhamos a vasta Espanha, inimiga antiga e donde os ventos e os casamentos nem sempre foram os melhores, os Pirinéus, tão difíceis de transpor como até de imaginar, e essa bela França, onde V.Exa. hoje nos representa, mas de onde partiram os exércitos de Napoleão que, durante alguns anos, nos tentaram submeter e subjugar embora quando por aí andei, de tal me esquecesse tão bem me sabia o “bordeaux” no saudoso acolhimento do “Au Bon’Amour”, restaurante que então visitava com alguma frequência.

- Voltámo-nos para a Europa e com ela veio o “euro” que, durante meses foi objecto de intensíssima propagando pseudo técnica e toda ela laboriosamente preparada no sentido de nos demonstrar que, a adopção da nova moeda, em nada viria alterar a nossa vida.

- Muitos acreditaram. Eu não. E não porque, entre outras coisas, cedo verifiquei que, tendo agora como moeda corrente de menor valor o cêntimo (dois escudos aproximadamente) nunca mais conseguiria comprar o que quer que fosse que só valesse um escudo – e havia ainda tantas coisas a esse preço!

- Claro que poderia comprar duas coisas (entraria no supérfluo talvez mesmo no sumptuário o que qualquer economista condenaria, se não pelo valor, pelo menos pelo acto em si) ou então deixaria de comprar o que pretendia já que o “vendedor”não teria troco para me dar que não fosse em espécie!

- Paralelamente – e como hoje tanto jeito nos faria e, ao tempo, seria previsível – deixámos de poder desvalorizar a moeda e de poder, dessa forma, fazer face ás crises económicas que surgissem como, no passado, tantas vezes tínhamos já feito sempre que as importações excediam as exportações.

- Simultaneamente, com este nosso jeito de sobrevalorizar o que é estrangeiro, desatámos a comprar, a preços europeus, mediante as facilidades que a Banca, fugazmente, nos proporcionou – insistindo em nos emprestar o guarda-chuva para, como dizem os ingleses, no-lo tirar logo que começasse a chover… - e lamentavelmente nos esquecendo de que os nossos salários continuavam sendo os nacionais, portugueses de sempre… (não para todos, entenda-se).

E aqui terminaria o meu temerário raciocínio se não me restasse ainda uma pergunta, pergunta essa para a qual não fui capaz de encontrar resposta satisfatoriamente convincente: - será que ganhámos ou perdemos com o “euro”?

Que a saída dele seria hoje catastrófica, disso, porém, não tenho a menor dúvida. Só que me parece que continuamos a voar num ultra-leve tendo-nos esquecido do pára-quedas para o caso de termos um acidente e, quanto ao que a mim respeita, de levar mesmo comigo quem, na ocasião, me empurrasse…

Com os meus agradecimentos, lhe peço desculpa pelo tempo que lhe roubei com tanta asneira junta…

 

///

 

Este foi o texto que escrevi na sequência do post do Embaixador Seixas da Costa, que seguidamente transcrevo, e que ele fez o favor de colocar no seu blog como comentário:

 

"Há quatro anos, quando vivia no Brasil, fui convidado para fazer uma palestra na universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Antes do evento, foi-me oferecido um almoço, por responsáveis e professores. A certo passo da refeição, um docente canadiano, atirou-me, de chofre:

"- A vossa zona euro está a dar sinais de degradação. A Alemanha e a França começam a não conseguir cumprir os critérios de convergência. Quantos anos mais Portugal conseguirá resistir, antes de ser forçado a abandonar a moeda única?

"Confesso que fiquei aturdido. Até então, nunca ninguém me tinha colocado semelhante questão, que, à época, me parecia sem o menor sentido.

Recordo-me bem do que respondi:

"- O custo que poderá representar, para Portugal, a tomada de medidas que venham a revelar-se necessárias para se manter na zona euro será sempre muito inferior àquele que o país teria de suportar se acaso viesse a ter de sobreviver fora dessa mesma zona, de regresso a uma moeda nacional.

O mundo deu, entretanto, muitas voltas e a discussão sobre a nossa posição face à "eurozona" anda agora por aí. Mas continuo a acreditar piamente na resposta que então dei.""

Postado por Francisco Seixas da Costa in http://duas-ou-tres.blogspot.com

publicado por Júlio Moreno às 22:18
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Gosto de Luis Amado

           Luis Amado. MNE

 

Do Destak de hoje:

  

“Governo está a acompanhar de perto situações de crise e pronto a actuar - 20 | 02 | 2011   19.10H

“O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse hoje em Bruxelas que o Governo está a acompanhar de perto as situações de crise em países árabes, apontando que tudo está em marcha para responder a pedidos de ajuda de portugueses.””

 

Gosto de Luis Amado e acredito nele.

publicado por Júlio Moreno às 14:48
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Gostei da frase...

Gostei da frase, ouvida agora mesmo e que deveria ter dito “agorinha mesmo”, pois foi em brasileiro – que dizia:

- Ela sabia muito mas não entendia nada! …– proferida por um bêbado pintor  numa novela que não vejo mas de que frequentemente ouço alguns extractos após as notícias de RTP!

São pequenas coisas como estas, fragmentos dispersos de uma vida cheia de imprevistos, que nos vão preenchendo o dia desde que… estejamos atentos e possamos ver e ouvir, como, felizmente, ainda é o meu caso…

publicado por Júlio Moreno às 14:24
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Será de novo a voz de Deus?

Será que Deus está de novo a falar aos homens através do Povo árabe, aquele que escolheu para iniciar o mundo e que utilizará agora para o mudar?

Penso que não serão só as confirmadas alterações climatéricas, que eu preferiria chamar de planetárias ou mesmo universais, mas sim, igual e principalmente, esta fogueira, - embora nos parecendo diferentes os seus contornos – a que irá aniquilar quer ditaduras quer democracias nesta terra que nos foi dada para, com simplicidade, nela apenas semearmos trigo que não joio, e dela colhermos os frutos que generosamente nos fornece, democracias e ditaduras essas que estará querendo punir por demasiadamente voltadas para o mundano e para o exterior dos Povos que as formam, principalmente aqueles que, dentro delas, se julgam “os eleitos”, desde logo ignorando ou esquecendo o interior das gentes, os seus sentimentos e carências?

Não será isto que se passa – e vai crescer! – como que o prólogo do temível “juízo final” mas a que me atreverei a chamar de “intermédio”?

Sou crente mas não me julgo fanático. Os meus pobres neurónios recusam-se a que, como tal, me aceite.

 Penso, todavia… que talvez pudéssemos encarar os factos como se o próprio Deus estivesse apagando o quadro preto para nele escrever de novo…

publicado por Júlio Moreno às 13:01
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Ainda e como sempre, Sócrates, não o grego mas sim o português

???

Do CORREIO DA MANHÃ(de 8/10-2010)

Por tê-lo encontrado no meio de alguns apontamentos retirados das publicações que, electronicamente, vou lendo e por considerá-lo relevante e chegado, que me parece ser, o momento de pedir e acertar algumas contas com quem nos tem andado a ludibriar há vários anos, o bacharel em engenharia José Sócrates, abaixo transcrevo o texto do Correio da Manhã que se refere, em termos muito pouco abonatórios e algo inquisitivos, à família próxima do nosso primeiro.

E já agora, que neste parental contexto nos encontramos, não poderemos deixar de referir a estranheza com que vimos notando o facto de, tendo o referido senhor sido casado, ao que se sabe!, nem uma palavra ter sido ainda referida – assim o presumimos e não teremos, podem crê-lo, a mínima pretensão de saber mais do que sobre ele tem sido dado à estampa e dado a conhecer ao público em geral mas de quem o Povo terá o direito de tudo conhecer da vida, mesmo da privada e que, por opção exclusivamente sua, se terá tornado pública e com a qual nunca me teria sequer preocupado não fora o facto de a sua acção se ter vindo a revelar nociva para tantos e tantos portugueses e, muito especialmente, para o que ao próprio futuro do País dirá respeito - sobre a sua ex-esposa e, já agora, com a “cuscuvilhice” do costume, nenhum “pasquim”, como seguramente a ele se referiria se tal acontecesse, se ter ainda preocupado com as razões que terão dado motivo à sua separação ou divórcio!

E já agora que abissal diferença entre os tempos da "censura cristalina" de Sá Carneiro e a "opacidade da" de Sócrates! A bom entendedor...

Mas adiante e siga o texto que, como antes dissemos, consideramos muito relevante, sobretudo na hora actual em que os Povos vêm tomando consciência do seu querer e da sua própria força:

“<<A mamã do Primeiro-Ministro>>
“<<A mamã Adelaide e a misteriosa pensão superior a 3000 euros>>
“Divorciada nos anos 60 de Fernando Pinto de Sousa, "viveu modestamente em Cascais como empregada doméstica, tricotando botinhas e cachecóis...".(24 H)
“Admitamos que, na sequência do divórcio ficou com o chalet (r/c e 1º andar)
“Admitamos ainda, que em 1998, altura em que comprou o apartamento na Rua Braamcamp, o fez com o produto da venda da vivenda referida, feita nesse mesmo ano.
“Neste mesmo ano, declarou às Finanças um rendimento anual inferior a 250 €.(CM), o que pressupõe não ter qualquer pensão de valor superior, nem da Segurança Social nem da CGA.
“Entretanto morre o pai (Júlio Araújo Monteiro) que lhe deixa "uma pequena fortuna, de cujos rendimentos em parte vive hoje" (24H).
“Por que neste momento, aufere do Instituto Financeiro da Segurança Social (organismo público que faz a gestão do orçamento da Segurança Social) uma pensão superior a 3.000 € (CM), seria lícito deduzir - caso não tivesse tido outro emprego a partir dos 65 anos - que, considerando a idade normal para a pensão de 65 anos, a mesma lhe teria sido concedida em 1996 (1931+ 65). Só que, por que em 1998 a dita pensão não consta dos seus rendimentos, forçoso será considerar que a partir desse mesmo ano, 1998 desempenhou um lugar que lhe acabou por garantir uma pensão de (vamos por baixo): 3.000 €.
“Abstraindo a aplicação da esdrúxula forma de cálculo actual, a pensão teria sido calculada sobre os 10 melhores anos de 15 anos de contribuições, com um valor de 2% /ano e uma taxa global de pensão de 80%.
“Por que a "pequena fortuna " não conta para a pensão; por que o I.F.S.S. não funciona como entidade bancária que, paga dividendos face a investimentos ali feitos (depósitos); por que em 1998 o seu rendimento foi de 250 €; para poder usufruir em 2008 uma pensão de 3.000 €, será por que (ainda que considerando que já descontava para a Segurança Social como empregada doméstica e perfez os 15 anos para poder ter direito a pensão), durante o período (pós 1998), nos ditos melhores 10 anos, a remuneração mensal foi tal, que deu uma média de 3.750 €/mês para efeitos do cálculo da pensão final. (3.750 x 80% = 3.000).
“Ora, como uma pensão de 3.000 €, não se identifica com os "rendimentos " provenientes da pequena fortuna do pai, a senhora tem uma pensão acrescida de outros rendimentos.
“Como em nenhum dos jornais se fala em habilitações que a senhora tenha adquirido, que lhe permitisse ultrapassar o tal serviço doméstico remunerado, parece poder depreender-se que as habilitações que tinha nos anos 60 eram as mesmas que tinha quando ocupou o tal lugar que lhe rendeu os ditos 3.750 €/mês.
“Pode-se saber quais foram as funções desempenhadas que lhe permitiram  poder receber tal pensão?
“E há mais...
“A Adelaide comprou um apartamento na Rua Braamcamp, em Lisboa, a uma sociedade off-shore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, apurou o Correio da Manhã.
“Em Novembro de 1998, nove meses depois de José Sócrates se ter mudado para o terceiro andar do prédio Heron Castilho, a mãe do primeiro-ministro adquiria o quarto piso, letra E, com um valor tributável de 44 923 000 escudos - cerca de 224 mil euros -, sem recurso a qualquer empréstimo bancário e auferindo um rendimento anual declarado nas Finanças que foi inferior a 250 euros (50 contos).
“Ora vejam lá como a senhora deve ter sido poupadinha durante toda a vida.
“Com um rendimento anual de 50 contos, que nem dá para comprar um  mínimo de alimentação mensal, ainda conseguiu juntar 224.000 euros para comprar um apartamento de luxo, não em Oeiras ou Almada, na Picheleira ou no Bairro Santos, mas no fabuloso edifício Heron, no nº40, da rua Braamcamp, a escassos metros do Marquês de Pombal e numa das mais nobres e caras zonas de Lisboa.
“Notável exemplo de vida espartana que permitiu juntar uns dinheiritos largos para comprar casa no inverno da velhice.
“Vocês lembram-se daquela ideia genial do Teixeira dos Santos, que queria que pagássemos imposto se dessemos 500 euros aos filhos ?
“Quem terá ajudado, com algum cacau, para que uma cidadã, que declarou às Finanças um RENDIMENTO ANUAL de 50 contos, pudesse pagar A PRONTO, a uma sociedade OFFSHORE, os tais 224.000 euros ?””

Ao juízo dos meus – escassos – leitores deixamos a apreciação de quanto transcrevemos certos de que a maioria não teria ainda conhecimento destas já tão antigas novidades!

publicado por Júlio Moreno às 11:11
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Catástrofes

Catástrofes, como a que hoje, ao folhear uma revista, recordei por haver ensombrado o mundo no Haiti, fazem-me pensar em como é realmente efémera a existência humana e quão vazia e sem qualquer sentido ela deverá ser para os que não foram bafejados pela sorte de crerem verdadeiramente no Deus que lhes dará nova vida para além desta e da morte que para todos nós lhe sobrevirá um dia!

Com efeito, assistimos a um constante desfilar de notícias, de narrativas e, sobretudo, de números que, quanto a mim, longe de nos sensibilizarem e verdadeiramente nos mobilizarem já para a real dimensão do acontecido, nos transmitem uma estranha sensação de vácuo emocional e no qual vidas humanas assumem apenas uma dimensão estatística, de números e de nada mais.

Cem mil mortos ou duzentos mil passam a ser, para a generalidade de quem ouve ou lê, a mesmíssima coisa, mas a eles se agarram, com a avidez mórbida e própria dos abutres no deserto das emoções e dos sentimentos, os media e os seus fautores, lutando desesperadamente por serem os primeiros, já que não poderão ser os únicos, a “dar as últimas”… E, no rescaldo da tragédia, que denodadamente prolongam, exaurindo-lhes o sangue que ainda terão deixado por verter, vão surgindo outras notícias como a de “duas vidas retiradas dos escombros” ou duma “sexagenária encontrada viva após seis dias” de soterrada!

Poderei estar errado, muito errado até – admito-o – mas revolta-me o saber e ver que catástrofes como esta que ocorreu no Haiti possam mobilizar tão intensa e rapidamente tão vastos meios de socorro internacionais e os media do mundo inteiro e outras que, quotidiana e anonimamente, vão ocorrendo igualmente em todo o mundo também, pela sua pequeníssima dimensão – pelo que não constituem sequer notícia! – não despertem na mesma comunidade internacional as mesmas reacções e a mesma pronta capacidade de intervenção de que só nestas ocasiões parece ser capaz de dar provas.

Realmente, os milhões de “desabrigados” (não confundir com desalojados, o que seria quase um despautério!... ) os milhões de “desempregados”, os milhões de “doentes”, os milhões de “carentes de toda a ordem”, onde tem destacada primazia a “fome”,  tudo chagas sociais imensas que parecem infectar este belo mundo de alguns, brilhantes oradores políticos que despudoradamente vão mentindo aos povos que os sustentam, de bem sucedidos magnates da luxúria, os quais se designam hoje por “empresários” e “gestores”, de celebridades de coisa nenhuma  – devo referir que, nestes campos, sempre haverá excepções a a justificar a regra – nada disto parece incomodar a humanidade e os velozes e omnipresentes meios de comunicação social (como hoje se designam) que, perante tais factos, permanecem indolentemente indiferentes, aceitando-os como fatalmente imutáveis e fazendo irremediavelmente parte da já tão moralmente degradada condição humana… a mesma que, afinal, lhes vai alimentando os insaciáveis bolsos…

Daí a interrogação que me ponho: - qual a diferença entre o que aconteceu no Haiti e o que diariamente ocorre na Somália, no Senegal, na Índia, no Paquistão, no Afeganistão, na Palestina e em tantos, tantos outros pontos do globo e que, para além dos atentados suicidas e dos mais recentes actos de pirataria marítima, tão pouco parecem incomodar os influentes senhores do mundo em que, não fora a crença que me anima e pulsa no meu peito, bem pouca ou nenhuma vontade teria de viver!

É que a diferença será somente a da oportunidade no mercado das notícias que, relativamente a umas “renderá” e a outras não… Só isso.

publicado por Júlio Moreno às 00:54
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