Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Lembrando o passado recente ...

De um modo geral em tudo, mas sobretudo no tema que aqui pretendo sucintamente analisar, as comunicações, a diferença entre os dias actuais e os de meados do século passado são enormes, eu diria mesmo que quase incomensuráveis, isto em quase todos os domínios!


Porém, como entendo que o progresso de faz sempre em todas as direcções, penso, por vezes, que alguns dos passos que se deram ou foram mal dados ou intencionalmente – o que será bem pior! – dados no sentido inverso! Exemplo disso mesmo é a sofisticação da criminalidade que já colocou a informática ao seu serviço e o prazer sádico dos “hackers” que, quais vândalos da era moderna, que é o que verdadeiramente são, se entretêm em destruir covardemente e sem outro objectivo que não seja o do simples prazer doentio de o fazer e de causar danos (alguns irreparáveis) a quem nunca viram, não conhecem nem nunca virão a conhecer... Não era prisão que eu lhes daria, não! Era o internamento em manicómio por um largo perído tão largo quanto fosse considerado necessário ao regresso da consciência que teriam a nascença e, que, entretanto, se volatilizou.


Voltando ao tema: - recordemos que, para se comunicar com qualquer pessoa, uma pessoa amiga ou qualquer outra, que representasse, por exemplo, uma entidade organisacional (empresa, instituição pública, etc.) duas formas avançadíssimas possuíamos para a época.: - o telefone, o mais rápido, primeiro o manual que passava pela telefonista e depois o automático, mas que só servia para comunicações que não cerecessem de grandes garantias de autenticidade para efeitos de eventuais e futuras provas em disputas, e o correio, esse mais ou menos volumoso conjunto de escritos que, zelosos funcionários dos velhinhos CTT se encarregavam de, no seu giro, e regularmente, mais ou menos à mesma hora, entregar em casa de cada um ficando o remetente a aguardar resposta, por vezes para as calendas gregas, isto é para “nunca” visto que os gregos, ao contrário dos romanos, não tinham calendas!


E hoje? Como se comunica? Pelo telefone?


Pelo telefone também, só que cada um tem um telefone com um número pessoal e intransmissível e transporta-o consigo,podendo, assim, ser contactado em qualquer lugar que se encontre – hoje praticamente todos, até no estrangeiro - isto a menos que tenha o seu “telemóvel” desligado ou, não querendo atender, venha com a esfarrapada desculpa de lhe ter falhado a bateria, o que, se em muitos casos é verdadeiro, em 90% dos casos não o é pelo que daí se concluí que, sendo nós, quase todos, contactáveis, só nos deixamos contactar por quem queremos e nos interessa.


Pelo correio normal, escrito, em papel?


Isso é coisa já quase do passado, de um passado recente mas nem por isso deixando de pertencer ao passado, já tão longínquo que até as Repartições Públicas, para assuntos importantes para o cidadão e para o Estado, se vão dele, progressivamente, afastando e esquecendo! Hoje o cidadão que se preza usa o seu ou os seus “E-mails” que quer dizer, o seu correio electrónico que envia/recebe através da “Internet” – (Net = rede; Inter = entre ou internacional, abreviado talvez...).


Desapareceram as máquinas de escrever, eminente conquista dos primórdios do século passado (algumas até escreviam a preto e a vermelho consoante a parte da fita que era apresentada perante a tecla que continha a letra ou símbolo a imprimir no rolo de papel) papel este que se encontrava conveniente apresentado a quem dactilografava e que ia paulatinamente avançando o espaço de cada letra impressa até que o soar de uma campaínha despertava a dactilógrafa (aqui decidi-me pela grande percentagem dos profissionais do ramo) a qual, lestamente e usando uma alavanca comprida associada ao “carro” que transportava o papel, fazia com que este retrocedesse ao início do percurso ao mesmo tempo que rodando um espaço apresentava uma nova linha de escrita isto desde que tivesse as engrenagens sempre bem alinhadas e cuidadosamente conservadas.


Para as cópias havia o chamado papel químico que, introduzido no meio de duas folhas em branco com a face da tintagem para o lado da segunda folha, destinada à cápia, imprimia esta mas só a uma côr, de um azul arroxeado, tudo o que na primeira fosse impresso pelo teclado e labor da dactilógrafa.


Os êrros eram de muito difícil correcção pelo que uma vez cometidos só uma dactilógrafa muito hábil conseguia apagá-los e corrigi-los usando primeiramente uma pequena e fina borracha redonda e própria para esse efeito, ou uma espécie de lápis adequado que numa extremidade tinha a borracha e na outra um pincelinho, e só mais tarde um líquido branco, pastoso e que secava rapidamente, designado de corrctor. Mas isto só em documentos de menor importância porque aqueles que de facto a tivessem teriam de ser irrepreensívelmente apresentados, esses eram totalmente refeitos e o exemplar da folha que continha o êrro irremediavelmente deitado no cesto dos papeis. Contaram-me até uma história sobre um patrão que, querendo medir e eficiência profissional da sua “secretária”, recém contratada, diáriamente analisava a quantidade de papel que, por conter êrros, esta deitava para o referido cesto!


Mas voltemos à análise do nosso tema: - hoje, mercê de uma complexa máquina electrónica, denominada computador, e depois de lhe havermos introduzido um programa denominado “processador de texto”, escrevemos o que pretendemos num cómodo teclado e o texto escrito vai aparecendo num “monitor”, (screen”, “écran”, ”pantalla”, etc.) onde o podemos conferir e corrigir à medida em que for sendo escrito, facilmente anulando os êrros cometidos ou alterando frases inteiras, do que até alguns programas automáticamente se encarregam!, corrigindo não só a ortografia das palavras como a própria sintaxe das frases!


Depois é só gravar o texto produzido e guardá-lo num dos vários suportes magnéticos que a tecnologia põe à nossa disposição, ou enviá-lo ao seu destino depois de transposto para outro programa de correio electrónico – o “e-mail” – ou ainda, depois de impresso em papel em impressora associada ao computador em causa, colocá-lo num sobrescrito do correio normal e enviá-lo ao seu destino.


Cópias, essas são as que quisermos, já que o original ficou guardado, e impressoras há que não só imprimem os textos, como fazem fotocópia de outros que tenhamos recebido ou digitalizam fotografias que imprimimos ou gauardamos em álbuns electrónicos ou distribuímos a outros destinatários por e-mail. Mais ainda: - hoje até os telefonemas se podem fazer através dos computadores e gratuitamente nos casos de comunicação de computador a computador ou quase nos restantes casos, isto é, de computador a telefone fixo ou a telemóvel...


Abissal a diferença, não é?


Daí que o computador esteja hoje a ser introduzido nas escolas – e muito bem – a par de alguns ensinamentos de ingles pois a maioria dos termos informáticos é naquele idioma que se baseiam sendo, por isso e ainda que rudimentarmente, necessária a sua aprendisagem.


Visto e exaustivamente descrito o que hoje acontece (não tenho jeito algum para a sintese e confesso o meu receio de que não sejam entendidas as ideias que pretendo exprimir quando, tímidamente, o tento...) o que mais me maravilha no meio de tudo isto é o facto de se poder comunicar com gente que não conhecemos, com o mundo em geral, sem ser necessário ser-se colunista de qualquer jornal ou revista hoje com tendência inexorável para desaparecerem ultrapassados que vão sendo por esta nova e moderna tecnologia.


Refiro-me aos “blogs”, neologismos criados em ingês pela informática e que mais não são do que aquele espaço (outrora chamada coluna jornalística) onde cada qual explana as suas ideias e dá largas ao seu pensamento sem necessitar de uma “cunha” ao Director do jornal ou revista para que consinta que aí escreva o que quer que seja e, quase sempre sujeito, ao altíssimo critério do Conselho de Redacção!


Temos de convir que isto sim, isto foi um verdadeiro avanço na nossa história civilizacional...


E já agora, quem estiver interessado em conhecer a história do computador que, em boa verdade, terá começado a dar os primeiros e titubiantes passos já no século XVI, procure por “COMPUTADOR” e veja o que sobre ele se diz na inestimável Wikipédia. Eu li e gostei...

publicado por Júlio Moreno às 18:59
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