Não dou erros de ortografia e muito poucos de gramática. A escrita do que aqui escrevo, se bem que um tanto arrevesada para leitores lineares e simplistas, tem sido isenta, tanto quanto me parece, de graves erros de sintaxe. Venho abordando assuntos actuais e que me preocupam (e, como a mim, suponho que a alguns outros portugueses); procuro não disparar as frases como tiros, secas, directas ao assunto, cheias de pontos finais e, muitas vezes, tão desconexas entre si que só por um extraordinário esforço mental de interligação – o que me parece será a obrigação do próprio texto! – se tornarão compreensíveis e poderão, mesmo, fazer algum sentido; enfim… procuro escrever em português ( o que ainda em mim perdura do muito que me ensinaram!) mas o facto permanece, é constante e iniludível: - não tenho leitores!
Inicialmente pensei que se tratava só de ausência de comentários e que os leitores, ou por receio, ou pelo incómodo e comodismo em dissecar as minhas entrelinhas, ou até – perdoem-me a ousadia: – porque talvez não entendessem o que escrevo (iliteracia pura – termo que não encontro em dicionário algum mas que foi ganhando força e hoje se apresenta como neologismo dignificado pelos inúmeros inteligentes que o utilizam, assim como o “alavancar” - das economias, por ex. - como se diz hoje, mas verbo inexistente em português e que, nem no novíssimo e absurdo acordo ortográfico actual e onde, curiosamente, as águas correram da foz para a nascente! se poderá encontrar!)… - por tudo isto, eu tentei descer ao fundo do problema e concluir do verdadeiro “porquê” do que acontece tendo chegado, por fim, a uma dolorosa conclusão: - não sou um português de hoje! Vim de muitos séculos atrás, estou aqui por engano da natureza, desambientado no tempo, incoerente no pensamento, inconsequente e ignorante do mundo que me rodeia, das "play stations" e, o que será bem mais grave!, sem ser conhecedor das leis do futebol... agarrado apenas a isto que me vai servindo de consolo e de exercício manual - o meu teclado onde, em tempos idos, já terei mesmo chegado a escrever música para os ouvidos de alguém!...
Porque é um erro grave o que pratico, desculparei a muda ausência de tão “sui generis” censura e, marimbando-me para o que os outros lêem , entendem ou mesmo pensem, vou continuar a ser igual a mim mesmo e, sem me vender de corpo ou de espírito a um mundo que, afinal, nunca entenderei, tão longe ele se encontra daquele em que acredito e que julgo ser o meu.
Vou, pois, continuar a desabafar aqui as mágoas que me ferem, as angústias que me atormentam, as revoltas que me enfurecem e as alegrias que Deus e a vida me vão propiciando ainda…
Um dia, e esse dia já não virá longe, todo este amontoado de folhas de papel virtual nas quais escrevo virarão pó (como dizem lá do outro lado do mar os nossos irmãos brasileiros, amálgama de sangues e línguas tão diversos e diversas que deles fazem, realmente, um povo novo!) essas folhas, dizia eu, virarão pó tal como ensinou a voz de Deus…
E nesse dia saberei que, na realidade, não vivi aqui e que por cá apenas terei passado...
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