Ilha à entrada de Goa-Mormugão (Google)
Do IOL:
“Somália: quatro norte-americanos mortos por piratas
“Viajavam num veleiro e estavam sequestrados desde sexta-feira - Por: tvi24 / SM | 22- 2- 2011 15: 13
“Quatro norte-americanos que seguiam a bordo de um veleiro foram mortos pelos piratas da Somália que os mantinham reféns há cerca de quatro dias, afirmam fontes do Governo norte-americano, citadas pela CNN.
“Os quatro reféns, dois homens e duas mulheres, participavam numa regata, mas, no passado dia 15, após zarparem da Índia, seguiram uma rota diferente do resto do grupo.
“As autoridades norte-americanas estavam a negociar com os piratas quando, esta madrugada, se ouviu um tiroteio e se percebeu que os reféns foram mortos pelos piratas. Os norte-americanos ainda prestaram assistência médica às vítimas, mas as feridas acabaram por ser fatais.
“Durante esta operação, dois piratas foram mortos e 13 capturados. Dois já estavam sob custódia das forças norte-americanas. No total, 19 piratas terão estado envolvidos no sequestro.””
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Até quando teremos de nos confrontar com notícias como esta em que surge, a nu e em toda a sua barbárie, a pirataria da Somália? No Índico, um pouco acima de Moçambique e antes do Mar Vermelho é e deve hoje considerar-se a “Água de Ninguém”!... Impunemente, bandos bem armados de negros, comandados por interesses já seguramente conhecidos mas que alguém se esforçará por ignorar, capturam, saqueiam, sequestram, extorquem e, finalmente, matam com a impunidade que a humanidade dita civilizada, por comodidade, conformismo ou mesmo inconfessável interesse, lhes consente ainda, conhecedora que é dos seus locais de abrigo, dos seus reais mandantes e das áreas em que se movem e escondem as suas vítimas…
Tive um pequeno “yacht”, veleiro de nove metros, a que dei o pomposo nome de “Sea Shuttle”, que deslocava 5 toneladas, lotação de oito tripulantes que poderiam navegar por dois ou três meses, ou mesmo mais, sem tocar terra com perfeita autonomia e relativo conforto se as condições do mar assim o consentissem. Com carta de patrão de alto mar, que tenho, cheguei a fazer planos para uma viagem “sui-generis” de circum-navegação que tinha por rota o itinerário seguinte: - Lisboa a Cabo Verde, por volta de Novembro e aí tentar apanhar os alísios que nos transportariam à América do Sul, Brasil ou Venezuela. Daí e bordejando sempre a costa para norte até à Caraíbas entraria no Pacífico pelo Canal do Panamá, dirigindo-me, pelo Hawaii, ao Japão, país que eu adoraria ter visitado e, porque hesitei um dia, nunca mais o pude fazer. Ao Japão se seguiria Timor; depois Macau, Hong-Kong e Goa, já na Índia e no traiçoeiro Índico. Por estranho que possa parecer seria a travessia de Goa a Lourenço Marques a que mais respeito me inspirava talvez pelas inúmeras histórias de inexplicáveis naufrágios que aí terão ocorrido sem que para eles, e um pouco como no caso das Bermudas e do seu Triângulo, houvesse explicação. Abandonaria então o sul da África para atravessar o Suez e fazer, a meu bel-prazer, o vasto e caprichoso Mediterrâneo, quase sem marés que se notem mas que, em meia hora, se levanta, tornando-se, então e ao contrário do que muita gente pensa, muitíssimo traiçoeiro já que poucas probabilidades concede de se chegar, em tempo útil, ao pretendido abrigo. Regressaria a Portugal pelo estreito, de muito violentas e conflituosas correntes, aportando a Vilamoura para descanso final de tão prolongada viagem e acolhendo-me, então e por breves dias, em casa de um meu amigo, também ele entusiasta por esta aventura em que deveria participar. Contava que, por junto, sem pressas nem temeridades, a epopeia me levasse cerca de um ano e meio a completar. Entretanto e caso fosse absolutamente necessário sempre poderia interrompê-la e regressar ao trabalho de avião ficando o “Sea Shuttle” em boas mãos, disso estava certo. Mas tudo isto não passou de um sonho pois, no momento de o concretizar, passei subitamente a ter de passar mais tempo no ar do que em terra, chegando a escalar 5 aeroportos diferentes no mesmo dia!
Veio tudo isto a propósito – e as ideias são como as cerejas, envolvem-se e enovelam-se de tal forma que, em pretendendo tirar apenas uma logo um cacho delas poderá vir a reboque...
E foi isso mesmo o que aconteceu agora quando o que pretendia ter dito era tão-somente isto: - nesse tempo não pensei - nem neles se falava ainda! - nos somalis embora lá pelos mares de China já houvesse alguns rumores de pirataria marítima pois, se tivesse pensado, teria arrostado com as tormentas do cabo de Bartolomeu Dias e, subido a costa africana, mantendo-a sempre a estibordo, tocaria sucessivamente São Tomé, Angola, Cabo Verde, Guiné, Canárias e Madeira e, quem sabe, dando também um saltinho aos Açores…antes de entrar a barra do Tejo com enfiamento tirado pelo farol da Guia e, finalmente, acostar a Belém, para comer, se calhar, um belo bacalhau à Brás num dos restaurantes conhecidos da zona...
Belos tempos esses, em que podia sonhar-se assim!...
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