Com a lentidão e dificuldade que uma recentíssima cirurgia às cataratas me provocavam, foi com muito maior lentidão que consegui descrever aqui – antes que se me varresse da memória! - o que a sua leitura me sugeriu da experiência que eu mesmo tenho acerca de taxistas, tema do último post do distinto Embaixador Seixas da Costa a quem daqui peço licença para cumprimentar – por favor, não se entenda lisonjear - uma vez mais.
É que, curiosamente, as minhas experiências sobre taxistas têm sido bastante interessantes e muitas vezes instrutivas até, sobretudo, quando pretendo – ou, melhor dizendo, pretendia - tirar a "temperatura" económica, social e até política" a qualquer cidade/país onde já há algum tempo me não tivesse deslocado.
Porque normalmente bem informados, tantas e tão variadas serão as conversas que terão ouvido aos passageiros que, nas respectivas “corridas” transportaram, e, querendo, na maior parte das vezes, mostrar um pouco da sua própria cultura, personalidade e opinião crítica – isto consoante o tipo das perguntas bem como o das pessoas que lhas formulem - e que é, a meu ver, muitas vezes válida - é meu costume o socorrer-me dos motoristas dos táxis que apanho quando desembarco nos aeroportos para, interrogando-os nos seus idiomas, sempre que tal me é possível (e que a bem poucos se resumirão, o inglês, o francês, o italiano, o espanhol e, algumas vezes, o próprio português mesmo no estrangeiro!), e assim obter deles um resumo muito pessoal da situação que no momento estiver sendo vivida, mas nem por isso mesmo menos real ou objectiva, e que eu não tenha tido tempo de obter pelos noticiários habituais desde a última vez que tenha visitado o local em causa.
Dentre vários, recordo-me de que foi num destes meus habituais inquéritos que, quando, algum tempo antes do 25 de Abril, aterrei em Bruxelas, sendo surpreendido nesse dia com um jantar com o Encarregado de Negócios de Portugal na Bélgica, familiar de um grande amigo meu, que soube que a hoje falecida transportadora aérea belga, a “Sabena”, exibia um interessante e ilustrativo anúncio de propaganda turística ao nosso País com os dizeres, intencionais ou não, seguintes: “VISITE PORTUGAL ANTES QUE ACABE… É O ÚNICO PAÍS DA EUROPA QUE AINDA VIVE NO SÉCULO XIX.”
Contada a novidade ao nosso representante naquele país, que a desconhecia, soube, alguns meses depois, que o facto quase ocasionara um incidente diplomático não porque não houvesse interpretações condizentes com o que naquele anúncio se dizia mas porque a “ofensa” fora considerada como de nível particularmente elevado – tal como a mim me pareceu – para o País nele visado.
Curiosamente, sair de um avião e apanhar um táxi, pode, por vezes, revelar-se útil e mesmo interessante do ponto de vista quer sociológico, sentimental, informativo ou, até mesmo, patriótico…
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