Cravo apartidário... (foto in Wikipédia)
A terrível e muitas vezes funesta complexidade da vida moderna faz com que, e cada vez mais, o cidadão comum se vá distanciando do que lhe dizem ser o interesse colectivo a que deve dedicar-se para se concentrar, qual náufrago desesperado, só em si mesmo, no seu próprio dia-a-dia e nas benesses imediatas que, em proveito próprio e exclusivo, vá conseguindo alcançar.
Faz bem? Faz mal? Farto-me de pensar e, não obstante frequentemente me venha à lembrança a frase “cada um por si!”, tantas vezes dita por verdadeiros responsáveis quando, em situações de desespero absoluto, se vêm impotentes para vencer a batalha que estejam a travar, confesso que não cheguei ainda a qualquer conclusão, muito embora, e pelo que vejo nas notícias, as estatísticas criminais me comecem a dar razão… a tão temida razão que os governantes e os governados conscientes tanto temem.
Ainda ontem e ao cidadão, os Presidentes chamaram a colaborar com a sociedade; a ter iniciativa e a ser empreendedor; a não temer o risco e a saber como o enfrentar.
Porém… como para tudo isto se precisará do eterno elemento propulsor que, para além do querer e da vontade, será o dinheiro e este é, por definição, extremamente volátil – mormente numa sociedade corrupta e de consumo, onde o "marketing" assume particular relevância na medida em que, insidiosamente vai instilando o veneno da paradoxal “necessidade desnecessária” que a muitos atinge e para o qual muito difícil será encontrar-se o antídoto adequado - fácil é que lhe possa escorregar um pé e que, por via disso, antes que se estatele, logo surjam a Banca e os banqueiros, com os seus infalíveis recursos e costumada intermediação, para, generosamente, o“reerguer”, a caminho do seu almejado sucesso por mil vezes e vozes afirmado!
Ora é precisamente aqui, na Banca e nos seus intermediários – tanto grandes FMIs como pequenos FMIs - que surge o verdadeiro cerne da questão; que começa o torvelinho das preocupações e se iniciam as mais insólitas situações, a maior parte das quais, muitas vezes e por tal forma insanáveis e incompatíveis, chegam mesmo a matar o doente da cura!
E será este o caso do País actual, não do País miragem no qual vive Sócrates para quem, quer o que diz, quer o que faz, pouco importará nas suas consequências, sejam elas quais forem, desde que, entretanto, lhe hajam rendido dividendos de protagonismo e algumas “falas e fotos” nos jornais e na televisão.
Creio mesmo que hoje em dia, para Sócrates, tanto lhe faz que digam mal dele como que digam bem. O que lhe importará antes de tudo é que digam, que falem, que o não esqueçam. Que continuem a julgá-lo primeiro-ministro mesmo de um governo sem ministros, sem rumo e sem crédito moral – que do financeiro já nem sequer se fala!
É a lei do "marketing" que, aplicada à política, nos ensina que toda a publicidade, mesmo a negativa, não deixará de sê-lo e, como tal, de promover o produto, para baixo ou para cima, tanto faz, promove-o!...
E é olhando para tudo isto que o cidadão de que falávamos no início, mesmo quando incentivado pelos Presidentes, em lugar de tomar a iniciativa, de ser empreendedor e confiar no futuro, passa a ter todo o direito em quedar-se, sentado e em silêncio, e, timorato, - até quando? - a começar a pensar: - mas afinal o que é que o governo governa?
Não serão necessários novos cravos para substituir os actuais, já murchos e que tanto já fedem de apodrecidos que estão?
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