Ainda há quem se recorde da lucidez e do destemor de um dos raros estadistas do século XX e decida reproduzir excertos dos seus escritos tão válidos eles são hoje em dia quanto o eram já as palavras de Júlio César quando se referia aos Lusitanos no longínquo ano de 47 A.C..
Assim, por mercê de um amigo de sangue e de longa data vim a tomar conhecimento de mais uma das muitas coisas que eu não só não conhecia como não sonhava sequer que existissem.
A ele, portanto, os meus agradecimentos e a deliberada omissão do seu nome que creio não gostaria que fosse aqui desvendado.
Refiro-me à notícia que me deu de um livro de SALAZAR “Como se levanta um Estado” publicado por uma editora francesa em 1936 e destinado à Exposição de Paris de 1937 e, ao que creio, só agora posto à venda em Portugal.
Nele diz, profeticamente, Salazar:
“- O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o País.
“-Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
“- A Presidência da República não tem força nem estabilidade.
“- O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e a inferior moralidade de trabalho.
“- Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo não podendo assim governar mesmo que alguns mais bem intencionados o pretendam fazer.
“- A Administração pública, incluindo as autarquias, em vez de respeitar a unidade, a acção progressiva do Estado e a vontade popular é um símbolo vivo de falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera até nos melhores espíritos, o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.
“-Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem Política, um ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou.””
Porque me escasseiam os conhecimentos para comentar tão proféticas como sábias palavras, à consideração de quem me leia deixo as conclusões e comentários que delas devam ser extraídas neste muito peculiar momento da vida nacional em que vivemos quase cem anos de retrocesso.
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