Na verdade o “porquê – dentre inúmeros outros “porquês” – que, ao longo da minha agora madura existência - dantes nem “tempo tinha para pensar nisso! - me vem preocupando é o “porquê” de eu ter nascido “eu”!
Penso que não errarei muito se afirmar que, desde que o mundo é mundo e o homem existe e pensa – grande Descartes! - já muitos homens se puseram a si próprios esta questão, tal como eu agora, sem a valorarem ao ponto de sobre ela – que eu saiba! – terem discorrido ou preocupado muito.
Na verdade, o facto de cada um de nós ter nascido “ele mesmo” não me parece que tenha preocupado muito a humanidade ao ponto de os ditos fiolósofos, mesmo os gregos, sobre esta questão se terem debruçado muito, escrutinando-a o mais possível e procurando, para ela, que parece ser bem simples, uma resposta concreta se resposta concreta existe para lhe dar.
Se eu, porventura, a fizesse a duas pessoas dadas a estas coisas, responder-me-ia o cientista físico que, de um acto de procriação estabelecido pela mãe-natureza – acho que aqui deveria escrever-se “Natureza” com maiúscula – e mercê do encontro de dois elementos extremamente complexos e curiosos, um óvulo e um espermatozoide mais persistente ou com mais sorte, ter-se-á formado um embrião que passou a feto indiferenciável, depois a nascituro com sexo reconhecível, até que, finalmente, libertando-se das ligações materiais e físicas que o prendiam ao ventre materno, veio a este mundo encher pela primeira vez os então ainda virgens pulmões com o ar que terá de respirar durante toda a vida para mantê-la e que muito pouco variável poderá ser nos elementos essenciais que entram na sua composição; já o metafísico já me daria uma resposta diferente, se não na sua composição fundamental, pelo menos no que toca às origens e finalidades dessa nova existência alicerçando convictamente as suas afirmações nos dogmas da sua própria formação.
Todavia, o que nem um nem outro me teriam respondido seria à pergunta inicialmente formulada: - “porquê eu”?
Ora, parece-me bem que é precisamente esta questão que, sem que o saibam, vem desde há muito sendo explorada pelos videntes, cartomantes, astrólogos e outros que se arrogam no poder – ou ciência, segundo os mais convictos afirmam - de “ver” nos astros ou nas cartas o nosso futuro de vida, os nossos receios e anseios, as nossas vitórias e derrotas, em suma: - o nosso destino.
Será que não obterei nunca a resposta que ora busco?
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