Terça-feira, 6 de Novembro de 2012

Contra a corrente venho apoiando o Primeiro-Ministro e o seu Governo

 

Já por aqui apareci por duas vezes e em ambas defendi o Primeiro-Ministro e as ideias que professa em termos de governação. Assim continuo em termos gerais, designadamente quanto aos meios de combate à crise pela austeridade que preconiza para o próximo orçamento de Estado. Devo reconhecer, no entanto, que essa mesma austeridade tem limites, os limites que muito naturalmente lhe serão impostos pelas consequências que, da sua rígida e cega aplicação, possam resultar no contrário daquilo que se pretende.

 

Vêm as presentes considerações a propósito do que na TV acabo de ouvir relativamente aos passes dos agentes de autoridade nos transportes públicos. Penso que os agentes de autoridade nada deverão ter de pagar quando utilizem os transportes públicos porquanto, se muitas vezes o fazem em termos de interesse privado, o certo é que, como bem disse o elemento sindical que ouvi falar, na maior parte das vezes o fazem no no âmbito do interesse público que lhes compete e não são alguns míseros euros que o Estado poupe que desvirtuam a missão de austeridade que a si mesmo se lhe impôs e visam contribuir para o equilíbrio das finanças públicas.

 

Recordarei que a maioria dos agentes da autoridade se devem considerer como “sempre de serviço” pelo que, mesmo quando se façam transportar para casa ou de casa para o serviço não deixarão de ter a obrigação de intervir perante algum caso de flagrante violação da lei que presenciem ou nos casos em que lhes seja pedida a sua intervenção.

 

Recordo a propósito que, surpreendido com a ausência de “ocorrências” que quase sempre me eram anunciadas na apresentação regulamentar dos arvorados das patrulhas da GNR que fiscalizava ou com quem me cruzava em serviço ou fora dele, decidi averiguar das causas de tal ineficiência quando o certo é que a mim me bastava sair do aqurtelmento para que, passado breves momentos tivesse o ensejo de verificar algo a motivar a minha intervenção, quer resolvendo a situação que de me deparava no momento, quer tomando nota do que havia observado para acção futura.

 

E foi assim que descobri que o que na realidade se passava.

 

É que as patrulhas, após as oito horas do respectivo “giro” – alguns dos quais de 32 quilómetros! -  se tivessem verificado ou sido chamadas a intervir em muitas ocorrências ainda tinham de passar mais duas ou três horas no posto a conferir a legislação aplicável e a redigir os respectivos autos de notícia atrazando, deste modo, o merecido descanso e o consequente regresso a suas casas.

 

Assim, após uma palestra que então fiz aos comandantes dos postos que mandei reunir determinei que quando as patrulhas tivessem “ocorrências” em número que justificasse o seu regresso antecipado aos quarteis a fim de aí elaborarem o respectibo “expediente”, o poderiam fazer a partir das seis horas de “giro”… 

 

Devo acrescentar que a medida resultou e as ocorrências, que eu aproveitei para explicar que não se resumiam a “multas” ou outro qualquer tipo de intervenção policial, antes priviligiando e para além destas, uma espécie de “auscultação” do estado de espírito das populações e dos bens públicos ou que serviam os cidadãos, reportando ao comando as situações atÍpicas que tivessem verificado – escolas onde chovia, pavimentos rodoviários em tão mau estado que fossem susceptíveis de causar acidentes, grades de pontes danificadas por vandalismo ou acidentes que não tivessem sido presenciados ou participados, placas de sinalização arrancadas ou danifidadas, etc.,  tudo por forma a que aquele pudesse intervir com oportunidade e na maior parte das vezes com êxito na sua comunicação às entidades responsáveis para que fossem resolvidas. Tudo isto se passava nos longínquos anos de 1961-65 mas, como muitas coisas ainda, poderão ser considerados actuais ou representar, talvez, um modesto contributo para a resolução dos problemas actuais!

 

À consideração do senhor Ministro da Administração Interna aqui deixo estas memórias que, por sinal ocorriam numa área que, ao que julgo, bem deverá conhecer, Guimarães e Braga, recomendando-lhe que, se assim o achar oportuno, as leve ao conhecimento do senhor Primeiro-Ministro.

publicado por Júlio Moreno às 19:28
link | comentar | favorito
1 comentário:
De contoselendas a 10 de Novembro de 2012 às 01:16
No Passado recente os governos tornavam-se "populistas" oferecendo aumentos, etc. , àqueles que para o estado trabalhavam, pois eram a maioria. Actualmente, já que existem mais pobres, eles usam a retirada desses mesmos direitos para serem "populistas". Agradasse assim a quem seu bem estar passa pelo mau estar dos outros. Iguais na miséria. Piores que na filosofia utopista comunista. Assim vai a democracia.Abraços

Contoselendas


Comentar post

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Setembro 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
30


.posts recentes

. Mais uma vez mão amiga me...

. Um tristíssimo exemplo de...

. A greve como arma polític...

. A crise, o Congresso do P...

. O PRESIDENTE CAVACO SILVA

. Democracia à portuguesa

. ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

. Cheguei a uma conclusão

. A grande contradição

. O jornalismo e a notícia ...

.arquivos

. Setembro 2013

. Junho 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Maio 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Junho 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Julho 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

. Fevereiro 2006

. Janeiro 2006

. Novembro 2005

. Outubro 2005

. Setembro 2005

. Agosto 2005

. Julho 2005

. Junho 2005

. Maio 2005

.favorito

. Passos Coelho: A mentira ...

. Oásis

.links

.participar

. participe neste blog

blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub