Não é culpa minha, nem sequer meu desejo, mas o certo é que a verdade do inevitável esboroar do caríssimo sonho europeu, mau grado os afortunados que nele descobriram a sua vocação política mas, sobretudo, económica, começa, pouco a pouco, a acontecer.
Portugal é sob todos os aspectos e em todos os domínios veja-se a nossa história um país sui generis, diria mesmo que de extremos, tanto capaz do muito bom como do muito mau, a raiar o péssimo, como infelizmente a conjuntura actual parece querer demonstrar.
Repetir-me-ei quando, como já em tempos aqui o referi, que já um grande e clarividente general romano, de seu nome Caius Júlio César, por volta dos anos 46 A.C. terá dito haver lá para os confins da Ibéria um povo que não só não se governava como nem se deixava governar estando eu em crer que esse povo seria precisamente aquele que integrava a Lusitânia e que veio a dar lugar ao sangue que, com a miscigenação própria de séculos de história, agravada pela epopeia de dar novos mundos ao mundo, no decurso da qual muitas raças se cruzaram, terá dado lugar ao que nós somos hoje: - petulantes, atrevidos, críticos, ignorantes, de certo modo convencidos, peritos no marketing da banha da cobra e um tanto ou quanto aldrabões e muito dados à política do "desenrasca", quero dizer e moderando a linguagem, dados a performances oratórias capazes do convencer os mais cépticos quando não os menos dados às actividades cerebrais que distinguem, no mundo animal, os racionais dos irracionais.
Para que quem tiver a paciência de me ler não me interprete mal, devo esclarecer que não só aceito como até reivindico para mim próprio alguns, embora não todos, dos atributos que acima mencionei com o que, arriscando a que pareça uma confissão penitente e enganosa, apenas me limito a colocar a verdade no estrito lugar onde deverá ser mantida.
Mas vamos ao tema com mais uma transcrição do Noticiário da IOL desta tarde e que, sem mais comentários meus que, a serem feitos, logo cairiam na redundância, passamos, pois, a transcrever:
Portugal apontado como o maior problema da Zona Euro
Evans-Pritchard sublinha o que outros economistas de referência também já referiram em relação à situação económica de Portugal - PorRedacção LF - 2010-04-19 10:48
«É Portugal, e não a Grécia, que coloca o maior problema existencial à Zona Euro». A conclusão é do editor de Economia Internacional do jornal britânico «Telegrah», Evans-Pritchard, num artigo publicado no Domingo. O responsável questiona-se ainda se, depois da Grécia, deverão os alemães resgatar também o Estado português. - No entanto, o responsável diz que Portugal «não fez batota» como a Grécia em torno dos números do défice, mas considera que o país geriu mal o seu processo de entrada na Zona Euro. - Evans-Pritchard recorda ainda no artigo os avisos lançados na semana passada por Simon Johnson, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, e por Nouriel Roubini, segundo os quais Portugal é a «próxima vítima». - O editor britânico ressalva que Portugal está na linha da frente para ser retirado da união monetária, uma vez que a Alemanha não vai avançar com mais resgates. - Ainda segundo o economista-chefe da empresa britânica de gestão de activos Ignis considera que a dívida pública de Portugal será a maior fonte de preocupações da zona Euro nos próximos meses - Depois de outros economistas terem diagnosticado o pior para Portugal, hoje, Stuart Thompson diz que os mercados ainda levarão alguns dias para «digerir» o plano de apoio à Grécia, da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, mas que depois irão centrar a sua atenção em Portugal e até em Espanha.
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