Muito se tem falado e muita tinta correu já a propósito do novo aeroporto de Lisboa sendo várias, e nenhuma delas consensual, as soluções que vêm sendo propostas: - Ota, Rio Frio, Montijo, manutenção da Portela com anexação de Figo Maduro, mais figo menos figo, sei lá!
Ultimamente, por iniciativa de alguns cidadãos mais clarividentes do que teimosamente politiqueiros, surgiu como solução possível o Campo de Tiro de Alcochete a que o LNEC deu o seu aval "quase" absoluto.
- É que, na realidade, campos de tiro como os de Alcochete há sempre Bushes e Bin-Ladens que se encarregarão de nos-los emprestar se necessário!
Muito bem:
Seja onde for que fique instalado o novo aeroporto, "penso eu de que", antes de mais e perante o estado ruinoso a que a revolução democrática dos "cravos" - flor que foi tão linda!- vem levando o país, - afirmando-se uma democracia sem que o Povo saiba sequer o que isso é, a começar pelos próprios políticos que são o mais triste exemplo da proclamada sã convivência democrática desbaratadas as finanças públicas a pesada herança, mas em barras de ouro, de que falava o ex-amordaçado Mário Soares e que ele mesmo, e comandita, se apressaram a desbaratar voando graciosamente e com largos séquitos pelo mundo inteiro, oferecendo lautíssimas jantaradas a políticos de meia tigela em cujos convites foi sempre pródigo à custa do Povo e distribuindo larguíssimos benefícios nos designados jobs for the boys
importará agora TENTAR arrepiar caminho e, se ainda formos a tempo porque os euro-euros estão a acabar e as falências continuam! procurarmos dar a volta ao resultado e retornar à nossa vocação de séculos, atlântica, timorata e inovadora.
Ora, comigo acontece que, quando olho para um mapa mundi e vejo a "jangada de pedra" de Saramago nele desenhada, Portugal se me afigura sempre como algo parecido a um porta-aviões, a um porta-aviões da Europa, tão proeminente está no Atlântico e tão ocidental é em relação à Europa com que nos fomos meter
E se é porta-aviões deverá haver nele pistas para que os ditos aviões possam aterrar e dele possam descolar (eu ia dizer desaterrar mas pensei que me poderiam levar a mal e, por isso, não disse ) daí a real necessidade de um aeroporto!
No mundo actual, globalizado, como hoje se diz à boca cheia (eu não disse com a boca cheia, que parece mal!), no mundo actual, as distâncias tornam-se menores e quase se anulam, senão em milhas ou quilómetros pelo menos em horas e minutos, pelo que os transportes são, e cada vez mais, uma das mais prementes e industriais necessidades desse mundo.
Mas o que será que se transporta? Coisas e pessoas, ou só coisas ou só pessoas, isto é carga e passageiros, estando eu em crer que, a breve trecho, tais transportes serão quase sempre sazonais, isto é pessoas dos Verões para osVerões e cargas nos Invernos.
Mas como temos a felicidade de vivermos numa bola, onde, se pudesse já há muito teria dado um chuto!, quando em baixo é Inverno em cima é Verão e vice-versa, julgo que, com maior ou menor peso do "euro-dólar", a coisa, em termos de movimento, logo "cash", virá quase a dar na mesma, isto é, haverá tantas cargas como pessoas a transportar durante o ano inteiro.
Ora, penso eu que, mal acomparado, um aeroporto nos dias de hoje poderá vir a parecer-se como um coração gigante dum mundo cada vez mais pequeno que recebe e distribui cargas e pessoas pelo seu corpo redondo e cheio de mazelas tal como um corpo enfezado, mas que teime em viver, vai distribuindo o sangue pelo seu próprio organismo escanzelado, e estando o aeroporto em Alcochete, porque não tranformá-lo em coração de transportes em vez de sangue e enveredar a sério, por uma política internacional de transportes, encurtando os voos internacionais transatlânticos (poluindo menos e reduzindo custos e riscos), conflituando menos com o intensíssimo e saturado tráfego aéreo de uma Europa, já sem espaço para mais aviões, e fazendo de Alcochete o PONTO de CHEGADA e o de PARTIDA de tudo quanto é gente e coisa que vai e vem de um para o outro lado do Atlântico, e a partir daí, do coração Alcochete, através das artérias (auto-estradas e comboios de altas velocidades para a Europa) e das veias (auto-estradas e comboios de altas velocidades vindos da Europa para Alcochete), criar um fluxo novo mais económico, menos poluidor, menos perigoso e quiçá mais rentável cá para o Zé que, em torno do novo espaço deixando área suficiente para futuras e previsíveis expansões logo criaria armazéns para mercadorias em trãnsito, fábricas para agrupamentos do que, vindo desmanchado, tivesse de ser entregue, inteirinho e pronto a funcionar, no seu destino, criando frotas de TIRs e novas tecnologias (com oficinas, manutenções, reparações, até fabrico de chassis, carroçarias e motores) que despejasse continuamente e continuamente recebesse por essas artérias e veias, partindo de e chegando a Alcochete e, nos casos em que tal se justificasse, seguindo mesmo por mar através de um dos maiores portos naturais do mundo que é o estuário do Tejo ou de Setúbal de onde já tantas gloriosas caravelas e naus partiram noutros tempos!...
Por ordem de prioridades e de conveniencias: - ligações com África, - vias marítimas e aéreas; com as Américas: vias aéreas e marítimas.
Com uma política bem consertada com a nossa vizinha Espanha, passado que foi a síndrome de Aljubarrota, talvez este fosse um processo de, a médio prazo tirar Portugal do charco de lodo sujo e podre em que um por todos e todos por um vão teimando em afundar-nos os novos donos do País.
Não seria engraçado? Pensem nisso que eu também vou pensando nestas ideias aqui tão mal alinhavadas
Devo acreditar no artigo que Miguel de Sousa Tvares terá escrito no Expresso e que acabo de ler no meu PD de hoje?
Se devo, que dizer do Senhor Governador do Banco de Portugal que, além de se atribuir a si mesmo e aos seus colegas de fortuna, vencimentos chorudos e mordomias maiores que as de Ministro, se permite "afrontar" o Povo ao estabelecer para si mesmo a reforma vitalícia e por inteiro ao fim de seis "exaustivos" e tão laboriosos anos de trabalho (como acabámos de verificar) para fazer o que aqui vemos retratado como uma dos grandes embustes da nossa triste história democrática contenmporânea?!...
Segue o artigo, tal como o li e transcrevi, sem outros comentários senão os de que, em face do que me é dado ver, haverá muitos inocentes nas cadeias portuiguesas:
"Da Opus Dei à Maçonaria: a incrível história do BCP"
"A história do BCP é absolutamente exemplar de um regime, em sentido lato, onde tudo o que são valores essenciais - incluindo a própria vergonha - parecem ter-se perdido para sempre Em países onde o capitalismo, as leis da concorrência e a seriedade do negócio bancário são levados a sério, a inacreditável história do BCP já teria levado a prisões e a um escândalo público de todo o tamanho. Em Portugal, como tudo vai acabar sem responsáveis e sem responsabilidades, convém recordar os principais momentos deste «case study», para que ao menos a falta de vergonha não passe impune."
"1 Até ao 25 de Abril, o negócio bancário em Portugal obedecia a regras simples: cada grande família, intimamente ligada ao regime, tinha o seu banco. Os bancos tinham um só dono ou uma só família como dono e sustentavam os demais negócios do respectivo grupo. Com o 25 de Abril e a nacionalização sumária de toda a banca, entrámos num período 'revolucionário' em que "a banca ao serviço do povo" se traduzia, aos olhos do povo, por uns camaradas mal vestidos e mal encarados que nos atendiam aos balcões como se nos estivessem a fazer um grande favor. Jardim Gonçalves veio revolucionar isso, com a criação do BCP e, mais tarde, da Nova Rede, onde as pessoas passaram a ser tratadas como clientes e recebidas por profissionais do ofício. Mas, mais: ele conseguiu criar um banco através de um MBO informal que, na prática, assentava na ideia de valorizar a competência sobre o capital. O BCP reuniu uma série de accionistas fundadores, mas quem de facto mandava eram os administradores - que não tinham capital, mas tinham «know-how». Todos os fundadores aceitaram o contrato proposto pelo "engenheiro" - à excepção de Américo Amorim, que tratou de sair, com grandes lucros, assim que achou que os gestores não respeitavam o estatuto a que se achava com direito (e dinheiro)."
"2 Com essa imagem, aliás merecida, de profissionalismo e competência, o BCP foi crescendo, crescendo, até se tornar o maior banco privado português, apenas atrás do único banco público, a Caixa Geral de Depósitos. E, de cada vez que crescia, era necessário um aumento de capital. E, em cada aumento de capital, era necessário evitar que algum accionista individual ganhasse tanta dimensão que pudesse passar a interferir na gestão do banco. Para tal, o BCP começou a fazer coisas pouco recomendáveis: aos pequenos depositantes, que lhe tinham confiado as suas poupanças para gestão, o BCP tratava de lhes comprar, sem os consultar, acções do próprio banco nos aumentos de capital, deixando-os depois desamparados perante as perdas em bolsa; aos grandes depositantes e amigos dos gestores, abria-lhes créditos de milhões em «off-shores» para comprarem acções do banco, cobrindo-lhes, em caso de necessidade, os prejuízos do investimento. Desta forma exemplar, o banco financiou o seu crescimento com o pêlo do próprio cão - aliás, com o dinheiro dos depositantes - e subtraiu ao Estado uma fortuna em lucros não declarados para impostos. Ano após ano, também o próprio BCP declarava lucros astronómicos, pelos quais pagava menos de impostos do que os porteiros do banco pagavam de IRS em percentagem. E, enquanto isso, aqueles que lhe tinham confiado as suas pequenas ou médias poupanças viam-nas sistematicamente estagnadas ou até diminuídas e, de seis em seis meses, recebiam uma carta-circular do engenheiro a explicar que os mercados estavam muito mal."
"3 Depois, e seguindo a velha profecia marxista, o BCP quis crescer ainda mais e engolir o BPI. Não conseguiu, mas, no processo, o engenheiro trucidou o sucessor que ele próprio havia escolhido, mostrando que a tímida "renovação" anunciada não passava de uma farsa. E descobriu-se ainda uma outra coisa extraordinária e que se diria impossível: que o BCP e o BPI tinham participações cruzadas, ao ponto de hoje o BPI deter 8% do capital do BCP e, como maior accionista individual, ter-se tornado determinante no processo de escolha da nova administração... do concorrente! Como se fosse a coisa mais natural do mundo, o presidente do BPI dá uma conferência de imprensa a explicar quem deve integrar a nova administração do banco que o quis opar e com o qual é suposto concorrer no mercado, todos os dias..."
"4 Instalada entretanto a guerra interna, entra em cena o notável comendador Berardo - o homem que mais riqueza acumula e menos produz no país - protegido de Sócrates, que lhe deu um museu do Estado para ele armazenar a sua colecção de arte privada. Mas, verdade se diga, as brasas espalhadas por Berardo tiveram o mérito de revelar segredos ocultos e inconfessáveis daquela casa. E assim ficámos a saber que o filho do engenheiro fora financiado em milhões para um negócio de vão de escada, e perdoado em milhões quando o negócio inevitavelmente foi por água abaixo. E que havia também amigos do engenheiro e da administração, gente que se prestara ao esquema das «off-shores», que igualmente viam os seus créditos malparados serem perdoados e esquecidos por acto de favor pessoal."
"5 E foi quando, lá do fundo do sono dos justos onde dormia tranquilo, acorda inesperadamente o governador do Banco de Portugal e resolve dizer que já bastava: aquela gente não podia continuar a dirigir o banco, sob pena de acontecer alguma coisa de mais grave - como, por exemplo, a própria falência, a prazo."
"6 Reúnem-se, então, as seguintes personalidades de eleição: o comendador Berardo, o presidente de uma empresa pública com participação no BCP e ele próprio ex-ministro de um governo PSD e da confiança pessoal de Sócrates, mais, ao que consta, alguém em representação do doutor «honoris causa» Stanley Ho - a quem tantos socialistas tanto devem e vice-versa. E, entre todos, congeminam um «take over» sobre a administração do BCP, com o «agrément» do dr. Fernando Ulrich, do BPI. E olhando para o panorama perturbante a que se tinha chegado, a juntar ao súbito despertar do dr. Vítor Constâncio, acharam todos avisado entregar o BCP ao PS. Para que não restassem dúvidas das suas boas intenções, até concordaram em que a vice-presidência fosse entregue ao sr. Armando Vara (que também usa 'dr.') - esse expoente político e bancário que o país inteiro conhece e respeita."
"7 E eis como um banco, que era tão independente que fazia tremer os governos, desagua nos braços cândidos de um partido político - e logo o do Governo. E eis como um banco, que era tão cristão, tão «opus dei», tão boas famílias, acaba na esfera dessa curiosa seita do avental, a que chamam maçonaria."
"8 E, revelada a trama em todo o seu esplendor, que faz o líder da oposição? Pede em troca, para o seu partido, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público. Pede e vai receber, porque há 'matérias de regime' que mesmo um governo com maioria absoluta no parlamento não se atreve a pôr em causa. Um governo inteligente, em Portugal, sabe que nunca pode abocanhar o bolo todo. Sob pena de os escândalos começarem a rolar na praça pública, não pode haver durante muito tempo um pequeno exército de desempregados da Grande Família do Bloco Central. Se alguém me tivesse contado esta história, eu não teria acreditado. Mas vemos, ouvimos e lemos. E foi tal e qual.""
Não resisto, neste meu primeiro dia do ano de 2008, a transcrever, na íntegra, o texto que, por "e-mail", mão amiga e clarividente fez o favor de me enviar.
Comentá-lo? Para quê?
Lê-lo e, sobretudo, senti-lo, acho que bastará e será o suficiente para que, cada um de nós, se aperceba da verdadeira dimensão do que é "um ano de luz" que será a distância a que nos encontramos deste País, isto não obstante tenhamos como "nosso primeiro" um nome sonante e que deveria ser de arquétipa responsabilidade.
Segue, pois, o texto e que quem quer que o leia que veja nele o que mais lhe aprouver:
"PARA REFLEXÃO E EXEMPLO DE CIDADANIA
Tenho tres filhos e cinco netos e, com mágoa o digo, melhor fora que não soubesse sequer o que isso era!
Estou sozinho, em minha casa, um modestíssimo TO que arrendei quando, por mercê das novas governações e das diversas democracias que então se instituiram, vi o meu futuro despedaçado, destruído e esfumando-se como o fumo denso se esfuma perante o vento forte que o dissipa...
Sofro dos achaques próprios de quem tem setenta e um anos feitos, poucos mais para viver e, serenamente, só com medo do sofrimento (que esse sinto-o)!, procuro enfrentar esse inexorável porvir interrogando-me sobre se terei valido e, de algum modo, compensado o esforço que meus saudosos pais tiveram em me criarem!
Assisto, através deste luxo que, com a magríssima reforma - quase esmola - que aufiro após quase 40 anos de trabalho, e que a mim mesmo me concedo - a Internet, a que chamo de minha janela para o mundo - aos desvarios e aos desavergonhados cantares de galo no poleiro dos políticos que julgam ser alguém e que ficarão na "estória" porque na "história" não ficarão por certo...
Sem champanhe, que nem a reforma nem o fígado mo consentem, brindei a entrada do novo ano com um quarto de copo do vinho branco que me havia sobejado do jantar, hoje um pouco melhorado, embora continue sem grande jeito para a culinária...
Entretive-me a ver na televisão as farças delirantes com que pretendem cativar as audiências e, dentre todas, a que mais apreciei foi a denominada "familia Superstar" da Sic que me foi entretendo ao longo das últimas semanas...
Chegou a meia noite. Pressentia que chegava, sentia-a chegar, vi-a chegar e ela passou por mim...
Fiz um telefonema de obrigação a quem mais velho era do que eu e a quem muito prezo desejando-lhe um bom ano.
Recebi dois: um local de pessoa amiga à moda antiga e de longa data e um outro dos Estados Unidos da América de quem teve a atenção de, às sete da tarde locais, se lembrar de que, para mim, seria meia-noite...
Comecei este "post" dizendo que tinha três filhos... mas devo ter-me emganado pois apenas dei forma humana a três seres que o não serão pois que do pai não se lembraram nem sequer um escasso minuto com ele perderam nesta noite de hábitos...
Acabo de escrver estas linhas já no 1º de Janeiro de 2008, -às 3 e 10 da manhã e durante todo este tempo estive pensando e recordando... Senti, uma vez mais, o terrível significado e o peso tremendo da "saudade"...
Será que assistirei ao início de 2009? Resistirei até lá como é minha intenção e vontade?
Um Bom Ano a quem tiver a paciência de me ler e que não se deixe enredar por estes lúgubres pensamentos que me envolvem neste momento são os meus mais sinceros votos...
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