Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009
A vida moderna, sobretudo aquela que nos é dada a conhecer por uma desvirtuada, que não hesitarei mesmo em classificar de interesseira e oportunista, comunicação social dos nossos dias, (hoje), - jornalismo, (ontem) - , servida por sapientíssimos comunicadores, - doutores (hoje), meros jornalistas com ou sem "credenciais académicas superiores", (ontem) - como esse tal irritante Gabriel da RTP1 que se deve julgar de tal modo especial e dono de quanta verdade verborreia, que corta a meio, explorando, inconveniente e mal educadamente, eventuais explanações menos claras dos entrevistados, peritos que são e que ele, leigo que é, tão ex-catedra interroga em nome de um povo que nunca, para tal, lhe terá passado procuração - eu não passei nem nunca passaria - e cujas pequenas falhas de explanação, astutamente explora acabando por ser ele e não o entrevistado a deixar no ar o peso real das teorias que professa, sejam elas quais forem, tenha ou não razão naquilo que discute.
Vem isto a propósito do alarido que se vem fazendo achado que foi o filão das pobres, futuras e esperançadas mães que, em fase última de gestação, tiveram a desdita de terem perdido os seus filhos após terem sido vacinadas contra a gripe A.
Não interessa preservar o recato, porventura a própria dor. Interessa, isso sim, colocar todas as futuras e esperançadas mães em alvoroço, temerosas que estarão - e muito mais ficarão - que tais e tão funestos acontecimentos consigo se repitam!
E tanto faz que as autoridades médicas venham desmentir as insinuações que, com perfídia, direi mesmo, a comunicação social vem fazendo sobre o assunto já que esta, fazendo-me lembrar o cachorro teimoso que não larga o sujo trapo que abocanhou e que lhe pretendemos tirar da boca, chega mesmo a rosnar publicamente a sua insatisfação quando confrontada com a sua própria mediocridade.
Dão a notícia das grávidas que perdem os fetos depois de terem sido vacinadas. E já são duas, referem, insistindo na coincidência! Porém, tempos atrás e antes da gripe, nunca vi noticiado, e muito menos explorado por tal forma, que uma grávida tivesse perdido o seu filho naturalmente e sem que houvesse algo que transformasse tão triste acontecimento em notícia, o que acontece agora! E se assim fora, sensacionalistamente explorando então as naturais fraquezas humanas, muito teriam tido já que noticiar pois, a acreditar nas estatísticas que fontes credíveis ligadas à saúde têm afirmado, a média será de 28 a 30 casos por mês - um pouquinho mais que um e meio a dois por cada dia!
Mas não. Isso não era então notícia como o não será o publicitar diariamente o obituário natural do país onde, todos os dias, morre gente.
Lamentável, a todos os títulos lamentável! E é isto que se ensina nas escolas de jornalismo? É esta forma de actuação profissional, bem pouco ética, que se não importa com as possíveis e graves consequências que o alarme possa causar em todo o país, lhes é ensinada nos cursos que terão frequentado?
Pobre país que tais mentes tem e vem gerando e com elas tem hoje de se conformar!
Sexta-feira, 13 de Novembro de 2009
É atavismo do nosso Povo o sermos assim: - fala-barato, fala muito e não diz nada, intelectualmente desordeiro e intolerante, mixordeiro de ideias e de convicções, conflituante com a nossa própria razão e intolerante para quem a tenha diferente de nós, presumidos e garbosos paladinos dos feitos que outros muito antes fizeram e que passamos a vida a comemorar em lugar de a fazer mais e melhor, queixando-nos diariamente do que só a nós caberá a culpa, enfim, continuando exactamente iguais a nós mesmos que essa será virtude que ninguém nos poderá negar nem levar a palma.
Veja-se o que, já em 1896 há mais de cem anos! comentava Guerra Junqueiro, em escrito que um amigo acaba de me enviar por e-mail e que, para Vossa apreciação, passo seguidamente a transcrever:
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. - Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. - Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas. - Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." - Guerra Junqueiro, 1896.
É a Vós que deixamos a verificação da análise que acima fizémos...
Quarta-feira, 11 de Novembro de 2009
Vasculhava a Internet à procura de melhor tempo que o da chuva que, lá fora, ia caindo, pegajosa, fria e persistente, quando descobri um site de onde me foi possível recolher, do meio do lixo do costume, este apontamento, do qual aqui citarei a fonte Voyeurweb - e para o qual chamo a atenção dos menos avisados nestes apelos cibernautas e que, contrariamente a este, que apenas dá para rir um pouco, também poderão dar para outras situações, bem mais lamentáveis e perigosas
Leiam então e comentem, depois, de Vossa justiça:
The Perils Of Dating On The Internet
MARSEILLES, France -- Skirt-chasing playboy Daniel Anceneaux spent weeks talking with a sensual woman on the Internet before arranging a romantic rendezvous at a remote beach - and discovering that his on-line sweetie of six months was his own mother!
- I walked out on that dark beach thinking I was going to hook up with the girl of my dreams," the rattled bachelor later admitted. "And there she was, wearing white shorts and a pink tank top, just like she'd said she would.
- But when I got close, she turned around - and we both got the shock of our lives. I mean, I didn't know what to say. All I could think was, 'Oh my God! it's Mama!' "
But the worst was yet to come. Just as the mortified mother and son realized the error of their ways, a patrolman passed by and cited them for visiting a restricted beach after dark.
- Danny and I were so flustered, we blurted out the whole story to the cop," recalled matronly mom Nicole, 52.
"The policeman wrote a report, a local TV station got hold of it - and the next thing we knew, our picture and our story was all over the 6 o'clock news. "People started pointing and laughing at us on the street - and they haven't stopped laughing since."
Domingo, 8 de Novembro de 2009
Aqueles que se situavam na parte mais racional do cérebro mostravam-se revoltados perante a apatia dos que, podendo expedir ordens de resposta motora aos membros, quer aos pés, quer ás mãos e, nestas, aos dedos que, em se fechando, formariam os punhos, pelo que começavam já a dar alguns sinais de impaciência, traduzidos em erráticos e desconexos impulsos eléctricos de ordem e revolta contra o encéfalo que tardava tanto e tomar a resolução que se lhe impunha.
Nervosos e francamente agitados se mostravam os eferentes, ansiosos por transmitirem as ordens que tardavam. Porém, prudente, como sempre e até aí o tinha sido, o cérebro recusava-se a dar a ordem há tanto esperada e que, num ou noutro casos, esporádicos, embora, havia sido mesmo já ultrapassada pelos reactivos sob o comando, sempre imprevisível, da espinal medula.
Entretanto, ao córtex continuavam a chegar, ininterruptamente e pelas vias visuais e auditivas, as gravíssimas informações relativas aos insultos que estavam sendo dirigidos àquele ser orgânico sem que se produzissem neste quaisquer alterações susceptíveis de reduzir ou mesmo terminar a situação que se criara.
E foi, perante toda esta passividade quase diplomática, recentemente acordada pelos numerosos cérebros que às reuniões haviam assistido e que, por maioria simples fora aprovada, de tudo fazer em prol do politicamente correcto, que os neurónios motores subitamente se revoltaram e, anarquicamente, sem qualquer plano ou estrutura de comando, decidiram agir e, indiferentes a quanto mais os rodeava, tomaram as rédeas do poder cerebral e da vontade conduzindo aquele organismo, em anterior estado quase cataléptico, à guerra física e sem quartel que rapidamente se generalizou e só veio a terminar quando os responsáveis pela visão lhes confirmaram estarem moribundos e já mesmo mortos, na sua esmagadora maioria, todos os neurónios agressores, pertença daquele outro organismo que, meio desfeito já, ali jazia, inerte, na sua frente
E foi, tempos depois e quase já esquecidas, quer as razões quer as circunstâncias em que aqueles factos se haviam produzido, que o cérebro de um Juiz, cansado, doente e já próximo da reforma, ordenou aos seus músculos da área de Broca que proferissem a sentença:
- Quinze anos de prisão efectiva e cento e cinquenta mil euros de indemnização à família da vítima ou a quem se mostrar com direito a ela
seguindo-se de imediato a pancada do martelo do Juiz, prova evidente dos anos que por este haviam já passado.
Sábado, 7 de Novembro de 2009
Não sei se tenho jeito para escrever o que quer que seja isto a avaliar pela quase total ausência de comentários em quanto vou escrevendo, ou escrevinhando neste meu blog - (não é falsa modéstia, é mesmo o que penso e sinto) mas garanto que o que aqui vou debitando o não faço como uma torneira que, em sendo aberta, logo deita água a menos que o sistema esteja avariado ou a fonte haja secado mas sim pondo no que escrevo a alma, o coração, o engenho e a arte, se bem que reconhecendo que, em quanto aos dois últimos se refere, estes me vão faltando, como, aliás, sempre acontece a quem nunca os teve, mesmo à partida, ou, gradualmente, os vai perdendo.
Se bem que sentindo particulares responsabilidades neste campo, - pois não quisera nunca ser desmerecedor do incomensurável mérito do avô paterno que tive, a quem, como quase sempre acontece, tão pouca justiça fizeram em vida (e tantos foram os que, com ela, muito lucraram!) e de quem, algumas vezes se tem falado depois da morte não me atrevo, sequer, a quaisquer comparações.
Por isso me proponho hoje contar-vos uma simples mas curiosa história, verdadeira, tanto quanto sei, mas da qual, e desde já, me comprometo a não revelar aqui os nomes.
Trata-se da quase incrível odisseia de um jovem médico e oficial da Marinha de Guerra Portuguesas por terras e mares do Norte de Moçambique corriam os anos dos finais do século XIX havendo, por isso, sinais, ainda que esporádicos, da guerra que então aí se travava.
Prestando serviço a bordo de um navio de guerra, então em missão nas costas do Norte de Moçambique, o jovem oficial e médico, aproveitando uma breve paragem da corveta em que seguia para reabastecimento de água e alguns víveres, designadamente fruta, algures ao largo de uma das múltiplas praias moçambicanas, pediu licença ao comandante do seu barco para acompanhar a terra os marinheiros que, em botes, fariam tais carregamentos, licença essa que lhe foi concedida pelo que embarcou num deles, rumando a terra onde cedo se afastou do grupo que procedia aos abastecimentos, totalmente entusiasmado por quanto, de fauna, flora e paisagem, ante os seus olhos tinha.
E foi assim que, desligado do grupo e sem que de tal se houvesse dado conta, este e os respectivos botes, regressaram ao navio que logo de aprestou a partir sem cuidar de saber se todos quantos haviam desembarcado haviam, de facto, regressado.
Já com o navio em marcha, eis que chega a notícia de que o médico, afinal, não tinha regressado a bordo pelo que necessário se tornava que fosse alguém à sua procura uma vez que, na praia, não era visto e dele se não vislumbravam quaisquer sinais. Foi, por isso, determinado que um pequeno grupo armado voltasse a terra e aí tentasse descobrir o paradeiro do jovem oficial o qual, após porfiadas buscas, foi finalmente encontrado, armado apenas com o revólver que à cinta tinha, empoleirado numa árvore, das raras que haveria no local, tendo a seus pés, esperando pacientemente que o estranho mas apetitoso fruto acabasse por cair... um indolente mas não menos faminto grupo de quatro leões
os quais, só depois de afugentados a tiro pelo grupo de resgate, terão permitido o regresso em segurança do jovem oficial ao seu navio.
Não conheci este oficial médico da Marinha mas recordo-me de que, por diversas vezes, este episódio foi relembrado em minha casa, era eu ainda criança...
Quarta-feira, 4 de Novembro de 2009
Para além do muito que já se tem visto neste desgraçado País de amplas liberdades e que tanto se esforça por parecer aquilo que não é um País atrasado, senão económica pelo menos no que toca à inteligência e oportunidade das medidas que, em cega obediência a uma utópica e pouco justificável atracção europeísta, vem tomando - corre o risco de, muito em breve, se tornar mesmo no bobo europeu, no País da chacota e dos que nada devendo à inteligência dos seus políticos e, por sua exclusiva culpa, em pouco ou nada tendo, tudo querem copiar e imitar dessa velha Europa, experiente de séculos no que nós até há bem poucos anos desconhecíamos: - o crime organizado.
Mas fez-se o acordo de Shengen! Fez-se a despeito de ter sido, ele mesmo, Inoportuno, desadequado, impreparado, enfim, uma desgraça para todos nós! Porém, era imperioso que assinássemos, sem a mais ténue preparação prévia dos cidadãos e, sobretudo das polícias, esse acordo que punha fim às fronteiras entre os Estados membros e que assim veio permitir, qual dique que vem retendo as águas e que, inesperadamente se desmorona, o que uma cabeça com dois dedinhos de testa logo teria tido obrigação de prever! - que, livremente e entre nós, se passeassem e viessem acoitar alguns dos bandos mais tecnicamente evoluídos da Europa do crime os quais, de quando em vez e quando o alvo é apetecível, vão ensaiando, aqui e ali, mais um audacioso golpe como o que há dois dias foi perpetrado em Vale de Lobo, no Algarve, na casa daquele casal suíço que tanto esperava deste nosso País onde quis viver a sua tranquila e feliz velhice mas que veio a ser selvaticamente agredido e cuja senhora, de 67 anos, chegou mesmo a ser violada!
Eles vão abandonar Portugal e por via deles muitos outros não chegarão sequer a vir!
Devemos convir que, em época de crise, é mesmo disto que o país precisa!...
Impõe-se, assim, que, em vez do porreiro pá do nosso primeiro cada vez mais segundo se vá pensando em dotar as polícias de cérebros pensantes e comprovadamente actuantes que não apenas e meramente retóricos como os que temos os yes men - a par dos meios que deverão ter e possam usar para enfrentarem, com algumas hipóteses de êxito, essas máfias de leste que, quais hordas de bárbaros em tempos idos, nos vão infestando o nosso território, pondo em risco as nossas gentes e desbaratando os nossos parcos haveres.
E, já agora, Portugal porquê?
Porque é sabido que hoje por cá vem reinando a confusão, a complacência e o desajustamento de uma legislação penal incompatível com os vários tipos - alguns novíssimos - de criminalidade dos nossos dias e porque hoje é facílimo entrar, atacar e fugir já que as fronteiras com Espanha, quase todas distando uma hora ou menos de qualquer sítio susceptível de constituir um apetecido alvo para a delinquência reinante, servidas que estão por belíssimas auto-estradas ou rodovias, permitindo, assim, que os delinquentes fujam enquanto que as polícias, muito embora os perseguindo, logo esbarrarão com a burocracia das áreas jurisdicionais do país vizinho que não poderão desrespeitar.
Que este governo em segunda mão, com a réstia de vergonha que. creio, lhe possa assistir ainda, ponha cobro a tais desmandos mandando fiscalizar, e bem, nas fronteiras os veículos que, por elas, pretenda entrar sem se importar com as filas que se formem! e fiscalizem, cuidadosamente, bem no interior e nos esconsos cantos e recantos de cada viatura que se lhes tornar suspeita, o respectivo conteúdo, nelas buscando capuzes, armas e outros artefactos susceptíveis de serem utilizados para finalidades criminosas e criteriosamente indaguem da motivação das visitas, dos conhecimentos ou contactos que possuem, dos meios de subsistência que consigo tragam, dos locais para onde se dirigem, etc, etc
ali mesmo buscando, através dos meios técnicos já hoje ao alcance das policias, eventuais mandados de captura existentes, currículos policiais e criminais menos abonatórios e tudo o que for de interesse em ordem a prevenir, na medida do possível, o erro já cometido em prol das amplas liberdades já concedidas nesta manta de democracia esburacada com que diariamente nos pretendem tapar os olhos e encher os ouvidos.
É que, na senda que vamos trilhando e que aqui me não tenho cansado de referir, na busca de uma utópica Europa, da qual e historicamente sempre nos mantivemos arredados, já cometemos vários erros como os da adesão ao euro - que nos tem feito gastar bem à europeia continuando a ganhar bem à portuguesa! como também o de nos irmos progressivamente arredando do mar, a nossa verdadeira e histórica vocação, pois daí só piratas nos poderão surgir e, desses, talvez o mais perigoso seja o carapau
Terça-feira, 3 de Novembro de 2009
Eu sou eu e com isto me apresento e escrevo não me canso de escrever desde que comprei ou alguém me deu já não me lembro esta máquina infernal que se chama computador mas o que eu ponho nele são só ideias porque escrita tá quieto qisso ele não sei lá muito bem mas deixemos lá é como se soubesse e nós cá estamos para ler e reler e reler o texto procurar entender o que está escrito ou não isso não importa mas sim chamar-me nomes ou ter-me em grande apreço como fica bem aos letrados inteligentes que a escassa minoria de quem sabe ler se julga ser que eu cá não sou nem quero sê-lo porque se o fosse acho que ninguém me iria perdoar por perder tempo a ler e escrever coisinhas como as que a maioria escreve isto a menos que algum desgovernado mental de algum sueco me atribuísse o premio ai que já nem sei o nome mas é Nobel suponho que sim é Nobel de certeza o que inventou a dinamite que já uma vez me atribuiu mas só que o dinheiro esse esgota-se sobretudo nas viagens que teria de fazer à conta dele e para isso teria de por mais palavras no meu misturador para que saíssem mais livros alguns encadernados e outros brochados tudo uma questão de dinheiro e juntamente com alguma propaganda à mistura destas que agora as empresas de marketing fazem tão bem eu conseguisse vender aquilo que doutro modo não vendia e com esse dinheirinho poder viver bem numa qualquer ilha perdida do Atlântico será que é Atlântico ou qualquer outro mar não sei nem é preciso que o saiba basta que esteja rodeado de agua para ser uma ilha e eu poder viver nela só que o dinheiro esse faz-me falta para sair da ilha e ver coisas falar com gente de outros países que cansados de ler livros apreciam o que escrevo porque eu escrevo com a minha mente exactamente com o que as circunvoluções que o meu cérebro tem para me dizer o que por vezes torna difícil a leitura e a interpretação do que escrevo com tanto pormenor minúcia e actualidade que só por isso creio que merecia igualmente o Nobel da Paz que esse foi agora para aquele Obama que não escreveu nada que não fez nada que só falou e comprou um cão português para as suas filhas o que tornou Portugal conhecido na América já que o Cristóvão Colombo esse bastardo se vendeu aos espanhóis para lá ir descobri-la e ficou com as honrarias todas para si esquecendo-se do João Rodrigues Cabrilho que sendo português também se vendeu a quem pagava melhor e lá foi por conta também dos espanhóis que naquela altura tinham uma boa indústria que exploravam tão bem como nós e que era a dos descobrimentos para ser o primeiro na Califórnia e no México que por isso tem uma estátua e honrarias lá por Montalegre enquanto que o Colombo só lhe conheço a casa que tinha na ilha de Porto Santo se calhar porque já não vejo lá muito bem e não sei onde está a estátua dele que isto das ideias e das palavras são como as cerejas a monte numa cesta em se puxando por uma logo vêm muitas todas até se não houver coragem e lucidez bastante para dizer basta que já comi demais e posso vir a ter alguma diarreia e isto agora de ir aos centros de saúde está a ficar bastante mais complicado já que há poucos médicos para tantos doentes especialmente agora com a gripe A que por aí anda a prejudicar tudo e todos e a criar o caos onde o caos já existia o que pode parecer um paradoxo mas não é já que as paredes também se fazem do mesmo jeito pondo tijolos onde outros tijolos já existem uns sobre os outros como aliás tudo na vida se faz pondo coisas umas sobre as outras desde o acto simples da procriação em que o homem se tem de por em cima da mulher ou a mulher em cima do homem que é como cada qual quiser mas que foi a forma como esse Deus que não existe como já o demonstrei dizem que quis que fosse portanto não me venham lá com críticas tolas a dizer que eu isto ou eu aquilo pois tanto o Abel como o Caim foram feitos também do mesmo modo e já me cansei um bocado mas também já mostrei um pouco da minha erudição e cultura pelo que aqui fico aguardando qualquer prémio que queiram dar-me mesmo que seja o da canção que esse sabia-me bem sobretudo agora que os bolsos me vão ficando um pouco mais vazios e se calhar tenho de por o Abraão a matar o Abel em vez de ser o Caim a fazê-lo isto para aumentar um pouco a confusão nas hostes e fazer com que falem de mim que estilo tenho eu e o reconheço sem modéstia terminando por aqui com uma blasfémia bem pouco usual em mim que Deus fique convosco ponto final sem parágrafo porque acabei o que por agora tinha para escrever
Domingo, 1 de Novembro de 2009
Isto que está hoje acontecendo havia, fatalmente, de acontecer e surgir à luz do dia tal era a desfaçatez com que em público se apresentavam, risonhos e felizes, donos de um humor que bem se poderia supor fosse sadio, e ostentando teres, haveres e influências que nunca, ou, pelo menos, muito raramente, trabalho algum honesto lhes poderia ter dado!
São carros caríssimos, aos pares quando não aos trios, de gama alta ou alta cilindrada, como hoje se lê e ouve nos noticiários aos jornalistas, apostados que vão estando em alterar e adulterar a língua pátria, talvez assim designados porque, gastando bastante combustível, emprestem aos seus proprietários bastante maior presença, poder, ostentação e riqueza; - são viagens, para o Brasil. México, Cuba e outras exóticas paragens, pagas, certamente, a preços tão elevados que eu, aqui, nem sequer ouso avaliar; - são presenças quase constantes nas TVs, reduzindo a população deste País, a umas escassas centenas de pessoas - qual políticos, sempre os mesmos algumas das quais, se tivessem dois dedinhos de testa, nunca se atreveriam a aparecer em público, reservando-se apenas para o seu círculo privado de amigos, que lhes conhecessem, porventura, as virtudes interiores e fossem, caridosa ou interesseiramente, ignorando o invólucro, assim evitando o incómodo que à generalidade de todos os demais vão dando de ver muitos rostos feios, enrugados ou montras ambulantes de cosméticos da moda, corpos sem graça, alguns até disformes, mesmo anquilosados, e que já nem as caríssimas roupas que os cobrem conseguem disfarçar, pequenos monstros e mamarrachos de nomes sonantes e já gastos de tão repetidos que são, na TV e nas capas de revista, toda uma notoriedade que, salvo raríssimas e honradíssimas excepções, tresanda a falsidade e da qual serão eles talvez os únicos a não se darem conta do que à sua volta se passa e vai crescendo: - a suspeição, a dúvida
e, quando não, o paciente acumular das provas
Tempos houve em que a TV apresentou uma grande série chamada O Polvo e que, quanto a mim, muito embora, e felizmente, em grau menos gravoso do quanto aí se via, terá fortes semelhanças com quanto se estará passando hoje nas nossas pseudo elites políticas e empresariais e onde, a despeito das boas, misericordiosas e bem intencionadas falas de alguns, maior, mais extenso e mais profundo, se vai cavando o fosso existente entre os que têm muito e os que nada têm!... E tudo isto, se bem que, à partida, muito mau, seria ainda relativamente tolerado na nossa conformada sociedade, onde, desde sempre houve o muito rico e o muito pobre, mas que logo deixa de o ser quando, a tão execrável dicotomia, se junta a acção tentacular, insidiosa e criminosa de um polvo ainda bem longe de ser totalmente expurgado da loca onde se acoita isto a despeito da decidida actuação dos pescadores que estão sabendo, e bem, manusear as suas fateixas.
E o curioso é que, o que toda a gente vê, não o vêm eles quando, felizes e contentes, na sua tão reles quanto falsa inocência, vão prosseguindo, tranquilos, na senda da vida escabrosa que escolheram, e como se este fora para todos o melhor dos mundos!
Para todos? Mas que disse eu?! Para todos não. Para eles, apenas para eles pois que só eles existem na sua óptica mesquinha e egoísta, totalmente desfocada da realidade do quotidiano e, as mais das vezes, corroída pelas inconfessáveis teias dos seus mútuos e tantas vezes inconciliáveis interesses ilegais e ilegítimos e nos quais tão habilmente parece saberem mover-se isto enquanto se não zangam as comadres
E são compadrios e negociatas, permutas de favores, ofertas de prendas fabulosas, mercantilismo de influências junto de poderes decisórios das Empresas e do Estado e aos quais o povo, não fora ela, a Justiça, qual Fénix hoje já quase renascida das cinzas, onde já jazeu durante muito tempo, mas longe ainda de poder dar por cumprida a sua missão, nunca teria tido acesso, acaso não fosse o empenho e aguçado engenho de alguns empenhados que estão, ainda que com risco da vida, em por ponto final a tão desbragada folia.
A esses e a quantos mais ainda se empenham nesta luta aparentemente desigual mas que, aos poucos, vai pendendo para o lado certo, o meu bem hajam que mais não é do que o sincero obrigado de um português agradecido.