Não resisto à tentação de transcrever um e-mail que recebi e que se me afigura, no mínimo, curioso ao descrever, exemplificando, um método assaz original de resolver as crises financeiras que alguns Países europeus atravessam neste momento e, simultâneamente, e demonstra cabalmente o perigosissimo poder da demagogia quando aplicada, capaz de roçar um absurdo credível com uma aparente e inquestionável lógica!
Ora vejam. Leiam e depois, se quiserem, manifestem a vossa opinião.
"É esta a teoria que vai salvar a Europa?
"Curso rápido de Economia Um viajante chega a um hotel para dormir, mas pede para ver o quarto. Entretanto, entrega ao recepcionista duas notas de 100 euros. Enquanto o viajante inspecciona os quartos, o gerente do hotel sai a correr com as duas notas de 100 euros, e vai à mercearia ao lado pagar uma dívida antiga, ... exactamente de 200 euros. Surpreendido pelo pagamento inesperado da dívida, o merceeiro aproveita para pagar a um fornecedor uma dívida que tinha há muito... também de 200 euros. O fornecedor, por sua vez, pega também nas duas notas e corre à farmácia, para liquidar uma dívida que aí tinha de ... 200,00 euros. O farmacêutico, com as duas notas na mão, corre disparado e vai a uma casa de alterne ali ao lado, liquidar uma dívida com uma prostituta. ... coincidentemente, a dívida era de 200 euros. A prostituta agradecida, sai com o dinheiro em direcção ao hotel, lugar onde habitualmente levava os seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações. Valor total da dívida: ... 200 euros. Ela avisa o gerente que está a pagar a conta e coloca as notas em cima do balcão. Nesse preciso momento, o viajante retorna do quarto, diz não ser o que esperava, pega nas duas notas de volta, agradece e sai do hotel. Ninguém ganhou ou gastou um cêntimo, porém agora toda a cidade vive sem dívidas, com o crédito restaurado e começa a ver o futuro com confiança! MORAL DA HISTÓRIA: NINGUÉM ENTENDE A ECONOMIA! (nem o gajo que escreveu isto!)"" |
Quantos outros circuitos deste género de poderiam arranjar?...
Desde há bastante tempo que venho observando Paulo Portas e a sua forma de estar na política.
Desde há muito que venho observando o partido que dirige e olho com suspeição desde que o seu ex-Presidente, e bem conhecidos elementos outrora dominantes, batendo ou não os calcanhares, deram meia volta e decidiram prosseguir em direcção quase diametralmente oposta!
Não me agrada muito nem nunca me agradou.
Paulo, desde os seus tempos de “O Independente” e ao contrário de seu irmão Miguel – a quem aproveito para aqui render postumamente a minha homenagem como homem e político que foi e que nunca me pareceu sinuoso ou incoerente nas convictas posições que tomava - tem, a meu ver, esse mau hábito de parecer dúbio e de nunca ter deixado de ser o mesmo “enfant terrible” que foi durante as variadíssimas situações equívocas, diria mesmo que nebulosas, em que se enredou ou deixou enredar ao longo do seu ambicioso percurso político - isto a fazer fé no que, sobre si, leio na Wikipédia Portuguesa.
A mãe de ambos, Helena Sacadura Cabral, professora universitária, economista, jornalista e senhora de uma cultura superior, de uma graça e boa disposição contagiantes, pelo que julgo saber, trataria a ambos por igual. Porém, secretamente, estou em crer que o seu coração penderia para o Miguel que já partiu não sem lhe ter dado o prolongamento de si mesmo através dos netos André e Frederico.
Paulo Portas choca-me pelo que julgo ser a dúbia intencionalidade dos seus movimentos ao longo da sua vida pública, nomeadamente quando, utilizando os mais diversificados estilos, predominantemente de chapéus, se move por entre as bancas das feiras recebendo as beijocas das feirantes e onde tanto gosta de aparecer como que buscando aí o protagonismo por que luta há décadas mas que não logrou ainda alcançar mais do que por efémeros e muito curtos períodos.
Ao mesmo tempo interrogo-me sobre o que se terá passado entre Paulo Portas e Esteves Cardoso a quem, como amigo e co-fundador das desaparecidas “Farpas” modernas, nunca mais vi junto de si! Ignoro-o, mas confesso que muito gostaria de saber. Mero desencontro? Engano meu? Não sei mas confessdo que gostaria de saber.
Mas adiante que o que me leva hoje a escrever esta brevíssima reflexão é o momento político que se vive e o esboço de crise que já se vislumbra e que os jornalistas, - os do costume, os que temos! – quais abutres na mira da ambicionada presa, em parte por si criada mas muito principalmente por si desenvolvida, e já julgam ter agarrado para não largar a menos que lha tirem pela força e através da “censura”, que não há, com um lápis azul e encarnado, que já não existe, mas que poderá voltar a fazer a sua aparição.
E se assim for, o que bem poderá acontecer se a liberdade, tal como ontem escrevi, não for entendida e respeitada bem dentro dos seus conhecidos limites, é que esta se volatilize após uma explosão cujos reais efeitos se não ignoram mas que todos devemos desejar não vir a conhecer.
Todos? Pode ser que não. Exceptuaria aqueles que, de uma forma ou de outra, não tiveram nem têm o discernimento necessário para saber que é sempre perigoso tirar-se um brinquedo a um menino mimado e habituado a continuar impune após as suas useiras e vezeiras travessuras.
Nunca me passou pela cabeça que algum dia poderia escrever uma carta aberta a alguém mas, como a vida nos é pródiga em surpresas, eis-me hoje aqui a escrevê-la e logo ao Primeiro-Ministro do meu País o que, longe de me parecer uma honra e dadas as actuais circunstâncias, antes me parece uma temeridade.
Escrevo-lhe, senhor Primeiro-Ministro, para lhe dizer que estive atento à sua entrevista concedida à RTP e que, para além de ter ficado completamente esclarecido quanto às razões que determinaram as suas decisões, estou de acordo consigo e com as conclusões a que chegou só lamentando que, neste momento e mais uma vez, seja aqui plenamente aplicável o velho e sábio aforismo popular que considera a tomada de certas atitudes como sendo o mesmo que “dar pérolas a porcos”.
Sou português, de 76 anos de idade, de cultura mediana mas que acredita ter evoluído ao longo da vida e, passe a imodéstia, não ser completamente destituido daquilo que vulgarmente se denomina por “massa cinzenta”. Lamento, no entanto, que o povo a que pertenço, quando “amontoado” como o vimos ontem, o seja ou, se o não é, que deixe ser essa a imagem que transparece das atitudes que toma.
Os portugueses, audaciosos e valentes como a nossa História no-lo demonstra, são, ao mesmo tempo, calaceiros e amantes da boa vida. A este propósito dizia-me há anos na Suécia um amigo que não se admirava de que trabalhassemos pouco pois a natureza tudo nos oferecia enquanto que a eles, por lá, até para não morrerem de frio os obrigava a trabalhar…
Os portugueses gostam do Benfica, do Porto e do Sporting e acaloradamente discutem as táticas e as arbitragens do jogos que vêm pela TV, ouvem pela rádio ou assistem “in loco” – para pagar as exorbitâncias que custam os bilhetes e vão alimentar os milionários salários de quem pontapeia uma bola já não há crise nem fome! – e depois quase sempre temperam os seus julgamentos por um clubismo exacerbado e muitas vezes violento! Adoram discutir tudo e sobre tudo opinam sendo fanáticos apoiantes do seu clube que, depois, facilmente confundem com os partidos pelos quais votaram e que tempos houve julgaram como sendo o “melhor do mundo”!
Do mesmo modo julgam-se em quase tudo competentes defendendo ruidosa e alvoroçadamente quanto meia dúzia de “iluminados” - esquecidos dos consecutivos e humilhantes resultados que nas urnas, na hora da verdade, sempre obtiveram ou, quem sabe?,talvez por causa disso mesmo, teimosa e insidiosamente lhes impingem - e por causa dos quais são capazes de cometer as mais incríveis e impensáveis atitudes que não primam pelo civismo nem pela correcção.
Apaixonados, deixam-se convencer facilmente por quem lhes saiba falar ao coração sendo capazes de ser, ao mesmo tempo, generosos e egoístas. Ao 25 de Abril imediatamente o consideraram como uma romaria – completando a atitude patética da maior parte dos militares que o fizeram ao verem-se a braços com um país que passavam a ter nas mãos e para liderar o qual tiveram de apressadamente procurar um “chefe”! – isto até que alguém os convenceu de que chegara a democracia e, com ela, a liberdade só lhes tendo ocultado que a liberdade se poderia facilmente vir a converter em ditadura bastando, para isso, que a cultivassem em excesso e levianamente fora de contexto transformando-a em libertinagem.
Cantava-se a Grândola vila morena e, num ambiente de enorme regosijo para alguns, delapidava-se o Ulltramar pelo qual milhares de portugueses haviam já dado a vida. O “povo unido jamais será vencido” era a cantilena que mais se ouvia nas ruas naquele tormentoso ano de 1975 em que muitos eram ameaçados de ir para o Campo Pequeno e outros, como aconteceu comigo, foram obsequiados com alguns meses – só oito!... - de férias pagas em Caxias e no EPL onde não havia “livro de reclamações”.
Começara então a desenhar-se o país da Alice das maravilhas, que chegou a ter um “rei” e tudo e passou pela deserção de um primeiro-ministro, atraído pelas luzes de Bruxelas, e culminou com outro, este felizmente “ex”, a filosofar por Paris creio bem que à nossa custa!
Entretanto um forte tremor financeiro, com epicentro longe da Europa mas cujas réplicas foram sentidas em Bruxelas, abriu os olhos aos nossos “amigos” agiotas que, “distraidamente”, nos vinham financiando mas que subitamente se deram conta de que já há alguns anos que vinhamos vivendo muito acima das nossas possibilidades, de que já não tinhamos dinheiro e de que a bancarrota, até aí relegada para segundo ou terceiro plano, poderia tornar-se realidade de um dia para o outro.
Foi assim que, em estado de urgente necessidade, tivemos de recorrer à sempre odiosa ajuda externa que nos impôs então, como condição prévia e humilhante, a celebração de um acordo leonino que estipulava as condições que seríamos forçados a cumprir para obter o almejado e necessário auxílio.
Soubemos então – e como de costume – ser sábios e submissos. Aceitámos e assinámos o acordo tendo, deste modo, obtido o auxílio de que urgentemente necessitavamos. No entanto, aos olhos dos nossos credores e por sua imperial e indiscutível vontade, continuava a ser necessário que cumprissemos certos desígnios e obtivessemos certos resultados os quais se encarregavam de fiscalizar regularmente.
Nascia assim aquele “monstro” a que se convencionava apelidar de “troyka”.
Infelizmente, como para curar uma gangrena é muitas vezes necessário amputar uma perna, também para obter determinados efeitos sociais e económicos é muitas vezes necessário amputar certos direitos, só que isto têm de ser feito sem anestesia que esta não foi ainda descoberta nem pelos políticos nem pelos sociólogos!
E é precisamente aqui, senhor Primeiro-Ministro, que os mesmos de sempre – que, pretendendo permanecer ocultos, tal como o gato com o rabo de fora, foram descobertos pelo estafado “slogan” do “Povo unido” - voltam à carga e, com a desvergonha que deveriam sentir mas nunca sentem de sem nunca terem sido escolhidos e, como tal, autorizados, voltam a acicatar as gentes sabendo bem como tirar partido do seu proverbial empolamento em causas colectivas e da sua habitual falta de discernimento na revolta quando lhe mostram o que poderia ter e já não tem sem nunca cuidar de lhe dizer que o que reclama não é mais seu não porque lho tivesse sido tirado mas sim porque o perdeu e que a culpa de o não ter é sua e só sua.
A manifestação de ontem não representou mais do que o povo portugues tal como ele é e sabendo aproveitar um lindo dia de sol a propiciar o belo passeio “que lhe sugeriam fosse dado, um pouco por todo o País”. Se tivesse chovido, aposto que muito mais de metade teria optado por ficar em casa assim como agora e pelo que observo na TV tudo já terá sido esquecido por quantos se “manifestam” na festa-romaria da Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita.
Senhor Primeiro-Ministro, se não tiver mais ninguém, o que não creio, pode contar comigo. Seremos dois e a união das mentes esclarecidas faz a força da razão.
a) Júlio A.V.Moreno
Foi o que aconteceu ao sr. Engº Belmiro de Azevedo agora e quando, condoído pela triste sorte dos portugueses, criticou duramente as recentes medidas tomadas pelo governo. Respondeu-lhe – e bem – o primeiro-ministro que, se assim pensa de facto e não apenas folclóricamente e para agradar aos papalvos dos seus clientes ( isto dos papalvos é meu e não foi nunca dito pelo primeiro-ministro), deve aproveitar a economia que vai resultar da substancial redução de custos com o seu pessoal – é o maior empregador privado em Portugal mas com salários de miséria! - para baixar os preços dos produitos nos seus supermercados e assim minimizar o impacto negativo das medidas do governo.
Saíu o tiro pela culatra ao sr. Belmiro de Azevedo que tanto se tem esquecido do que faz com o dinheiro dos fornecedores – esses sim, esses explorados – quando bem sabe como “esmagar” os preços do que compra dada a competitividade que gera entre os fornecedores mercê das grandes quantidades que compra e paga a 180 dias os produtos que a si são pagos pelos seus clientes no acto da compra!
E que faz o sr. Belmiro com tanto dinheiro? Dinheiro que, afinal, na sua maior parte lhe não pertence já que será daqueles que diariamente labutam nos campos e nas fábricas a fim de produzirem o que vende nas suas superfícies e a partir do momento em que são pagos pelos compradores quando, à saída, os pagam nas respectivas caixas onde não me consta que haja fiados...
É caso para dizer que perdeu uma boa ocasião para estar calado.
E a mim apetece-me dizer mesmo que, calado e bem calado pois nunca explicou convenientemente e, sobretudo, convincentemente, aos seus concidadãos como alcançou o “milagre” da multiplicação dos pães, querendo eu com isto dizer, como conseguiu passar do comboio que o trazia para estudar no Porto para o desafogo da vida que hoje tem e que o situa no topo do reduzidíssimo número dos portugueses detentores do fortunas de milhões… É que eu cá sempre tive uma mania que não me deixa e que é a de pensar que nenhuma fortuna terá sido alcançada por meios cem por cento transparentes… Se estiver errado e me conseguirem demonstrar o contrário serei o primeiro a dar a mão à palmatória; até lá, façam o favor de me desculpar, mas continuarei sempre a pensar que as grandes fortunas só se obtêm por meios pouco claros ou, no mínimo, pouco solidários para não dizer mesmo desumanos…
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