Domingo, 4 de Novembro de 2007
Do Portugal Diário da IOL de
2007/11/03 | 16:49
Cabe ao PGR decidir se será aberta investigação ou não
O currículo académico de José Sócrates poderá ser alvo de nova investigação, se assim o decidir o Procurador-Geral da República. Segundo noticia a edição de hoje do semanário Expresso, as novas suspeitas remontam à candidatura do primeiro-ministro a uma pós-graduação no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) e foram levantadas por José Maria Martins, advogado de António Balbino Caldeira, autor do blogue doportugalprofundo.blogspot.com e arguido num processo aberto por uma queixa de Sócrates.
De acordo com o Expresso, José Maria Martins alega que José Sócrates, quando se candidatou à pós-graduação do ISCTE, terá incluído no currículo a prática de funções de engenheiro civil na Câmara da Covilhã, entre 1981 e 1987. O advogado disse, citado pelo semanário, que este é «um facto falso» e que, sendo o currículo um dos critérios de admissão ao curso, foi utilizado de forma a induzir o instituto de que seria engenheiro civil.
O Expresso refere ainda que num despacho de 16 de Outubro, Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), deferiu a extracção de uma certidão relativa ao crime de falsificação de documentos e que esta decisão foi remetida para o PGR.
Uma fonte do Ministério Público, consultada pelo Expresso apontou, contudo, que a decisão da directora do DCIAP não significa que existam indícios para que seja iniciada uma investigação.
A Procuradoria-Geral da República disse ao Expresso ainda não ter recebido qualquer despacho de Cândida Almeida, recusando por isso qualquer comentário adicional ao caso.
António Balbino Caldeira foi constituído arguido depois de José Sócrates ter apresentado queixas sobre alusões a um centro de comando e controlo dos media e sobre referências ao MBA do primeiro-ministro.
Soma e segue a saga de Sócrates e o seu curriculum
Caberá agora, e pelo claramente daqui deduzo, ao senhor Procurador da República, que me pareceu ser homem integro e com coragem bastante para casos como estes, que tantos têm já afastado, esclarecer o País, de uma vez por todas sobre se o senhor primeiro e único ministro que hoje tantos bajulam e tantos atacam é, afinal, uma personalidade digna e confiável e não mais uma das que por aí andam, aos pontapés, metendo as mãos pelos pés e os pés pelas mãos.
Acho que já uma vez aqui disse e se o disse me penitencio por assim me repetir:
- não interessa ao povo português que o senhor primeiro ministro seja engenheiro ,médico ou advogado, que seja pedreiro, carpinteiro ou electricista, pastor de cabras ou lavador de automóveis, o que se lhe exige, isso sim, é que seja um homem confiável, íntegro e a qualquer título de indesmentível honestidade o que todas estas histórias parecem não confirmar e, volta e meia, surgirem a abana-lo mesmo.
Quero um primeiro-ministro que nos honre e nos dê credibilidade bastante e a todos, tanto no interior como no exterior, a não um primeiro, único, teimosíssimo e arrogantíssimo ministro que nos envergonhe pelo facto de a eventual falsidade e dúvida do seu proclamado e tão badalado curriculum virem, de quando em vez, à ribalta e ele aceitar essas dúvidas, superiormente sorrindo como se fosse chuva caindo no molhado!...
Nunca nos esqueçamos num de que um bom vigarista terá de parecer a todos que o não é senão a ninguém conseguirá enganar e de que só é bom actor aquele que, no palco, conseguir fazer com que o público se reveja no ambiente do personagem que ele mesmo criar