Do PD da IOL de 15 de Fevereiro de 2007:
Manuel Lopes Marques, ex-director-geral de exploração e conservação da Refer (Rede Ferroviária Nacional), recebeu em Junho de 2006 uma indemnização de 210 mil euros para sair daquela empresa do Grupo CP (Comboios de Portugal) e dois meses depois, em Outubro, ingressou na Rave (Rede Ferroviária de Alta Velocidade). - Segundo o «Correio da Manhã», nesta última empresa, detida pela Refer e pertencente também ao Grupo CP, Manuel Lopes Marques trabalha como assessor do conselho de administração, tem um contrato até três anos e um salário mensal de 5.050 euros. Luís Pardal é o presidente de ambas as empresas: Refer e Rave.
Isto é o que repetidamente se vem passando neste País, com muito maior frequência e descaramento, porque cada vez mais às claras! - quando muda o partido do Governo ou das Administrações das grandes empresas públicas!
Mas
poderá admitir-se que isto continue? Que o Povo continue a ser impunemente esbulhado dos seus parcos recursos em País já de si tão pobre! - no dizer de Suas Excelências os ministros que mexem nos "nossos" dinheiros e contratam, a peso de ouro, meirinhos especializados, destemidos e de renome - porque isto de apontar uma pistola à cabeça de cada um para lhe retirar as magras bolsas requer uma ciência dos diabos, e digo bem, uma ciência dos diabos! - que o digam lá das suas tumbas os Josés do Telhado que por cá viveram e os que ainda por cá vivem, infelizmente, cada vez em maior número!
Mas, o que será isto quando comparado com o Apito Dourado ou o caso Casa Pia? Nada, absolutamente nada! Que isto é legal, absolutamente legal. Está na lei e tudo o que está na lei, mesmo as maiores barbaridades e ilegitimidades, passa a ser legal e a servir de capa às iniquidades que diariamente nos atolam e vamos vendo grassar de uma forma inaudita e totalmente inimaginável há alguns anos atrás!
De que lado está a moralidade e o respeito, já não digo a Justiça - que essa, pelo que se vê, bem pouco vem valendo por si mesma! - mas pelo próprio País e, sobretudo, pelo Povo ao qual todos os dias se continua a bajular aqui e além ao mesmo tempo que, insidiosamente, se lhe vai atirando areia para os olhos? - Bem fazem certos socialistas que eu conheço que, sem se atemorizarem com papões, vão chamando as coisas pelos seus nomes refiro-me a uma determinada senhora que passei a admirar pela coragem, determinação e verticalidade com que vem sabendo servir este desgraçado País, estando certo de que também ela não aprovará métodos como os que estamos agora comentando...
Vejo Portugal cada vez mais transformado numa quinta grande onde cada qual faz o que quer, quando quer e onde quer, havendo uns quantos especializados em extrair da terra - entenda-se do Povo que trabalha ou já trabalhou - o máximo possível para satisfazer certos sectores energéticos nacionais
e com que energia funcionam estes sectores nas suas altas cilindradas e todos-terreno!...
E que faz o sr. Primeiro-Ministro nestes casos? Aceita-os, aprova-os e colabora neles? Que faz a Procuradoria Geral da República, cujo dever maior será o de avocar tudo quanto possa prejudicar e comprometer o bom nome do País? E o Provedor de Justiça? E, em última análise, será que o Presidente da República irá ficar passivo?
Entretanto, ao abrigo de uma legitimidade mais do que duvidosa, vai-se assistindo à penhora de bens por parte dos Bancos credores de dinheiros mal parados - mas que constantemente insistem em oferecer em épocas de crise, como a que atravessamos e que é quando acumulam lucros fabulosos!, atropelando-se uns aos outros na ânsia de angariação de papalvos que caiam nas suas teias - sem se cuidar de ver que a negociata da Banca, sobretudo quando assim procede, mais não configura do que o crime de usura, previsto e punido pela lei penal portuguesa (artigo 226º do Código Penal Português) mas ao qual ninguém parece querer ligar importância, por mêdo, por ignorância ou mero comodismo.
E diz-se por aí que vivemos num Estado de Direito!
É caso para recordar um velho hino, hoje por fascizante condenado, e cujas estrofes, plenas de aplicação nos tempos que vão correndo e que eu mesmo fui obrigado a cantar, rezavam mais ou menos assim: - Lá vamos, cantando e rindo! Levados, levados sim ! Acrescentarei hoje e nesta oportunidade: ... levados, e de que maneira!...
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