Sábado, 31 de Outubro de 2009

O programa “IDOLOS” da SIC e o seu emérito Júri

É perfeitamente confrangedor, para quem assista, por engano e como eu, a alguns passos deste programa especializado – tal como muitos outros e como parece ser moda hoje – em denegrir pessoas, espezinhar esperanças, destruir ilusões, enfim, mortificar, dir-se-ia que, com sádico prazer, pessoas indefesas e que a ele se submetem na perseguição de um sonho – impossível para a maioria, concordo, mas que, nem por isso, deixa de ser merecedor de respeito, da valorização possível e talvez, até, pedagogicamente incentivado, bem ao contrário do que a tristíssima realidade da TV nos mostra.

E tem este programa um “júri”. Um júri, credenciado não se sabe muito bem por quem e ao qual terá sido cometida a ingrata tarefa de “descobrir e promover um ídolo”, mais um no já vasto panorama de ídolos pré-fabricados e sem valor algum em que o nosso pequeno País já vai sendo fértil.

Pois bem, já que assim é, siga o concurso e exista o júri.

Porém – e aqui é que me debruçarei (com cuidado bastante para não cair) um pouco mais nesta ingrata tarefa de me sentir bem comigo mesmo e aqui o referindo ao ilustre provedor do espectador (caso a SIC o tenha) – neste júri de 4 elementos, três dos quais estéreis menos um deles, que, como jurado valendo muito menos do que qualquer outro, de tal forma entrou em conflito com a minha sensibilidade que, com ele, perdi, pesquisando, algum tempo nesta Internet de que me sirvo hoje para comunicar com quem tem a paciência e a bondade de ir lendo o que aqui vou escrevinhando .

Neste júri – dizia eu – um elemento, em particular, despertou a minha especial atenção por representar, e no meu entender com nota dez, quero dizer na perfeição, a antítese do que deve ser um membro de um júri, seja ele de exames de um curso superior seja de avaliação de cabeças de gado numa qualquer feira da especialidade, seja, como é o caso, de descoberta de mais um ídolo para a música ruidosa, sem sentido e harmonia, que é apanágio da nossa cultura musical contemporânea.

Com efeito, este senhor, de quem me abstenho de escrever o nome, que, na Internet e na página que consultei, apresenta um extensíssimo “curriculum” de coisa nenhuma e por si mesmo atestado – a fazer fé no que em tal página vi - tem a particularidade de, sempre com a barba por fazer – o que é moda e que, talvez por isso, a ela se vergue – se mostrar aos olhos de quem o vê e ouve com a atitude, diria que alvar e em tudo menos consentânea com o que seria normal esperar-se, mesmo na avançada comunidade social em que hoje vivemos, de quem é embotado de sensibilidade, quiçá do próprio asseio, abrutalhado na expressão, malcriado nos dichotes e comentários, ferindo quem sofre com sádico prazer e nem sempre se mostrando imparcial como seria lícito exigir-se de um jurado!

Pai eu fosse de algum daqueles jovens por si assim tratados e, à fé de quem sou, que tal senhor já saberia hoje como comportar-se no futuro através de uma lição que lhe ficaria na memória para o resto de toda a sua vida não pelo que tivesse dito ou feito, que, como diz o povo, vozes de burro não chegam ao céu, mas sim por ter enxovalhado e desumanamente ferido alguém que para mim fosse querido perante um público de alguns milhões de espectadores, para gáudio de muitos e comiseração, se calhar, de muitos mais.

Mas que haja alguém que o julgue um dia como ele se vem permitindo julgar jovens ambições e tontas loucuras de uma juventude a quem tão mau exemplo vem dando isto não obstante já aparente ter idade bastante para ter juízo e, sobretudo, para demonstrar que, na verdade, o tem.

Aos jovens é-lhes pedido que cantem e muitos não sabem cantar. A ele é-lhe exigido que fale e ele, - coitado!, - não sabe falar…
publicado por Júlio Moreno às 16:11
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1 comentário:
De Catarina a 1 de Novembro de 2009 às 00:36
Plenamente de acordo


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