Terça-feira, 13 de Junho de 2006
A demonstrada incapacidade do homem em reduzir-se à sua própria dimensão e em aceitar ser, o que é de facto, um minúsculo grão de poeira no universo cósmico, material e imaterial, tem feito com que a ciência avance e dê verdadeiros passos de gigante os quais, pouco a pouco vão sendo do nosso conhecimento e passando a servir as nossas vidas. As mais recentes descobertas da ciência e o enorme avanço das modernas tecnologias são disso prova cabal e bem evidente.
No entanto persistimos quase sempre em procurar respostas, assentes que sejam nas experimentáveis revelações da ciência e muito pouco perscrutando o interior das nossas incógnitas cósmico-mentais, como que descurando aquelas que respeitam aos inocentes porquês das crianças, sempre sábias no seu supremo dom da ingenuidade. Procuramos desvendar sempre o mais difícil e votamos à nossa indesculpável e quase criminosa incúria o que nos vai parecendo ser mais fácil e talvez, para os mais convencidos, mais piroso! Mas será que o é de facto?
Vem isto a propósito de um pequeno artigo que acabo de ler e onde se refere terem os cientistas eventualmente encontrado uma resposta para a eterna questão de saber-se quem nasceu primeiro, se o ovo, se a galinha. E a resposta é pasme-se - que foi o ovo, o qual, posto por um qualquer outro animal ovíparo e depois de geneticamente se ter alterado, isto é, de ter sofrido uma determinada mutação, terá então dado origem à galinha! Daí que o ovo nasceu primeiro que a galinha.
Curiosa a teoria, como curiosa é a explicação do cosmos ter sobrevindo através do big-bang e outras mais que pretendem explicar o que vem persistindo como inexplicável ao longo dos tempos. Mas, no meio de todas elas, o homem vem sempre fugindo à questão que crucialmente e desde sempre se lhe põe: - a de saber exactamente qual terá sido o princípio das coisas! De onde proveio o animal que terá posto o ovo que, depois de mutado, terá dado origem à galinha, de que tipo de massa se deverá falar para explicar aquela que terá dado origem ao tal bib-bang, e donde veio, como se formou, etc., etc!
Para mim, porém, a questão põe-se de uma forma muito mais simples e, direi mesmo, intuitiva. Olho a imensidão do mar, a imponência das serras e, à noite, o firmamento e interrogo-me, tal como uma criança: - Quem fez tudo isto? Qual foi o engenheiro, o matemático, o físico, enfim, o sábio que o fez e porquê?
E é com esta ingenuidade infantil e com o discernimento que o meu fraco intelecto me proporciona que, ao procurar, sem nunca ter encontrado o verdadeiro princípio das coisas, me volto para Deus como único Autor e Senhor do que somos e do que nos rodeia e Nele creio.
Creio em Deus e admito que povos, com outros costumes, outras tradições e vivendo em outras latitudes, continentes ou espaços desta atribulada terra, creiam em Ala, em Jeová, em Buda ou em qualquer outro Deus que as suas mentes, iluminadas pelo sofrimento e pela dúvida, venham a encontrar abdicando, assim, do super-hiper-giga-materialismo (neologismo recentemente aprendido na Tv!) reinante nos nossos dias.
Acho que, para bem de si próprio, o homem deveria cultivar a humildade e cultivar-se nela pois só com humildade é que as coisas verdadeiramente grandes e grandiosas poderão ser feitas ou surgir, consumadas, ante os nossos olhos sempre expectantes e ansiosos por as ver e conhecer. Acreditemos que assim será.