Vem a propósito do que aqui digo o inusitado uso, de há uns tempos a esta parte, da palavra evento. Claro que evento existe e é um termo correctíssimo do nosso léxico tendo plena aplicação em qualquer tempo e quase em qualquer lugar. Só que a vulgaridade do seu uso e abuso, que agora acontece, como que faz diminuir o seu real valor, significado e mérito de palavra erudita, daquelas que só certas pessoas diziam e quando absolutamente adequada, em ocasiões solenes ou a propósito delas, parecendo até afrontosamente ridicularizada e ridícula quando proferida por vendedor de carros usados a propósito da abertura do novo local de vendas!
Recordo também o tempo, já de há muito passado, da utilização do verbo implementar, palavra, que, segundo creio, não existiria em português e terá sido importada e aportuguesada do inglês to implement. E o engraçado é que a ouvi pela primeira vez numa reunião de trabalho na TAP e logo me surgiu a ideia de que ela deveria ter vindo de Londres num dos seus aviões de médio curso!
E o pois? Utilizado, no mínimo, a cada dez palavras de um qualquer discurso ou comentário de circunstância? Lembram-se? Pois é
já tenho saudades do pois! É que eu era mais novo!... Não será isso também um evento?
É que isto das palavras, das pessoas e dos lugares e coisas onde e por que são ditas, não vai lá apenas com a utilização do dicionário de sinónimos e com a erudição TV. Não vai não! Carece de mais, de muito mais. A meu ver, talvez até de sensibilidade coisa que infelizmente não abunda muito nos dias de hoje, sobretudo naqueles que teriam por dever mais contribuir para ela. Refiro-me a certos governantes, deputados e comunicadores sociais, da palavra oral e da escrita, que, certamente por lapsus linguae, dão tão repetidos pontapés na gramática e na fonologia que até me fazem lembrar a banda daquela aldeia, aprumada e alinhadinha, mas onde cada qual toca o que sabe
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