Domingo, 12 de Fevereiro de 2006
(A propósito do manifesto que se pretende enviar ao MNE inserto nos comentários do PD de hoje, 12Fev06)
Fico completamente atónito com o que se passa: - querer falar de liberdades e sobre elas discorrer a quem as não conhece e as não entende!
Já vimos muçulmanos responsáveis, eruditos e cultos, que há muitos e felizmente que os há, aceitarem as desculpas e promoverem a paz e a concórdia, mas a massa, a enormíssima massa dos que nada têm a não ser o pó do deserto, essa não compreende porque não entende e como não entende não aceita.
Experimentem os doutos signatários do erudito manifesto falar dessa forma, ou noutra que entendam por mais adequada, mas igualmente dialéctica, segundo Kant, e tresandando sabedoria, ao leão que subitamente se lhes deparar no mato; experimentem apaziguar com falas eruditas e mansas como o seu nadar o tubarão que encontrem naquele aprazível e descuidado banho de mar.
Pode acontecer que nem o leão nem o tubarão os ataquem e, altaneira e pacificamente, se afastem por se não sentirem ameaçados. Mas bem pode ser que interpretem o vosso simples movimentar dos lábios no articular do vosso belo discurso como uma ameaça à sua integridade e logo se predisponham à luta com os únicos argumentos que conhecem: - a força, a violência!
Com isto não insultamos nem o leão nem o tubarão. Apenas e tão somente constatamos factos e, prudentemente, se algum dia os encontrarmos, procuraremos ter o discernimento bastante de não os provocar.
Eruditos signatários do documento em questão: - conduzir o problema aos níveis a que o fazem parece-me desonestidade intelectual e falência mental fazendo-me recordar a anedota do examinando que, aflito na sua ignorância, responde ao mestre que o interrogava, que burla a praticava ele nesse momento já que pretendia valer-se da sua ignorância para o prejudicar.
Sou livre, não sou? Esta é a minha inabalável opinião.