Terça-feira, 7 de Fevereiro de 2006
Não sou um particular admirador do Prof. Dr. Freitas do Amaral como já o não fui de seu pai de quem guardo algumas amargas recordações. Desde os primórdios do CDS muitas vezes o critiquei pela ambiguidade das suas posições políticas. Sobre este assunto e neste momento, porém, tenho de dizer que concordo inteiramente com as suas palavras, poucas mas as bastantes para condenar o acto e, sobretudo para difundir doutrina que é o que faz falta para educar a malta.
Não há dúvida de que nos dias de hoje emerge, com a força inusitada do oportunismo e alicerçada no virtuosismo de alguns dialécticos do traço, da câmara digital e da palavra , um jornalismo sensacionalista de vão de escada e uns pretensos desenhadores de estados de alma os quais vislumbro, nos antros dos seus ateliers, numa incessante busca da originalidade seja a que preço for e resultando dessa azáfama uma obra medíocre, talvez prima daquela com que haviam sonhado e que, se não tiver o condão de logo inflamar os ânimos, como é agora o caso, cedo passará ao esquecimento já que nada tem que a conote sequer como uma obra.
E perante as liberdades que apregoam e de que tanto se arrogam, a pergunta surge-me, talvez infantilmente: - seria o rabiscador de desenhos dinamarquês capaz de dar à estampa uma obra de arte que mostrasse a sua progenitora que, por desconhecida, teria forçosamente de ser legendada - a executar os actos que seguramente terá executado por forma a propiciarem a concepção e o nascimento de tão deslumbrante génio?
A liberdade poética de um idiota e a teimosa aleivosia de um democrata já fizeram seis mortos. Quantos mais se seguirão?