Segunda-feira, 22 de Agosto de 2005
É isso mesmo! Todos os dias prometo a mim mesmo não voltar a abordar estes assuntos, aqui ou em qualquer outro lugar, pois tantos o têm já feito (e muito melhor do que eu) sem que os incêndios terminem e os senhores ministros também! Ligo a TV: - incêndios e ministros! Ouço a rádio: - ministros e incêndios! Consulto a internet: - o mundo se espanta com a proporção calamitosa do que nos acontece!
O ar cheira a fumo. O sol esconde-se. A lua cheia surge vazia! O luar já não embala os namorados. A frescura dos pinheiros e o som do vento que os atravessa, já se não sente, já se não ouve! O país de antanho, velho, arcaico, (que terá perdido o orgulho de estar só para viver hoje tão mal acompanhado!), cedeu lugar a um outro, moderníssimo, europeísta até mais não poder, eivado dos vícios da própria modernidade e que os novos senhores nunca souberam prevenir e controlar e onde os exemplos que vêm de cima serão os piores para um Povo ainda na pré-primária da verdadeira civilidade.
Assim, hoje, e não obstante costume ser fiel ao que me prometo, não consegui calar esta voz que me vem de dentro e me brada, forte e sonora e sem que eu possa impedi-lo: - é urgente, urgentíssimo que se promovam cursos de gestores de países, de gerentes e administradores de nações pois os políticos não servem, definitivamente, não prestam e são eles mesmos os principais fautores do que acontece com a sua indisfarçável ganância, ignorância e indesculpável imprevidência todos os dias amplamente demonstrada.
Aproximámo-nos da Europa, que nunca fez parte dos nossos horizontes e onde só chegaremos quando e se a Espanha no-lo consentir não esqueçamos que o espaço aéreo é controlável! Destruímos uma marinha e já nem de barco poderemos alcançá-la Voltámos costas ao Atlântico, a nossa vocação de sempre. Cortámos amarras com a África, com as Américas e com os outros continentes a que o mar outrora nos levou, para servir as ambições utópicas e infantilmente saudosistas de uns tantos que nos brindaram com o euro, que nos duplicou o custo de vida, enquanto que, para si, reservaram os poleiros começados a construir em Mastricht e hoje já bem consolidados em Bruxelas!
E esses, que assim fizeram por lá, por cá, o que vêem fazendo? Em nome de uma democracia que não sabem sequer o que é (sobretudo onde começa e onde acaba!) mas com a qual enchem as suas bocas gulosas e sempre famintas e nos enchem os ouvidos, já sem tímpanos capazes de os ouvir, nada, absolutamente nada fizeram que não fossem promessas e fracassos sucessivos que nos conduziram ao que nos resta hoje: - um país sem futuro e sem fronteiras, absorvendo em nome de uma pseudo solidariedade internacional, gente perigosa que, vinda de fora, ensina e põe em prática métodos criminosos e de uma violência para a qual, por não estarmos habituados, não estamos preparados (polícias são abatidos a tiro por adolescente marginais e taxistas vão morrendo 3 num só mês!), pelo que, a cada dia que passa, se vai tornando mais perigoso viver.
A classe dirigente, com uma notabilíssima falta de vergonha, desmultiplica-se em iniciativas de um escandaloso «venha a nós» e, evidenciando uma erudição tecnocrática de duvidosíssimas raízes, cada dia mais vai inculturando o seu Povo, oferecendo-lhe patéticos e inconcebíveis programas de televisão, criados em nome de uma actualidade e modernidade podres, e não lhes ensinando sequer a ler, escrever e contar, com isso o fazendo caminhar para um desemprego crónico e uma regressão já muito dificilmente evitável em termos de bem-estar e de progresso.
Não será tempo de parar, pensar e agir, quem tiver ainda forças que eu já não tenho?