Sexta-feira, 17 de Junho de 2005
Meus senhores, basta!
Fico perplexo perante o despudor (outra designação só se enveredasse por termos menos decorosos!), fico perplexo e pasmado perante o despudor e a desfaçatez com que certas notícias vêm a público tanto pela forma como pelo conteúdo!
Claro! É necessário que o povo saiba, que o povo conheça, dirão e advogarão (não muito convictos mas assim fazendo justiça aos seus tortuosos intelectos) os seus autores e os "proprietários" dos mídia que as publicitam e que argumentarão ainda: - dantes nada se conhecia, nada se sabia, e o povo era quem pagava pelas trapalhadas e trafulhices, sempre ocultas, que eram mais do que muitas!
Reconheço a verdade crua de tal argumentação. Assim era e assim foi! Mas, no meu modestíssimo entender, não posso deixar de contrariar aqui tão simplista como só aparente lógica de virtudes, já porque se vem pretendendo remediar um mal praticando outro talvez de pior índole e de muito mais nefastas consequências já porque a outras entidades competirá a divulgação pública dos tais factos a que, subentendidamente, me vou referindo!
O poder da comunicação social, esse bem conhecido quarto poder, está definitivamente instalado no nosso país, sem lei que o regule e sem que se vislumbrem processos de o impedir de chegar a primeiro pelo medo que já provoca em quem pretenda afrontá-lo! Ele ignora a lei! Pura e simplesmente faz tábua rasa das determinações legais que impõem o segredo de justiça, que proíbem as insinuações caluniosas, e, bem no íntimo, poderá até pretender traficar influências junto do poder judicial, e de outros poderes, ao mesmo tempo que, tão clamorosa e flagrantemente, despreza a nossa já bem fragilizada Constituição da República!
E o Ministério Público, a Procuradoria Geral da República, os Ministros da Justiça e os senhores Comandantes e Directores Gerais das Polícias, para já não falar nos senhores Deputados, que fazem? Que atitude tomam perante tais enormidades que, entusiasmando os cada dia mais facciosos clubismos políticos de opinião, assim vão espalhando as dúvidas, a desordem e a descrença na democracia bagunçosa em que vamos vivendo por nunca termos sabido como a verdadeira se pratica. Terá de ser o cidadão comum a fazê-lo? Ah!... democracia assim não é vontade do povo! Será, quanto a mim e como já várias vezes tenho dito, vontade do demo!
Portanto, meus senhores, basta! Vejam só o que estamos transmitindo à juventude! Hoje e pelo que vejo até poderei compreender que ela se esteja nas tintas para os pais, avós outras coisas que não sejam concertos rock e curtição
Cada povo tem o futuro do seu presente e pelo andar das coisas o nosso não será brilhante, nada brilhante mesmo!