Não posso deixar de acompanhar este assunto porque, como creio que esteja a acontecer com a esmagadora maioria dos portugueses (mal ou incompletamente informados pelos nossos governantes), pressinto que algo de mau, de muito mau mesmo, se irá passar muito em breve.
Ouvindo ontem o Plano Inclinado e o Dr. Medina Carreira fiquei a saber que, no tempo da ditadura (leia-se Salazar), em plena guerra colonial, e com todos os encargos dela decorrentes, o peso específico do Estado na economia do País representava cerca de 13% e hoje, que a guerra acabou, como igualmente terá acabado tudo o que tivemos a arte de perder de quanto, ao longo de séculos, construíramos mercê da descolonização exemplar de Mário Soares & Companhia, o mesmo peso específico do Estado ascende, na nossa economia actual, a mais de 50%!
Fiquei pasmo (como dentro em pouco o novo acordo ortográfico nos obrigará a dizer) e, por isso mesmo, numa tentativa de enquadramento actual de quanto tenho vindo a referir sobre este assunto, acrescentarei, sobre esta matéria, mais um excerto de notícia igualmente transcrito do material informativo do IOL de ontem e que, regular e diariamente, consulto.
Segue-se o texto, ficando as considerações que o mesmo possa suscitar para quem tenha a paciência de me ler: ...
Portugal é a segunda maior ameaça à estabilidade da Zona Euro - Risco de contágio a outros países só é ultrapassado pelo da Grécia - PorRedacção PGM - 2010-04-20 14:53.
Portugal é confirmadamente encarado como uma ameaça para a Zona Euro. No Relatório de Estabilidade Financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI), o nosso país aparece como o segundo que mais ameaça a estabilidade da região. - O FMI explica que, na primeira fase da crise de dívida pública (entre Outubro de 2008, altura em que a crise rebentou e Março de 2009) os países que apresentavam maior risco de contágio ao resto da Zona Euro eram a Áustria, Irlanda, Itália e Holanda, por estarem mais expostas à Europa de Leste, devido a preocupações com o seu sistema bancário interno ou com problemas orçamentais.
Portugal no pódio do risco da dívida
No entanto, a situação mudou e «na mais recente fase desta crise, Grécia, Portugal e, numa menor dimensão, Espanha e Itália tornaram-se nos países que apresentam maior risco de contágio em termos de dívida pública, reflectindo a alteração das preocupações do mercado das vulnerabilidades do sector financeiro para as vulnerabilidades orçamentais». - O FMI alerta ainda que, devido à estreita ligação entre o sector público e o sector bancário, a deterioração do risco da dívida pública pode rapidamente alastrar ao sector financeiro. - O Fundo considera por isso que os bancos devem reduzir mais a sua dependência do mercado de dívida, especialmente em termos de dívida de curto prazo, como parte do processo de desalavancagem. Com a retirada das ajudas do BCE ao sector, nomeadamente as injecções de liquidez, o FMI acredita que os spreads poderão sofrer alguma pressão de subida. - O Fundo diz mesmo que os bancos que não conseguirem reduzir a sua necessidade de financiamento ver-se-ão inevitavelmente envolvidos na guerra de captação de depósitos, que são uma fonte limitada de financiamento.
Portugal e Grécia não são comparáveis
Apesar das conclusões do relatório, o director do Departamento Monetário e de Mercado de Capitais do FMI, José Viñals, disse à Reuters que «a Grécia é um caso especial e não podemos dizer que outros países estão na mesma situação». - Referindo-se a Portugal e Espanha, o responsável afirmou que «estes países têm instituições orçamentais sólidas e não têm as incertezas que a Grécia tem».
[Actualizada às 18:40 horas com declarações de José Viñals]
. Mais uma vez mão amiga me...
. Um tristíssimo exemplo de...
. A greve como arma polític...
. A crise, o Congresso do P...
. O jornalismo e a notícia ...
. Passos Coelho: A mentira ...
. Oásis
. Memórias