Marechal Óscar Carmona,
Presidente da República de Portugal
Contavam meus Pais - embora eu, de tal, conserve apenas uma muito vaga reminiscência onde avulta um grande bigode branco, e que remontará aos meus 4 ou 5 anos - que o Marechal Carmona costumava, por vezes, passar em Vidago parte das suas férias de Verão, no Hotel do Palace, já que sua mulher, como se sabe, era de Chaves, sendo aí requerida habitualmente a presença dos meus Pais pelo que, gostando, talvez, de me aturar, frequentemente, ele, provavelmente por lhe recordar os netos, me pegava ao colo e comigo passeava pela vasta varanda de entrada no Hotel e onde eram instaladas algumas mesas sob imensos guarda-sóis.
Pois bem. Terá sido numa dessas ocasiões que o campo de golfe de Vidago, só com 9 buracos, foi inaugurado e, como seria de esperar, foi o Presidente o convidado de honra para o inaugurar.
Assim, no “tiger-tee” do primeiro buraco, em posição, foi-lhe colocada a respectiva bola, nova e a brilhar, e, depois de ensinados os necessários e preliminares movimentos da tacada ao Presidente, que nunca jogara, este, procurando seguir as instruções que o “master” lhe dera, feito o “swing” a preceito e com a indubitável intenção de dar na bola, mais não conseguiu do que assustá-la, fazendo com que esta só caísse do “tee” e rolasse um escasso palmo na direcção que mais lhe terá apetecido.
Imediatamente o “master” Goad, o professor contratado pela Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, proprietária do campo, pedindo licença, tirou o seu casaco, e, com o ferro apropriado, do exacto local onde a bola se encontrava, bateu uma tal pancada que a colocou no “green” e a cerca de meio metro da bandeira, com o que foi calorosamente ovacionado por todos os presentes, incluindo o próprio Presidente que se não terá coibido de acrescentar:
- Belíssimo, belíssimo, professor!… Só que eu não sabia que era preciso tirar o casaco!...
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